TOMORROW| Timothée Chalamet

CHAPTER FOURTY ONE

Timothée

  Meu amor por ela era real, é uma sensação que não posso perder nunca mais porque sei que a amo muito para deixá-la ir. Não posso deixar que Astrid venha me deixar de novo. Eu preciso dela, eu a quero muito, quero viver ao seu lado e descobrir exatamente o que preciso vindo dela, é amor e uma necessidade de ser feliz novamente.

"Como assim ela foi embora?" Pergunto a Steven que está estagnado a minha frente sem nenhuma reação aparente, eu queria que ele fosse capaz de me contar toda a verdade, mas sei que ele não faria isso por mim quando estava absolutamente apaixonado por Astrid, não era difícil ver em seu olhar o quanto a admirava e sentia algo por ela, eu não o culpava, passei oito meses da vida sendo um péssimo amigo e com toda certeza um péssimo namorado para Astrid. "Ela desistiu de mim? Ela me prometeu..."

"Não é sobre você Timothée." Steven finalmente diz. "Ela precisava voltar pela faculdade. Ela precisava seguir em frente."

   Eu esmurro seus ombros, ele despenca para trás e cai na grama.

"O que foi isso?!" Ele grita e se levanta, vejo seus punhos se fecharem ao lado do corpo, embora ele não seja nem capaz de levantar as próprias mãos.

"O que foi isso?" Repito indignado. "Você me diz que Astrid foi embora sem nenhuma explicação?"

"Astrid precisava ir." Responde com convicção, eu mal podia esperar para o meu punho voar na cara dele. Pensei que ele fosse meu melhor amigo, que apesar de que uma garota estivesse entre nós, não iríamos mentir. "Ela não podia depender de você para o resto da vida. Você sabe disso."

   Depender de mim, claro que ele pensava que eu não era capaz de me dedicar a amar Astrid. "você acha mesmo que eu não sou capaz de amar a Astrid?"

  Steven levanta uma sobrancelha.

"Eu não disse nada disso." Ele levanta a voz um pouco, seus olhos se fecham e as duas mãos vão até o rosto.

"É o que parece." Eu digo desconfiando de tudo que Steven está falando. "Acha que Astrid não foi feita para mim?"

"Timothée." Ele segura meu ombro. "Eu estou dizendo que Astrid foi embora porque precisava seguir a vida dela, a faculdade, sua família."

  Eu fico em silêncio sabendo que agora não tenho nada a dizer, dou as costas para ele e entro no carro, meus olhos estão enchendo de lágrimas, eu me sinto patético e idiota por esperar que as coisas fossem ser diferente. Astrid podia pelo menos entender o meu lado, e como me sinto a respeito de tudo que estamos passando, talvez eu não seja o típico garoto que seja feito para lidar com todos esses problemas.

  Eu devia desistir dela , como minha mãe sempre quis, não posso ficar com esse pesar no coração como se tudo isso fosse desesperadamente loucura, e talvez eu seja, me apaixonar por alguém como Astrid, que seja diferente de mim, não temos vidas parecidas e nem poderíamos tentar ter.

  Olho para frente, e vejo que Gentlyn está mais magoada do que eu.

"Me desculpa." Eu lamento, me inclinando para frente e a abraçando com força, Gentlyn passa as mãos ao redor das minhas costas, ela beija minha bochecha, e limpa as lágrimas nas minhas bochechas com os polegares. "Me desculpa mãe, eu cometi tantos erros, por ser tão idiota e perder a mulher que amo." Gentlyn me afasta devagar para trás e encosta a testa na minha. 

"Vai ficar tudo bem." Ela sussurra, com as mãos no meu rosto, eu respiro fundo tentando me conter. "Ela vai voltar Timmy, ela vai voltar."

