82. Timothée

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Minha mãe se foi, e tudo que cabia em mim era o que eu faria daqui para frente sabendo que minha vida mudaria, Nicole era uma parte protetora de mim, uma mulher corajosa, incrível e que me fez acreditar que eu tinha um futuro. Me protegeu dos meus medos, ela era especial.

"Você já vai embora?" Meu pai perguntou estacionado a porta do quarto, meu antigo quarto, as lembranças estavam vividas ali.

"Eu tenho que começar as filmagens do novo filme na semana que vem."

"O que está fazendo?" Perguntou me deixando confuso.

"O que?" Questionei.

"Você e a Astrid, estavam indo tão bem nos últimos meses." As lembranças me deixavam um vazio, eu me sentei na cama, com as mãos cobrindo meu rosto. Eu estava confuso e desesperado demais para saber qual decisão tomar, a pressão de estar no auge da fama me encabulava. "Não sei o que aconteceu, mas você não está bem."

"Não, não estou bem." Apertei os lábios. "Eu não acredito que todas as coisas mudaram porque acreditei que não fosse suficiente para Astrid, que não fosse suficiente para Luka ."

"Você acredita mesmo nisso?" Meu pai sentou ao meu lado, a mão em meu ombro de forma acolhedora.

"Eu..." eu não tinha certeza se estava certo do que acreditava, não tinha certeza de muita coisa do que estava fazendo e nem das minhas decisões. "Eu não tenho certeza." Falei, as rugas no rosto do meu pai se contorceram.

"Então por que tem tanta certeza que não é suficiente para a sua família?"

"Você me mostrou isso." Acusei. "Que eu precisava garantir uma carreira em primeiro lugar em vez de..." Ele ri interrompendo-me.

"Você está errado." Disse. "Uma carreira nunca será mais importante que a família."

"Então como todos esses anos você apenas demonstrou ao contrário?"

"Eu não era homem suficiente, Timothée." Respondeu, demonstrando uma pequena parte sensível dele que eu nunca tinha visto. "Pensei que minha responsabilidade era meu trabalho, que eu devia ser o melhor para conseguir te dar o que você queria. Mas Timothée...eu te criei da pior maneira possível, sem amor, sem a presença de um pai..." Ele apertou meu ombro.

"Eu entendo pai que você lutou pela mamãe e por mim."

"Entende?" Ele disse surpreso.

"Claro, até porque eu vi seu esforço e quero fazer o mesmo." Minha mão pousou em seu ombro da mesma forma que ele fez por mim. "Quero fazer o mesmo pela Astrid e pelo bebê."

"Mas não está fazendo da maneira certa." Ele me pegou de surpresa. "Não está sendo presente quando mais ela precisa. Ela precisa muito de você Timothée."

Minha vida tinha se tornado uma bagunça e incerteza, meu pai tinha razão, eu não estava sendo presente e estava cometendo um dos maiores erros que eu era capaz de cometer.

" Eu sei." Segurei a sua mão e ele a apertou de volta.

"Vou estar aqui se precisar." Disse, se levantando e saindo do quarto, minhas malas ainda não estavam feitas, eu precisava terminar de dobrar minhas roupas até as oito e já eram sete, fechei a primeira mala e respirei aliviado.

Estacionei o carro em frente a casa de Astrid, inseguro meu peito saltitava com uma energia extrema, eu não devia ter vindo, não, eu estou aqui por meu filho para vê-lo, desci do carro com segurança e caminhei até a porta, tocando a campainha. Surpreso, por Hannah ter aberto a porta, ela não sorriu.

"O que diabos você quer?"

"Onde está a Astrid?" Olhei por cima de seus ombros largos.

"Não está aqui, saiu com o Ethan." Levantei as sobrancelhas.

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora