TOMORROW| Timothée Chalamet

CHAPTER THIRTY SEVEN

Astrid

Eu ainda não havia pensado em nada, meus dedos estavam sobre as teclas do computador, meus olhos pregados na tela. Mas nada vinha como o esperado, eu precisava pensar na matéria em que eu estava entre a corda bamba, não podia entregar os segredos da família dos Estados Unidos para um professor de universidade, isso prejudicaria tudo na minha vida.

Bato a mão contra a mesa e arrasto a cadeira para trás ficando de pé. Gentlyn entra no quarto, e coloca um copo de suco na mesa.

"Tudo bem?" Pergunta, eu balanço a cabeça afirmando. Eu queria dizer a ele o que eu tinha bem aqui, nesse computador que é capaz de fazer todas as coisas entre mim e Timothée acabar. "O que é isso?" Ela se inclina um pouco por cima do meu ombro, com as mãos paradas nos meus ombros já tensos. "A verdade sobre a família americana dos Estados Unidos" recita. Eu olho para ela, afastando -me um pouco. "Você não está pensando em..."

"Gentlyn, eu não tenho nada em mãos, não tenho! Eu queria mesmo que você soubesse que falta apenas alguns dias para voltar as minhas aulas e não posso reprovar."

Ela aperta seus lábios e se silencia ao tentar dizer algo.

"Eu entendo, mas isso..." Gentlyn aponta para a tela. "É demais, se isso cair nas mãos erradas mesmo para uma matéria de escola, tudo vai por água a baixo, eu nunca mais vou poder ficar perto do Timmy novamente, Nicole vai destruir nossas vidas."

"Eu sei." Murmuro arrependida de ter começado isso, eu dou meia volta pelo quarto com as mãos na cintura, eu quero muito que todas essas coisas voltem para o seu lugar, eu quero que Timothée e eu sejamos felizes novamente. "Eu quero que as coisas se alinhem Gentlyn, mas estou fazendo tudo errado!"

"Querida." Gentlyn segura meus ombros e me faz olhar para ela. " Eu sei que você se meteu em uma família que nem se quer pode entender, mas tudo isso, só prova que o amor de vocês é lindo."

Mentirosa! Você é uma mentirosa.

"Eu sou não sei quando ele vai se lembrar de mim, Gentlyn, não temos lembranças nenhuma!" Ela aperta meus ombros e encosta a testa na minha, e me puxa para um abraço apertado, eu choro na sua blusa de lã, encharcando o tecido com minhas lágrimas. Ao me afastar, seco as linhas finas descendo por minhas bochechas. 

"Eu queria muito que tudo isso fosse apenas um sonho, Timothée nunca vai se lembrar de mim, se eu não..." Gentlyn abre o armário atrás de mim, e coloca sobre a cama. "O que é isso?"

"Se lembra quando o Timothée lhe deu isso?" Ela tira o vestido que Timothée me deu pela primeira vez. "O que acha de usar de novo?"

   Eu abro um sorriso convencido em meio as lágrimas de dor que estou carregando.

                             • • •

" Eu tenho que dizer de novo. Você está linda." Steven diz, segurando minha mão para me ajudar a subir no seu carro. "É uma pena que Gentlyn não venha com a gente para o recital."

"Ela não curte muito isso." Eu digo. "Devo reforçar a maquiagem?"

Eu estou tão preocupada em parecer bonita nesse vestido apertado.

"Não." Steven afasta uma mecha de cabelo do meu rosto e abre um sorriso de lado, eu gostaria que ele parasse de fazer isso, minhas bochechas coram e posso sentir isso. "Vamos." Ele liga o carro e estamos indo em direção ao recital.

A rua está cheia de carros, celebridades e políticos estão entrando pelo tapete vermelho, para as fotos, eu consigo ver Nicole e Marc a distância na fila, eu não consigo nem olhar para ela, Steven segura meu braço e passamos para o outro lado para entregar os convites, não sei como ele conseguiu tão fácil, mas imagino que é o preço de ser tão rico. Eu olho para o tapete vermelho e vejo Timothée, embora ele não esteja só, lá está Yuri exibindo seu vestido vermelho de decote pequeno e um colar de pérolas.

"Não se deixe abalar." Steven sussurra em meu ouvido, seguimos para as cadeiras laterais do outro lado do teatro, e sentamos nos nossos lugares. "Quando isso começar, vamos poder arrastar Timothée para o lado de fora." Eu balanço a cabeça concordando, o plano dele não era ruim, só não era convincente, não queria que tudo isso fosse estragado por um erro.

Está começando, eu presto atenção quando Timothée se senta lá na frente e Steven segura minha mão para que eu pare de tremer, as cortinas se abrem e o recital inicia, o silêncio é quase evidente quando Timothée se levanta e sai do local, Steven e eu também saímos, indo pela porta dos fundos para não chamar atenção, Timothée segue até o banheiro e Steven entra primeiro.

Junto minhas mãos em nervosismo, isso precisa funcionar, se ele me ver nesse vestido como sempre quis, vai tentar se lembrar de mim.

"O que foi porra?!" Ouço a voz dele aguda enquanto Steven o empurra para fora do banheiro. Ele olha para mim com os olhos cerrados. "Você de novo!"

"Para de gritar." Steven murmura, apertando os ombros dele. "Eu não mentiria sobre o que você sente por Astrid, se lembra? Vocês eram muito próximos."

Ele fecha os olhos e fica em um silêncio devastador que me assusta.

"Timmy, eu sei o quanto foi difícil para nós, porque não tivemos nada além de uma luta parcial contra nossos sentimentos. Mas eu jamais mentiria para você."

"Você é uma oportunista." Ele cospe, ferindo imediatamente meus sentimentos. "Uma mentirosa que está tentando me manipular, se eu sentisse algo por você, me lembraria, me lembraria de cada segundo, mas eu tenho uma esposa, eu sou casado e sei muito bem disso."

"Você devia ter vergonha." Escuto uma voz vinda atrás de mim e sei que é Nicole. "Tentando seduzir um garoto casado." Engulo em seco. "Querida, você devia se valorizar, é tão bonita." Ela coloca a mão em meu ombro e depressa me afasto, a encarando.

"Você é um monstro Nicole, e seu filho vai saber disso, na verdade, eu me esqueci, ele não é seu filho, é filho da..." Nicole levanta a mão e direciona no meu rosto, eu levo minhas mãos para a bochecha, sentindo arder, Steven segura meus ombros quando recuo para trás.

"Apenas pare de perseguir meu filho." Ela olha para Steven. "E se você tentar enganar meu filho novamente Steven, pode ter certeza que você não é um amigo de verdade." Nicole abraça Timothée e o leva para dentro do local novamente, eu caio de joelhos, reparando que minhas mãos estão trêmulas de novo e eu estou chorando pateticamente.