   Ao segurar suas mãos, sinto que nunca fui tão sincero com alguém como estou sendo com Gentlyn, minha mãe, aperto seus dedos e quero que ela me escute falar sobre Astrid, eu quero muito que ela saiba o que estou sentindo pela primeira vez em anos, minha mãe que nunca fui capaz de olhar diretamente nos olhos e me lamentar dos meus problemas. Eu quero muito que ela me ame de novo, como seu filho.

   Eu queria mesmo que todos os meus medos fossem embora com apenas um conselho dela. Mas sabia que ela estava tão magoada quanto eu.

        
                                *

   Gentlyn encara meu rosto por alguns segundos e me entrega um copo de suco, parece que vou levar uma vida normal por alguns minutos, eu queria que essa dor no meu peito sumisse, que eu não fosse um garoto famoso com problemas na família e se Gentlyn tivesse cuidado de mim, eu não seria capaz de ser como sou hoje.

"Gentlyn, por que me abandonou?" Pergunto, Gentlyn esfrega o rosto e coloca a mão sobre meu joelho.

"Querido, eu nunca cheguei a te abandonar."  Ela diz, encostando a cabeça na minha. "Eu sempre estive ao seu lado." Sua mão aperta a minha devagar e eu me sinto completamente aliviado por saber que posso ter alguém ainda. "Eu queria que soubesse o quanto você é importante para mim. O quanto nunca deixei de te amar por nenhum segundo enquanto  estive por perto, você é meu garoto." Gentlyn passa a mão nos meus cachos e abre um sorriso elegante e sincero.

"Vou te ajudar com a Astrid, nós vamos pensar no que fazer com seu casamento."

"Eu nem me lembrava disso." Nós rimos apesar de eu ainda saber que minha mãe estaria no meu pé o dia todo amanhã. "Vamos pensar em algo juntos." Gentlyn se levanta e eu a acompanho até a cozinha, queria pela primeira vez a ajudar fazer um bolo nessa cozinha, onde eu deveria ter crescido. "Mas meu pai...por que meu pai simplesmente não me contou?"

  Ela franze os lábios.

"Seu pai estava se casando com Nicole antes mesmo de eu pensar muito nos nossos problemas. Ele queria um filho e eu dei isso a eles já que não podia engravidar, mas fiz ele prometer que não me deixaria fora de seu crescimento. Ele me prometeu que nunca iria me excluir de nada." Coloco uma bacia de farinha de trigo sobre a mesa, pego uma colher para encher com manteiga e ovos. "Ele não queria que você soubesse o quanto fomos problemáticos quando adolescentes."

"Eu não me importaria." Garanto, Gentlyn balança a cabeça.

"Eu sei que não, mas ele queria que você tivesse tudo e cumpriu a promessa, nunca lhe faltou nada, eu nem se quer tinha para onde ir, meus pais me expulsaram de casa assim que souberam sobre meus problemas com seu pai, perdi meu emprego e fui morar com uma amiga, não era essa a vida que você queria ter, eu tenho certeza." Gentlyn coloca o chocolate derretido no fogão baixo e pega aventais coloridos para usarmos.

"Não, mas não me importaria se estivesse com a minha mãe." Ela aperta meu braço de leve e sorri um pouco.

"Você tem uma boa vida e Nicole, Nicole sempre quis um filho e te tratou como um, mesmo que seu método fosse exagerado, ela te ama." Aperto os olhos devagar, eu deveria saber que Gentlyn faria eu enxergar um outro lado da minha vida não real. "Eu jamais poderia tirar isso de você."

"Você não me tirou nada, mãe." Ela expande o sorriso gracioso e me abraça por um tempo, percebi que poderia reclamar dessa vida, mas nada foi tão ruim e deve ter um motivo para acreditar que as coisas são assim, difíceis, eu quero muito que tudo fique do jeito que está, mesmo que eu fique sem Astrid, ela não merece viver infeliz para o resto da vida dela ao estar comigo, ela merece o melhor e eu não sou essa combinação.