CHAPTER THIRTEY ONE

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Timothée

   Yuri não para de falar, eu mal presto atenção quando vejo Astrid do outro lado do salão com Steven, mas ela está correndo para a saída, eu olho para a minha mãe no mesmo instante que ela me impede de segui-la.

"Timothée." Ela sussurra olhando para os dois ministros parados ao nosso lado.  Yuri esfrega o braço envergonhada quando eu me desvencilho de Nicole. "Por favor." Pede devagar, forçando um sorriso morno, eu não queria que ela ficasse decepcionada comigo, minha cabeça estava tão confusa no momento em que vi Gentlyn caminhando em nossa direção com Astrid ao seu lado e Steven do outro. "O que essa mulher faz aqui?"

"Eu a convidei." Meu pai diz, puxando o blazer para frente. "Gentlyn é a nossa convidada e amiga da família, não é amor?" Nicole franze a testa com a recepção de meu pai e eu tento esconder um sorriso de aprovação, Astrid arruma a saia do vestido em que escolhi para ela, ela está deslumbrante e sexy, eu queria apenas largar tudo e beija-lá bem aqui, na frente da imprensa, na frente dos meus pais.

  Yuri segura meu braço devagar e aperta, encosta a cabeça em meu ombro e seus cabelos caem por seus ombros.

"Estou muito feliz que Timothée finalmente se tornou um homem de respeito." O ministro Elton diz em voz alta apenas para me provocar, eu aperto os lábios para me calar e afasto Yuri um pouco quando Astrid me lança um outro olhar um pouco mais demorado que o anterior. Ignoro completamente a minha atitude, e puxo Astrid pelo corredor da Casa Branca, eu me viro para olhar para ela e sorrio um pouco mais do que devia.

"Você é maluco!" Ela grita, me apertando em seus braços e encostando a cabeça em meu peito, ao levantar os olhos, me sinto nas nuvens e diferente com esse sentimento do coração batendo mais rápido e cheio de adrenalina. Acabei de sentenciar minha morte para todos os tabloides e olha que eu nem comecei ainda, não estou pronto para começar outra polêmica e principalmente com nossa família em risco de ser descoberta com Gentlyn sendo minha mãe, não posso sair dos eixos em tão pouco tempo. "Timmy..." eu seguro seus ombros, inclinando minha cabeça na direção da sua, encosto a testa na sua.

"Eu prometo que vou resolver tudo isso, com a Yuri, com a minha mãe, eu só preciso de um tempo necessário." Espalmo a mão no seu rosto, dedilhando sua bochecha até a ponta do seu nariz.

"Tudo bem." Ela diz calmamente, inclinando a cabeça e se afastando. "Yuri me disse que a data do seu casamento oficial está marcada, o que eu deveria pensar?"

"Merda." Esfrego a testa, eu devia ter contado a ela que minha mãe ainda estava insistindo no casamento em público, isso tiraria o foco da campanha do meu pai. "Eu queria ter contado, mas..."

"Mas não contou. Timothée isso é importante, se Yuri ainda pensa que vai casar com você, isso é um problema dos grandes, não posso ignorar isso." Astrid cruza os braços ao peito o que ressalta seus peitos no vestido azul. Balanço a cabeça para desferir o pensamento estranho.

"Olha Astrid, eu venho tentando muito desde que nos conhecemos, minha mãe não é uma pessoa fácil e nunca vai ser."

"Vinhemos de mundos diferentes?" Ela implica. Eu disse uma vez? Eu não estou lembrando de ter feito algo assim. "Tudo que você sabe justificar é isso, eu entendo Timothée, sua mãe nunca vai aceitar que estamos juntos é eu sei bem melhor do que qualquer pessoa, mas acontece que ela não é sua mãe." Ela segura meu braço, eu desvencilho dela, chateado com as palavras que usou para falar de Nicole.

  Mesmo que Gentlyn fosse minha mãe verdadeira, era Nicole quem passou a vida toda sendo uma mãe, foi ela quem cuidou de mim ainda bebe enquanto Gentlyn sumiu do mundo como se esquecesse do próprio filho, não acredito que ela tenha feito isso por simplesmente querer se livrar de mim, eu acredito que o motivo dela seja maior do que eu imagino.

"Não, Nicole é minha mãe e ela tem todo direito de se sentir assim." Eu defendo minha própria mãe, não queria que Astrid falasse assim de quem eu realmente amava. "Tem todo direito de se sentir traída por tudo que ela planejou para mim."

"Está dizendo que acabei com os sonhos da sua querida mãe?" Ela diz com um tom de deboche esquisito, reviro os olhos e me afasto um pouco mais, me encosto na parede, cruzo os braços e analiso a expressão de Astrid que está tomada por raiva e repulsa. "Eu sou o motivo de ela estar destruindo a minha vida e a vida de todos em volta de mim, Gentlyn não teria perdido o emprego se ela não tivesse se metido. Meu pai e eu não teríamos perdido a casa se eu não tivesse..."

"Se relacionado comigo? É isso? Eu só trouxe desgraça para a sua vida miserável?!" Eu aumento a voz ficando cada vez mais estressado com cada palavra que ela se dirige a mim.

  Astrid aperta os lábios e me dá as costas, eu a sigo e ela para, girando novamente.

"Não vamos conversar até ter certeza de que estamos fazendo a coisa certa." Ela ergue a mão devagar. "Eu estou cansada de ser sempre a segunda, primeiro vem seus problemas com sua mãe e depois vem a mim, eu não sei quanto tempo posso suportar por você."

   Engulo em seco, deixando os ombros caírem, a expressão no rosto dela é a coisa mais dolorosa que já vi.

"Sim. Claro." Admito, piscando algumas vezes para espantar as lágrimas que apertam meu peito. "Faça como quiser Astrid, não fui eu quem tornou tudo difícil."

  Ela ri achando graça e leva as mãos até o rosto.

"Você torna tudo mais difícil!" Ela grita, inclinando a cabeça para trás. "E sabe por que? Tudo que você faz é ficar sentado e escutar sua mãe e o que ela tem a dizer sobre nós esperando que um dia ela venha aceitar que estamos juntos, mas ela não vai, isso não vai acontecer porque ela não pode aceitar uma garota pobre na família dela."

"Não é verdade Astrid..."

"Então por qual outro motivo ela está impedindo nós dois? Se eu fosse filha de um médico famoso? Um ministro? Ela tornaria tudo difícil?"

   Engulo em seco de novo sabendo que ela está certa e não quero que esteja.

"Astrid." Eu digo seu nome bem devagar degustando a sensação de dizer uma única palavra que me faz flutuar. "Astrid, eu te amo." Solto depressa, sabendo que ela não ouviu e que tudo isso se torna ainda mais difícil.

"O que?" Ela pergunta e inclina a cabeça.

"Eu te amo." Repito, me aproximando dela e segurando seus cotovelos. "Eu te amo, te amo, te amo." Astrid arregala os olhos com todas as palavras e suspira, inclinando-se para me abraçar, ela fica na ponta dos pés e me balança de um lado e outro, encosto a cabeça sobre a sua e sinto apenas seu cheiro suave vir a tona.

  Ao olhar por cima do ombro dela, minha mãe está parada bem distante, encarando com firmeza tudo que está acontecendo, Nicole finalmente abre um sorriso endurecido.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora