CHAPTER THIRTY NINE

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Astrid

  Eu me equilíbrio na pia do banheiro, juntando a sensação de dor em meu rosto enquanto me olho no espelho e me sinto completamente sem vida. Meus olhos estão enormes com olheiras roxas, mal consegui pregar os olhos ontem a noite com a ligação que Gentlyn me fez. Fiquei transtornada em saber que Timothée estava tentando me procurar logo agora que estou tentando seguir em frente e aceitar que os fatos que nos separa é bem mais forte que ambos.

   Morar com Steve por outro lado tem sido estranho, mesmo que ele me de a liberdade que preciso para me sentir segura, meu pai está preocupado com minhas aulas na faculdade, agora em que posso desistir de tudo já que não tenho uma matéria para impressionar todos com meu talento, não tenho nada. Eu queria muito que Steven soubesse sobre isso, que todos esses meses que se passaram foram mágoas e decepções para nós dois, porque tínhamos perdido alguém importante.

   Eu queria muito que tudo isso não voltasse.  Pego meu celular na bancada, ainda nem desci para tomar café, preciso mesmo de alguma coisa para me manter em alerta por alguns minutos. Ligo para Gentlyn e vou descendo as escadas para a cozinha. 

"Gentlyn." Espero que ela diga algo, mas só ouço um suspiro do outro lado.

"Timothée, eu dormi na casa dela. Eu queria mesmo falar com você..." eu desligo o celular imediatamente, eu não posso nem pensar nisso, na voz dele, não posso ouvir sua voz, eu vou me derreter, eu vou sofrer de novo, meu celular toca e fico um pouco nervosa, só de pensar nele novamente, droga, ele tinha que voltar para a minha vida e me assombrar de novo.

   Steven aparece atrás de mim de surpresa e eu dou um pulo, pensei que em oito meses tudo seria diferente, mudei-me para Washington para ficar perto de Timothée, e agora não consigo parar de pensar enquanto tempo fui capaz de apaga-ló da minha mente, com Steven tudo soava mais fácil e eu gostava tanto de estar com ele, não era difícil falar dos nossos sentimentos, não era difícil se lamentar e ele sabia que eu ainda sentia tudo isso pelo seu melhor amigo, eu queria que minha vida fosse bem menos complicada, assim eu poderia decidir quanto tempo eu duraria com essa paixão estranha.

"Vou preparar alguma coisa para você." Ele diz, apertando meu ombro, geralmente não achamos estranho nos tocar ou finalmente ter uma aproximação, ele é incrível em questão de lidar com todos os meus sentimentos. "Panquecas ou ovos?"

"Panquecas." Respondo, Steven sorri, um sorriso genuíno e doce, eu me sento na bancada, de costas para ele, não quero que veja minha expressão estranha enquanto digito no meu celular uma mensagem para Gentlyn sabendo que Timothée estará do outro lado vendo como sou patética.

   Me encontra daqui cinco minutos na Casa Branca.

   Não tenho resposta nenhuma, mas sei que ele estará lá me esperando.

                             •••

Pego um táxi para a Casa Branca e me encontro no jardim do outro lado onde estou escondida atrás de uma das limusines estacionadas, a porta de uma delas se abre e eu caminho devagar lá, estagnando ao ver Yuri saindo dela, não sei o que pensei, que ela não voltaria a me atrapalhar de novo, mas agora fica nítido que ela está tão feliz que não posso quebrar esse ciclo, alguém puxa meu braço tão rápido e me obriga a abaixar atrás da limusine, olho para o lado e o rosto de Timothée estão colado ao meu, ele abre um sorriso bonito e inclina a cabeça.

"Eu estou muito feliz em te ver." Ele declara e me deixa surpresa e cheia de energia, nossa. "Vem comigo." Timothée abaixa o boné e abre a porta da limusine do nosso lado, ao entrarmos, ele tira o boné e me permite ver seu rosto. Eu estou feliz que depois de oito meses estamos nos encarando. Ele se inclina e me abraça com tanta força que posso sentir seu peito junto ao meu, é a melhor sensação que já senti. "Me desculpa por ter sido tão idiota, eu devia acreditar que tudo que você fez foi por mim, mas fui idiota e não quis te ouvir."

"Oito meses foram suficientes para você perceber." Não é uma pergunta e ele nem vai responder, só está olhando para mim com um sorriso confuso. "Fico feliz."

  Timothée segura minha mão e leva até seus lábios, beijando a ponta dos meus dedos, eu só queria que isso durasse para sempre, mas sabia que não podia desejar tanto.

"O que você se lembra?" Pergunto arriscando receber a resposta que não quero.

"Eu não me lembro de nada." Ele responde, soltando minha mão. "Mas quero me lembrar muito Astrid."

   Não sei se consigo fazer isso de novo, como se não fosse difícil para mim.

"Astrid?" Ele me chama, piscando várias vezes, eu encolho os ombros e encosto a testa no seu peito, eu queria muito que fôssemos capazes de fazer isso devagar. "Eu posso tentar..."

"Eu sei que pode, só não tenho tanta certeza que vamos conseguir." Não sei se estamos falando de suas lembranças ou do nosso relacionamento.

"Eu te amo." Ele diz, as palavras dele soam secas e sem sentimentos. "Eu quero te amar Astrid, me dói tanto saber que não posso lembrar da mulher que me fez feliz pelos meses que passaram."

  Isso me dói ainda mais, eu quero que ele pare de falar isso. Suas palavras cortam meu coração e é doloroso saber que não vou conseguir fazer isso de um jeito certo. Seguro seu rosto entre minhas mãos e o beijo, nossos lábios macios tem a sensação mais gloriosa do mundo, sua boca novamente me deixa perplexa e estagnada em seus braços quando ele simplesmente aceita que eu seja sua, esquecendo o mundo do lado de fora, eu o amo, amo tanto que chega a doer, eu só quero que ele se lembre de quem fui na sua vida e de que nós vamos passar por isso juntos.



 

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora