SIXTY EIGHT

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1 ano depois

Timothée

Era uma manhã fria e garoava ao redor da Suíça, pelo menos eu estava aquecido dentro do carro, esperando pelo meu jatinho particular pousar a tempo. Eu me sentia renovado como uma mudança incrível dos dias em que passei completamente longe dos holofotes, era como respirar de novo diante da vida.

"Bom dia." Henry entrou no carro e me entregou um saco vermelho, cheirava a bolinhos amanteigados com açúcar. "Gostei do corte de cabelo." Ele disse, passei a mão pela lateral da cabeça me lembrando que havia cortado o cabelo mais curto, fazia muito tempo em que eu não me sentia bem com meus cabelos muito longos e talvez tivesse sido bem necessário.

"Obrigado." Abri o pacote de bolinhos morrendo de fome e mordisquei um sentindo o sabor do granulado derretendo em minha boca. "Já podemos ir?" Perguntei ansioso, eu não queria admitir, mas estava feliz por estar voltando para casa depois de quase doze meses.

"Podemos." Ele disse e abriu a porta para mim, peguei minhas malas e arrastei até o jatinho a minha espera, o vento soprava com força balançando minhas roupas e arrepiando minha nuca, as portas do avião se abriram e levei as malas para dentro, me aconcheguei nas poltronas brancas, comendo o resto dos bolinhos pronto para voltar para casa.

*

Acordei sendo cutucado por um dos funcionários, limpei os olhos e olhei pela janela, já havíamos pousado em Washington e um carro me esperava do lado de fora, minhas malas foram levadas até a limusine, onde eu entrei com pressa e não notei que havia a presença de alguém ao meu lado, olhei devagar, sentindo o perfume adocicado que eu conhecia muito bem.

"Erica." Resmunguei devagar, ela abriu um sorriso com os lábios vermelhos. "O que diabos está fazendo no meu carro?" Ela segurou minha mão com tanta força que não fui capaz de recuar.

"Eu senti sua falta e pedi para que eles me trouxessem aqui." Explicou devagar. O meu sorriso diminuiu significativamente ao olhar nos olhos dela que estavam cheios de lágrimas. "Eu não fui capaz de ser uma boa namorada, eu destruí você, nosso amor, e agora jamais vou ter você de volta, eu estou sofrendo em ver que você escolheu outra pessoa em vez de mim." Ela gaguejou, e se curvou para chorar no meu ombro. Eu passei meus braços bem devagar por trás de suas costas a apertando contra mim. "Eu sinto muito Timmy. Eu queria ser a primeira pessoa a ver você, por isso pedi que me trouxesse imediatamente. Quando eu soube, fiquei feliz por você."

"Você está estragando meu dia." Eu disse sem ressentimento e ela se afastou, limpando a bagunça de maquiagem em seus olhos. "Erica." Pigarreei. " Eu sentia algo por você muito forte, sinceramente foi algo que nunca havia sentido, você foi meu primeiro amor, mas agora estou amando uma mulher que me fez perceber que o amor é mais do que tivemos, ela me fez perceber que eu merecia uma vida melhor, enquanto você me destruiu."

Erica derramou mais lágrimas e se endireitou no assento, evitando cruzar seu olhar comigo.

"Eu te amava e cometi muitos erros, mas aquela noite na festa significou muito para mim."

Eu não me lembrava exatamente o que aquilo significava, Erica havia me beijado, e eu a deixei como um último gesto de despedida da nossa história, eu esperava nunca mais vê-la diante de mim.

"Eu te amava tanto que acabei causando problemas na sua vida." Erica suspirou escondendo o rosto. "Eu estou tão envergonhada, a culpa foi toda minha por você estar aqui agora."

"Estou indo para casa." A lembrei, Erica levantou a cabeça. "Não foi culpa sua Erica, eu tomei minhas próprias decisões e agora estou disposto a mudar."

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora