CHAPTER SEVEN

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Timothée

Eu presumia que todas as coisas que envolviam a mim davam errado, eu conseguia tirar a esperança das pessoas com meus erros, e lamentava muito por tudo ter terminado desse jeito. Queria muito dizer a Astrid o que estou sentindo nesse momento, os flashs disparam na sua direção e na minha, mal conseguimos enxergar o carro no meio da multidão, sei que alguém segura meu braço e me leva para longe de Astrid, ela é engolida pela multidão e fica cada vez mais distante.

"O que você está pensando?" Minha mãe me empurra para dentro do carro, o barulho cessa, tento abrir a porta do carro novamente, mas ela me impede, segurando meu pulso. "Não é preciso muito para você arranjar problemas de novo." O carro se arrasta pelas pessoas enquanto as vejo pela janela, meu coração está palpitando tão depressa que não consigo respirar.

A mão da minha mãe continua sobre meu pulso, não sei o que ela pretende fazer, mas nunca estive com tanto medo quanto estou agora, não quero que Astrid sofra pelo o que acabei fazendo, nunca deveria ter aberto a maldita boca para contar a amiga de Astrid que estávamos casados. Agora estamos em uma condição que não há saída.

   Com a tela do meu celular aberta, a fofoca na página da Vogue.

Timothée Chalamet se casa com Astrid Davis, uma jornalista amadora do Texas.

  Não sei pelo o que estou calado, deixando que a mídia se aproveite de Astrid com tanto vigor, enquanto estou fugindo de um buraco sem volta. Minha mãe coloca a mão no meu ombro, apertando levemente.

"Isso não é culpa dela." Digo a minha mãe que nem parece me ouvir, dou uma olhada na janela por outro carro ao nosso lado, a janela se abaixa e Astrid acena para mim. Tem um lado meu que deseja proteger essa garota, ela é genuína, não precisa passar pelo meu mundo.

"Para o carro." Eu peço, o motorista olha para mim por cima do ombro. "Eu disse para o carro, porra." Eu salto pela porta de trás, o outro carro para no acostamento e Astrid desce.

"Astrid."

"Oi." Ela sorri, eu seguro a sua mão devagar esperando que não recuasse ao meu toque. "Eu estou apavorada, meu pai não pode nem imaginar que..." Gentlyn sai do carro, se aproximando de nós.

"Temos que ir." Ela diz segurando o ombro de Astrid.

"Para onde vão?"

"Astrid vai voltar para Los Angeles." Gentlyn me responde. Respiro fundo devagar, vai ser a última vez que vou ver Astrid? Por que isso é tão decepcionante ? "Isso tudo piorou porque parece que uma fonte anônima contou detalhes sobre o casamento." Uma fonte anônima, eu nem precisava saber quem era.

"Tudo bem." Tiro a mão de Gentlyn ainda no ombro de Astrid. "Um dia vamos nos ver de novo."

"Eu espero que não." Gentlyn diz atropelando Astrid, ela a puxa para o carro que arranca pela rua, eu me afundo no banco de trás com a minha mãe me observando.

"Você gostava dessa garota?" Pergunta com seu tom de preocupação, eu não iria me abrir e dizer o que Astrid havia disparado em mim.

"Não." Respondo, enfiando minhas mãos nos bolsos. "Quer dizer, não nos conhecemos muito bem." Eu quero me enterrar em um buraco se pudesse. Quanto mais penso em Astrid, meu cérebro parece explodir assustado com esse sentimento esquisito. Eu queria voltar no tempo e ter impedido que tudo isso acontecesse, podia até me dar um soco na cara.

  Como eu me sinto sabendo que Astrid vai sofrer na mão daquelas amigas estranhas, não sei porque ela ainda insiste em ver pureza nelas depois de aquela garota abrir a boca para a mídia inteira.

   Eu tenho um ensaio de fotos em Los Angeles daqui dois dias, teria que voltar e em alguma hora ver como ela está de verdade, Gentlyn não vai me permitir, provavelmente não vou nem respirar perto dela novamente.

"Em menos de duas semanas é seu aniversário." Minha mãe vem caminhando atrás de mim pelo corredor da casa. Fico me sentindo um estranho desde que me mudei para cá, minha vida tem sido tão sem graça. "Espero que esteja em casa."

"Minha agenda está lotada em duas semanas." Eu menciono, sabendo que tenho que mentir para que eles não fiquem muito animados, quero estar em Nova York com meus amigos.

"Eu sei que não está, chequei com Gentlyn hoje mais cedo." Ela para a minha frente, tira o casaco e pendura no encosto do sofá.

"Eu..." eu fico sem palavras, não sei o que dizer então só me afasto da minha mãe e sento perto da bancada onde consigo sentir um frescor melhor. "Sinceramente mãe? O que vocês estão fazendo é ridículo."

"O que?" Ela pergunta, sentando do outro lado. "Proteger você de uma impostora?"

"Ela não é uma impostora!" Minha mãe ri um pouco, queria saber o que ela está pensando de mim.

"Como você sabe? Você não disse que ela não se aproximou primeiro?" Levanto uma sobrancelha, eu não havia dito nessas palavras, essas que ela está gerando por si mesma.

"Não foi exatamente assim." As portas se abrem em um pequeno estrondo quando Gentlyn entra.

"Péssimas notícias." Ela diz. Minha mãe e eu levantamos." lá fora está cheio de jornalistas querendo saber sobre o casamento." Gentlyn esfrega a bochecha. "Eu não sei mais o que fazer, isso não vai parar, não se o Timothée se pronunciar."

"Eu?"

  Ela assente como pensei que faria.

"Eu não vou fazer nada." Dou as costas para ela, a mão da minha mãe me segura e puxa para trás.

"O que ele deve dizer?"

  Eu não vou dizer nada!

"O que é isso? Vocês estão contra mim!" Gentlyn arregala os grandes olhos e suspira, ela caminha elegantemente até mim.

"Eu juro Timothée, eu não posso consertar todas as suas bagunçadas." Ela coloca a mão no meu ombro. " Mas você tem que resolver essa."

"Eu posso dizer isso quando for a entrevista pela Cosmopolitan, nada mais." Ela assente, pelo menos Gentlyn vai me deixar em paz. "Com uma condição."

"Como quiser." Diz, revirando os olhos.

"Eu vou ver a Astrid em algum lugar privado em Los Angeles, pela última vez."

TOMORROW| Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora