CHAPTER FOURTEEN

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Timothée

   Steven havia feito tudo que pedi, eu ainda estava no quarto decidindo o que iria fazer nessa noite para fugir dos guardas na porta do meu quarto como cães selvagens, mandei algumas mensagens para Elliot antes de entrar no banho e fingir que estou indo dormir, minha mãe vem me ver a cada duas horas só para ter certeza de que estou bem, no momento que a porta se abre, ela enfia a cabeça por entre as portas duplas e está sorrindo.

"Já vai dormir?"

"Estou cansado." Eu tento sorrir também, eu me enrolo na coberta escondendo a roupa que estou vestindo.

"Tudo bem, boa noite então." Ela fecha as portas e demoro alguns dez minutos para ter certeza que posso levantar, eu visto um roupão dourado, e abro a porta, dando de cara com os dois brutamontes estagnados contra a parede.

"Vou beber uma água." Eu disse, eles assentiram e me seguiram até a cozinha, eu precisava ser muito rápido antes que meu plano fosse por água a baixo, olhei para a porta dos fundos. "Vocês podem pegar água para mim?" Pergunto devagar, um deles assente e abre a geladeira, ao se distraírem, abro a porta dos fundos e corro pelo gramado da casa branca de um jeito desajeitado, o segurança parado no hall ascende uma luz na minha direção, eu corro até o carro de Steven parado do outro lado, subo os portões, pulando as grades de ferro, meu corpo rola direito no asfalto com a queda que levo, mas consigo me levantar e entrar no carro.

"Vai!" Grito com Steven que leva um susto e liga o motor, meu coração está pulando dentro de mim como se fosse sair pela boca, eu me afundo no banco, e tiro o roupão jogando no banco de trás. Steven olha para mim, acenando para o rasgo na minha calça, meu joelho está sangrando um pouco. "Eu não vou morrer por isso." Debocho.

  Steven dirige no mais puro silêncio até chegarmos no seu condomínio, ele estaciona na parte de trás e eu saio, sentindo o ar fresco no meu rosto, é quase a liberdade.

"Você sabe se a Astrid vai vir?"

"Acredito que sim." Ele diz, batendo a porta do carro e me guiando para dentro da sua casa, a sala está cheia e quando entro o som estrondoso balança as paredes, há um mini bar, pessoas dançando no centro, Steven agarra meu pescoço e me leva até o sofá onde Elliot e Jonas estão com duas meninas bonitas. Eu olho ao redor procurando por ela, sei que estou muito ansioso por isso, para vê-la naquele vestido que escolhi.

  Bato no ombro de Steven.

"Pega uma bebida para mim." Peço.

"Não estou seu empregado." Ele diz. Eu o olho com os olhos cerrados e ele enche as bochechas de ar. Dando meia volta e sendo engolido pela multidão.  Olho para a porta a cada cinco minutos, imaginando que Astrid não venha, que ela tenha negado tudo isso porque está com medo da minha mãe. Steven volta com a minha bebida depois de um tempo e eu encho a boca de tequila. 

   Eu paro o copo no ar ao ver Astrid, mas ela não está vestida com o vestido que enviei, ela está usando um vermelho simples com mangas pequenas, até mesmo reparo que está usando tênis coloridos, já a sua amiga é quem está usando aquele vestido rosa que a deixa muito sexy, os cabelos estão presos em um coque grande que deixa seu rosto angelical amostra, esmago o copo na mão e jogo no chão, pisando firme até Astrid, como ela pode fazer isso comigo?! Eu me dediquei tanto para escolher a porcaria do vestido, e ela está usando uma coisa qualquer comprada em um brecho de primeira.

   Steven me olhou confuso, sabendo que eu estava decepcionado, por um lado eu já devia ter imaginado que Astrid não entraria naquele vestido nem morta. Astrid se aproxima com sua amiga ao lado, eu só consigo olhar para Olivia, e me sentir patético por estar tão admirado com ela. 

"Madames." Eu sorri, encarando Olivia, ela me olhava confusa, apertando a mão de Astrid. "Você está bonita, Olivia."  Elogiei, não podia enxergar seu rosto no escuro, embora soubesse que ela estava corando. Eu estava bravo por Astrid ser tão durona, por causa de um vestido ridículo.

   Está tocando uma música boa, eu penso em chamar Astrid para dançar, mas não quero ser muito fácil essa noite porque ela definitivamente estava fazendo o mesmo, eu me curvo perto de Olivia e estendo a mão.

"Dança comigo?" Olivia olha para os lados, obviamente desconfortável, ela assente e se levanta para ir até a pista comigo. Olho para Astrid e pisco para ela, como provocação. Eu poderia fazer isso a noite toda. Seria divertido. Olivia balança os ombros acompanhando a música e me puxa para perto dela, as luzes brilham no seu rosto, em seu sorriso. Eu abraço a sua cintura, tentando segui-la.

   O que eu posso fazer essa noite é tentar irritar Astrid, por ela ser tão insensível. Eu tentei ser legal com ela desde que a conhecia, mas ela está complicando tudo de uma vez só, me deixando confuso com toda essa situação, eu não deveria me sentir desse jeito, porque nenhuma garota nunca me despertou tanto desejo quanto Astrid, mas por que ela? Astrid é tão simples, uma garota do Texas que não faz nem ideia de como é tentar seguir as regras da própria família.

  Olivia segura minha mão da sua cintura e me afasta.

"Você deveria estar dançando com ela." Ela grita no meu ouvido, eu dou de ombros, eu não queria dançar com Astrid, foi uma péssima ideia convida-la.

"Você não devia estar usando esse vestido." Eu digo antes de deixa-lá sozinha e ir até o mini bar, estou mais frustrado por ter que lidar com Astrid. Queria que ela estivesse usando aquele vestido para que eu pudesse guardar nas minhas lembranças. Tudo era simplesmente impossível com Astrid.

   Sentei do lado de fora, olhando para cima, talvez fosse chover, o céu estava embaçado, pela primeira vez na vida me senti um merda por não estar aproveitando nenhum segundo da festa, ouvi passos se aproximando e me ajeitei, percebendo que Astrid estava chegando, ela senta ao meu lado no balanço velho, e se inclina.

"Eu não podia usar aquilo." Ela diz, eu se quer olho em seus olhos. "Era demais para mim."

"Claro, era só a porcaria de um vestido, não um pedido de casamento. Ah esqueci, estamos casados."Debocho com um leve tom de descrença. Astrid suspira.

"Eu não podia porque..." Ela se cala. "Eu gosto de você." E finalmente eu consigo encarar minha raiva e me virar para olha-lá, as palavras dela são tão duras. "Eu gosto de você quando não deveria!" Eu me inclino depressa para que ela não possa escapar, e meus lábios encostam aos seus alguns segundos antes de ela me afastar com suas mãos e encostar a testa na minha. "Isso nunca vai poder acontecer."

  E eu sabia bem o porquê.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora