Timothée
Astrid não havia aparecido durante o almoço com a minha família e então pensei que talvez ela quisesse um pouco de espaço entre nós dois, só porque eu estava muito ansioso para começar os preparativos do casamento e de como as entrevistas tem me enchido de perguntas sobre o ocorrido que deixou os Estados Unidos confuso, eu até poderia dizer que estava me casando com Astrid, embora meu pai achasse melhor que eu fosse discreto, eu queria muito que todos soubessem que eu estava me casando de verdade.
Terminei de escolher os horários da minha agenda e me dei um descanso de meia hora no jardim tomando um chá com Hailey. Ela não parecia muito contente com o que estava lendo na internet, ela ergueu os olhos para mim e suspirou. Hailey me entregou o celular.
"Timothée Chalamet é mimado, mulherengo e irritante, uma celebridade sucessiva ao sucesso do pai, ele não seria ninguém se a própria família não fosse dona dos Estados Unidos, ele é só uma criança com medo da vida e que jamais vai crescer, com um casamento fracassado e lamentável, Timothée é só um jovem problemático que brinca com a vida de celebridade." Eu li, levantando as sobrancelhas. "Uau, esse cara não gosta mesmo de mim."
"Não, quem publicou isso trabalha para a Varity." Ela aponta para a nota final da matéria. "Quer que eu descubra quem foi?"
"Não tenho tempo para isso, preciso ver os preparativos do casamento, você sabe onde a Astrid está?"
Hailey cerra os lábios.
"Ela saiu e não disse onde ia." Eu me lembrava bem disso, mas já fazem horas e está quase na hora de ir pra cama.
"Descubra onde ela está." Eu mando e dou meia volta para recorrer ao meu quarto, de alguma forma eu estava muito ocupado, parecia que apenas eu estava interessado no casamento, não que Astrid não estivesse, mas ela andava tão estranha.
"No Steven." Eu arqueio as sobrancelhas ao olhar para trás e ver Hailey olhando o celular. "Ela está com o Steven."
"Por que diabos ela está com ele?!" Eu sem querer acabo gritando, meus punhos se fecham devagar. "Vá buscá-la!"
"Sim senhor." Hailey circula e cai fora do meu quarto, eu queria saber porque Astrid estava com Steven a essa hora e porque ela decidiu procurar por ele enquanto eu estava preocupado com ela o tempo todo. Eu não queria sentir culpa ou ciúmes, mas a verdade que Steven e eu não estamos nos falando e eu sabia muito bem que eles dois estavam juntos por um tempo, bufei com as mãos no rosto e levantei para sair do meu quarto porque precisava sair desse silêncio dos meus pensamentos.
As portas estavam abertas quando desci para o saguão, meu pai estava entrando com todos seus seguranças e assim que notou que eu descia as escadas, ele me chamou.
"Eu queria conversar na minha sala." O tom dele era rígido e profundo, eu apenas concordei e o segui para a sala oval que ficava no segundo andar, a sala era quase um extensão de paredes brancas e uma sacada espaçosa, a mesa grande e oval com inúmeras cadeiras me deixaram intimidado e perdido, me sentei na cadeira da ponta e ele na outra em uma distância agradável. Ele uniu os dedos contra a boca e soltou um suspiro quase ofegante. Estava me deixando preocupado. "Sua mãe e eu vamos nos separar."
Meu rosto ficou incrivelmente quente ao ouvir as palavras diretas dele, eu não quis chorar apesar de meus olhos estarem ardendo, eu não queria ser aqueles filhos que tinham que lidar com a separação dos próprios pais, mas ali estava eu ouvindo meu pai dizer que ia deixar Nicole, o afeto que eu tinha por ela era recíproco e feliz, ela me fez bem apesar de todas as coisas que já enfrentei com ela.
"Sua mãe tomamos a decisão de que você poderia seguir com a sua vida da maneira que quisesse, mas nós estamos realmente tomando essa decisão porque..." meu pai suspirou de novo e soltou as mãos sobre a mesa.
"Isso tem algo a ver com a Gentlyn?" Perguntei indiscreto, meu pai arregalou os olhos e balançou a cabeça depressa.
"Claro que não! Isso não tem haver com ninguém, nós só não estamos felizes." Engoli em seco, era ruim ouvir seu próprio pai confessar que estava infeliz com a vida. "Só queremos garantir de que você cresça bem, daqui alguns meses será seu casamento e quero que assuma a posição correta para ser bom para sua noiva, quero que saiba que está tomando a decisão certa."
Eu não sabia se estava, se o casamento com Astrid não era só um tipo de emoção aleatória que eu estava vivendo.
"Tudo bem." Levanto da cadeira. "Algo mais?"
"Não." Meu pai também se levanta e acena para mim, eu saio da sala deslocado pelos pensamentos que estão me consumindo, eu mal sabia o que estava fazendo e se estava indo muito longe com esse casamento, mas eu não queria ser infeliz como meu pai e também não queria que Astrid fosse magoada, eu não tenho um futuro promissor brilhando lá na frente, então ela teria que me acompanhar nessa jornada intensa de autoconhecimento.
*
Sai para beber as onze da noite, estava no segundo copo de uma bebida com limão e morango, vodca e algo que eu não fazia ideia, mas tinha um sabor exótico, procurei ficar quieto enquanto girava o copo na mão até ser abordado por uma garota.
"Tudo bem? Está sozinho?" Ela sussurra em meu ouvido, apesar da música martelando por toda parte, sua voz parece ainda mais alta dentro do meu corpo.
"Não." Resmungo, bebendo o último gole e colocando o copo na bancada. "Eu só quero ficar sozinho." A garota não se afasta e sua mão desliza por meu pescoço, causando frios arrepios na minha pele, era errado gostar de ter alguém tocando seu corpo novamente, porque já não tinha muito tempo em que eu estava disposto a ter essa sensação novamente, mas eu me afasto e mesmo com toda a insistência dela, eu desabo e começo a chorar como um bebê.
"Você está chorando? Aí meu Deus." Ela resmunga e esfrega minhas costas. "Mais uma bebida para ele." Eu nem sei o nome dela, mas acabo gostando muito do seu gesto e me sinto melhor. Apesar de estar chorando como um idiota, eu limpo as lágrimas e jogo a cabeça para trás. "Toma, bebe tudo." Ela vira o copo na minha boca, limpando as pequenas gotas que escapam pelas laterais. "Isso."
"Obrigado." Sussurro, ela acena. Olho do outro lado do bar e vejo Steven sentado com alguma garota que de longe sei que reconheço aqueles cabelos escuros caindo nos ombros magros, eu me levanto, firmando os passos até a mesa deles, bato a mão sobre a madeira amolecida e os dois levantam as cabeças para conseguir me olhar, Astrid cerra os lábios devagar e ouço ela respirar fundo.
"Por que diabos você está aqui com ele?" Pergunto.
"Timothée, abaixa a voz." Ela pede e se levanta, segurando meu pulso, eu desvio para que Astrid não me toque.
"Você está aqui com ele desde quando? Por que está aqui?"
"Você não manda em mim, sabia? Eu não lhe devo satisfação alguma." Astrid diz.
Passo as mãos nos cabelos, considerando ficar mais calmo. "Eu vou embora e você vem junto." Seguro seu pulso e ela me para, afastando minha mão.
"Eu já disse que você não manda em mim!" Ela grita. "Steven e eu estamos conversando e apenas, não tem porque você reagir assim."
"É cara, relaxa." Steven pede e eu olho para ele como se fosse matá-lo.
"Relaxar? Você quem rouba minha noiva e eu preciso relaxar?" Bato as mãos na mesa de novo. Astrid me puxa para trás e bate a mão no meu rosto, eu pareço acordar de um transe surreal, minha pele começa a arder.
"Você precisa parar com isso, está todo mundo olhando." Ela diz mais baixo dessa vez, eu olho ao redor e as câmeras apontadas na nossa direção, eu me viro e abro os braços.
"Não tem nada para vocês aqui!" Grito e todos eles desviam os olhos depressa. "Se você não vir comigo Astrid, eu juro que..."
"Jura o que?" Ela ameaça se aproximando. "Eu não estou lhe dando a oportunidade de mandar em mim, porque posso me cuidar, sei muito bem." Ela tem razão e eu estou exagerando, dou meia volta e saio do bar, socando uma lata de lixo ao lado da saída, eu mal consigo respirar sabendo que ela está o dia todo com Steven e nem pode me contar que estava se encontrando com ele, isso me chateia mais por ela pensar que não pode confiar em mim de verdade.
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TOMORROW| Timothée Chalamet
Fiksi PenggemarAstrid Davis tem dezoito anos e está no seu último ano da faculdade de jornalismo, quando ela recebe uma nota ruim que pode faze-lá repetir seu semestre, ela precisa provar seu valor em uma nova matéria exclusiva, o momento perfeito chega na férias...