CHAPTER FOUR

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Astrid

Devo limpar minhas lágrimas logo, ao passar pela porta e ir para a mesa onde Olivia e Ellie me encaram, eu fecho os olhos e me acalmo. Não sei o que está havendo, nem tenho certeza se deveria pedir ajuda a elas, porque queria que tudo fosse segredo até isso desaparecer. Como se nada tivesse acontecido.

"Você está bem?" Pergunta Olivia, piscando incansável para mim, eu balanço a cabeça. "Você dormiu com Timothée." Ela repete ainda incrédula, Ellie está com o semblante pesado, os olhos distantes e com os lábios tortos. "O filho do presidente." Olho para ela, não quero que ela fique me lembrando de cada detalhe. Eu nem sabia quem ele era até essa manhã, não quero ser o centro dos holofotes dele.

"Eu vou tomar um ar." Digo, levantando e saído dali, já não era tão confortável quanto eu esperava que fosse. Vou para o lado de fora, deixando o ar úmido abanar meu rosto, o silêncio me contagia, me envolvendo em um misto de alegria por alguns minutos, eu rio de quão patética sou. Por perder completamente o controle da minha vida.

Uma mão enrosca no meu braço e me leva para longe, ergo a cabeça e encaro Timothée com repulsa.

"Ei. Para onde está me levando?" Ele me puxa pelo saguão e me leva até o elevador.

"Você disse que iria me encontrar na minha suíte, mas não sou um garoto que gosta de esperar." Timothée me solta e vira o rosto para as portas, estamos sozinhos entre quatro paredes. Algo que me deixa nauseada só de pensar no que iriamos fazer se estivéssemos bêbados. " O que acha que precisamos fazer?"

"Precisamos de um advogado." Eu respondo, enfio a mão no bolso e pego aquele maldito papel. "Aqui diz que aceitamos mais do que o casamento, mas uma divisão total de bens." Timothée arregala os olhos.

"Está me dizendo que vou ter que dividir meus bens com você?" Ele me pergunta indignado e solta uma risada entredentes. "Só pode estar brincando comigo! Dormi com uma garota qualquer e agora tenho que dividir minhas propriedades com uma estranha que nem sabe se vestir?" Eu tento não me ofender, mas é difícil quando suas palavras acabam com o vestígio de simpatia que tenho por ele.

"Vai se foder Timothée." Seu sorriso debochado ascende todos os meus extintos de que devo ficar bem longe dele. Pego meu celular e pesquiso quanto tempo se demora para anular um casamento e o resultado não me agrada. "São dois anos!" Ele se aproxima de mim, encostando seu ombro no meu, pega meu celular e desliza o dedo pela pesquisa.

"Meu pai vai me matar. Não ele vai jogar meu corpo em uma vala." Timothée senta na cama, colocando as mãos no rosto. "Isso não pode estar acontecendo." Ele resmunga abafado, ao levantar o rosto e me encarar, fica de pé e vem até mim. "Isso é culpa sua. Por ser burra e me beijar. "

"Para de me ofender!" Grito, Timothée sorri e desfere um soquinho no meu ombro. Eu sorrio um pouco, tento não parecer muito ofendida porque ele parece sempre estar brincando. A porta se abre, e uma mulher para bem ali, me encarando de cima abaixo.

"Timothée." Ela o chama e vira a cabeça na direção dele.

"Ela já estava indo." Ele diz, segurando meus ombros e me guiando para fora. A porta bate atrás das minhas costas, eu não acredito que Timothée me colocou para fora. Filho da puta. Preciso retornar para o quarto, mas não quero encarar nem Ellie e Olivia, estou mentindo para elas. Não tenho para onde ir, já estraguei a viagem toda, estou com vergonha de ter que me explicar que Timothée e eu agora estamos mais próximos do que o esperado.

Volto para o quarto e o encontro Olivia sentada na minha cama, eu não espero que ela me entenda por estar estranha desde que elas encontraram Timothée no quarto, um cara improvável que nunca olharia para mim se isso não tivesse acontecido. Eu prometo nunca mais beber e causar problemas, sei que estou mentindo para mim mesma, mas não tem problema eu me sentir melhor.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora