Muitas pessoas tem segredos, todas elas sabem que segredos se tornam mentiras que contam para si mesmas, os seres humanos não vivem sem conforto, e por isso tomam decisões que as vezes são imaturas, as vezes nem tanto. Mas que podem mudar o rumo de sua vida."Timmy! Eu estou grávida!" Astrid diz ofegante segurando um teste de gravidez na mão, deixo a escova de dente cair no chão quando minha boca se abre de surpresa, meu coração parece que vai explodir, a emoção, o desespero e todos os sentimentos se alojam no meu peito. "Vamos ter um bebê."
Nós pulamos juntos, girando em um abraço. Eu estava louco para contar para a minha mãe e meu pai, estava louco para contar ao mundo que finalmente a mulher que eu amava estava grávida , que eu seria pai. Minha nossa.
"Eu vou ser pai." Murmuro ainda não acreditando, seguro seus ombros e a puxo para um abraço. Não quero soltá-la, nunca mais.
"Hannah." Eu a chamo, ela me entrega um copo de água e devagar bebo todo o líquido. "Obrigado por vir comigo."
"Sei que está me usando para provoca-lá." Ela diz direta, sentando ao meu lado. "Não acha que deveria seguir em frente?"
"Eu não posso." Murmuro. "Tem coisas ainda que não resolvemos." Hannah balança a cabeça como se concordasse comigo, ela estende a mão para mim e eu a seguro. "Você me perguntou da última vez...por que escolhi ela e não você..."
"Timothée..." Ela interrompe.
"Eu sabia que ela era diferente." Reprimo os lábios. " Tem algo nela que me faz querer ser alguém melhor."
"Você tem que querer ser alguém melhor por si mesmo e não por ela." Olho para Hannah e inclino a cabeça, ela está certa. Por mais que as coisas estejam confusas, não posso colocar esse peso todo sobre Astrid. "Astrid agora está casada, é o final feliz dela e o seu? Qual vai ser?"
Respiro fundo.
"Eu não tenho um final feliz." Murmuro de cabeça baixa.
"Todo mundo pode ter um final feliz." Ela aperta minha mão. "Vamos." Acena em direção a porta, ao abrirmos , Astrid está ali, parada e soa surpresa ao nos ver.
"Estava procurando o...banheiro..." Ela gesticula. Estou tão magoado só de olhar para ela que não sinto vontade de trocar nem duas palavras.
Hannah me puxa pelo corredor e me leva até a frente da casa, Luka me para e está ofegante, percebo que correu até mim.
"Você já vai?" Ele pergunta preocupado.
"Eu tenho que ir, a sua mãe não me quer aqui."
"Mas eu quero." Diz com as mãos nos joelhos recuperando o fôlego. "Por favor papai, não desista da gente."
As palavras dele fazem meus olhos encherem de lágrimas, Hannah segura meus ombros como incentivo.
"Eu não vou desistir."
"Promete?" Luka se aproxima e estende o mindinho. Eu rio achando graça e enrosco o meu dedo ao seu.
"Eu prometo." Murmuro, sacudo seus cabelos escuros. "Eu nunca vou deixar você." Seguro seu rosto entre minhas mãos e beijo sua testa. "Eu te amo."
"Eu também te amo." Ele sussurra e me olha devagar me analisando.
Eu me afasto e entro no carro, vejo Astrid sair pela porta quando estou partindo, ela não sorri e nem acena, apenas puxa Luka para dentro novamente, encosto a cabeça no banco, soltando um suspiro longo e cansado. Eu tinha um segredo e não podia contar a Astrid, não podia contar a ela que não fugi, que não deixei meu filho, apenas tentei o proteger de mim mesmo.
"Por que não conta toda história do seu diagnóstico?"
"Ela não precisa saber." Afundo meu corpo no assento. "Ela não precisa saber que eu sou louco."
"Você não é louco." Hannah olha para mim.
"Você acha isso, mas ela pensa diferente."
Hannah para em frente a minha casa.
"Obrigado pela carona." Agradeço e saio do carro. "Quando vamos nos ver de novo?"
"Quando você quiser." Ela inclina a cabeça e esboça um sorriso nos lábios pintados de vermelho. Eu aceno e me apresso para entrar. Minha mãe está na sala e se levanta, está com um olhar preocupado.
"Graças a Deus." Ela me abraça forte e me afasta pelos ombros. "Você bebeu?"
"Nenhuma gota." Eu sorrio para ela. Gentlyn suspira aliviada e me aperta em seus braços de novo. Ela beija minha testa, segurando meu rosto.
"Você está cada dia melhor, eu estou feliz."
Seguro seus pulsos e afasto devagar, eu só queria que ela não precisasse se preocupar comigo.
"Tudo bem mãe." Murmuro, pulo nos seus ombros e ela resmunga gargalhando, fomos até a cozinha e decidimos preparar alguma coisa para o jantar.
Meu celular vibra de madrugada e me acorda, procuro pelos lençóis e o encontro, o nome de Luka está na tela."Oi." Sussurro, ascendendo o abajur.
"Pai." Ele está chorando, eu me levanto preocupado. "Eu não quero ficar aqui, o Ethan gritou comigo, eu não quero ficar aqui."
Respiro fundo. Filho da puta! Eu acabaria com esse cara.
"Sua mãe está aí?" Pergunto.
"Ela está dormindo, ele está bebendo na sala. Vem me buscar pai." Choraminga. Coloco os chinelos, desço as escadas rapidamente e pego as chaves do carro. "Por favor..."
"Já estou indo." Digo. "Fica ao telefone comigo." Peço e ele grunhe, entro no carro, ligando o motor e dirijo até a casa de Ethan. A respiração de Luka fica mais forte. "Você está bem?"
"Eu acho que ele está vindo..." Diz mais baixo, eu estremeço, apertando a mão no volante. Desço do carro e bato na porta de Ethan. Olho pelas janelas de vidro gigantescas, o vendo cruzar o corredor.
"O que você quer aqui?" Ele diz ao abrir. Eu o empurro para trás e passo pelo corredor, Luka sai do quarto e me abraça pela cintura.
"O que está havendo aqui?" Astrid sai do quarto, está usando um pijama extremamente ridículo de sensual, ela cobre-se com o roupão e suas bochechas ficam vermelhas. "Timothée?"
"Eu vou chamar a polícia. Esse cara invade nossa casa no meio da noite e..."
"Não ouse fazer isso." Eu digo apontando o dedo na direção dele. Olho para Astrid. "Eu vou levar meu filho comigo."
"Você não vai fazer isso." Ela se põe a minha frente com as mãos na cintura.
"Então vamos ver isso no tribunal." Cerro os dentes, Luka se encolhe ainda mais. "Pega suas coisas Luka." Ele entra no quarto e sai em minutos com sua mochila no ombro. "Eu não queria fazer isso Astrid, mas você está me obrigando a ir bem longe."
"Timothée. Você não vai..." Eu dou as costas a ela e deixo Luka ir primeiro em minha frente, ele entra no carro e se acomoda no banco de trás. Encaro Astrid novamente. As vezes me dói olhar para ela e ver como seu semblante está triste e sem vida, de como a garota que conheci mudou profundamente. Bato a porta do carro ao entrar e levo Luka para casa comigo.
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TOMORROW| Timothée Chalamet
FanfictionAstrid Davis tem dezoito anos e está no seu último ano da faculdade de jornalismo, quando ela recebe uma nota ruim que pode faze-lá repetir seu semestre, ela precisa provar seu valor em uma nova matéria exclusiva, o momento perfeito chega na férias...