CHAPTER FOURTY SIX

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Astrid

  Eu nem sei como agir na frente dos pais de Timothée, é como se eu tivesse congelado a horas porque nem consigo tocar os talheres na mesa de jantar. Parece patético levando em conta a cena e os problemas que causamos, a mídia estava louca atrás de respostas e a Casa Branca havia virado um caos de repórteres alojados na frente da mansão.

  Timothée por outro lado aparentava estar calmo, cogitando os detalhes para a data do nosso casamento. Eu não estava com nenhum pressentimento ruim, o que era bom, eu sabia que algum momento a mídia estaria sabendo de todo o ocorrido do casamento e de que Timothée havia decidido tomar uma decisão fora das mentiras que sua mãe estava contando.

  Ele estava animado com a decisão e não parava de falar que se orgulhava da minha coragem, e eu completamente enlouquecida por ele, não parava de distribuir sorrisos embaraçosos.

"Então, no final de novembro. O que acha?" Marc diz, olhando para Timothée com um ar espalhafatoso, o fato de ele aceitar a decisão do próprio filho, me deixou de alguma maneira preocupada, eu não o conhecia, mas era de longe muito fácil saber que ele não estava querendo que isso acontecesse, não mesmo.

"Uma data mais próxima, quero ter certeza que Astrid vai ter o melhor vestido de noiva." Timothée segura minha mão por baixo da mesa, acariciando as curvas dos meus dedos. Eu sorri de novo, querendo cobrir minha vergonha. Olhei para Nicole que se retirou da mesa imediatamente, Timothée suspirou pesado, soltando minha mão mais depressa que o esperado e se levantou para sair da mesa. Me encolhi.

"Astrid." Marc diz me assustando. "Eu sei que é difícil para você e ainda mais para Nicole que planejou a vida de Timothée, você deve ter paciência com ela." Balanço a cabeça concordando e entendendo o quanto Nicole estava afetada pelo casamento e por tudo que estava acontecendo, eu queria entender e era difícil, mas prometi a estar disposta a qualquer problema que surgisse na minha direção.

"Eu entendo." Peço licença para sair da mesa, pego meu celular no bolso do blazer e caminho em outra direção do corredor. Eu paro ao ouvir a voz exausta de Timothée, eu não quero ouvir a discussão que ele está tendo com a mãe, mas não posso impedir meus extintos mais fortes de estar bem ali.

"Eu quero que você seja gentil com ela." Pede ele devagar. Nicole bufa e ouço os saltos dela martelando pelo piso e ela para ao me ver ali, estacionada no mesmo lugar.

"Não sabia que precisava ouvir nossas conversas." Nicole torce o nariz e desfila de volta para o rumo da cozinha, eu estava envergonhada demais para olhar nos olhos de Timothée até ele me envolver com seus braços e me apertar contra seu peito, me acolhendo o suficiente para que toda sensação ruim vá embora.

"Tudo bem?" Ele se afasta com a mão atrás da minha cabeça.

"Vai ficar." Eu digo. Timothée acena devagar e me puxa para o jardim dos fundos, eu quero mesmo que nosso tempo juntos seja visto como novas memórias para ele, nem que seja bem devagar. Tudo que ele perdeu sobre nós ainda é doloroso e posso ver nos olhos dele que sente culpa por esquecer.

"Eu queria mesmo te trazer aqui porque..." Ele segura minha mão e tira algo do bolso, uma caixinha minúscula de veludo preta. "Eu queria que fosse a lembrança mais especial que você vai ter sobre nós." Timothée abre a caixinha, dois anéis estavam ali, brilhando tão lindamente que era quase impossível não abrir o maior sorriso do mundo. Ele pega um dos anéis e desliza por meu dedo. "Está escrito nossos nomes de um jeito bem brega." Eu solto um riso agradável. "Mas achei que valia a pena por nós."

  Eu nem sei o que dizer, minhas palavras fugiram da boca depressa. Não sei nem explicar minha felicidade ao receber tanto carinho dele. Caras como ele nunca me olhariam da maneira que ele está olhando para mim, com ternura e amor.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora