Empurro Hannah com a coragem que encontro, e ela cai para trás em um baque raivoso. Eu me aproximo dela, estendendo as mãos."Me desculpa, me desculpa mesmo." Murmuro arrependido de ter feito o que fiz, ela ignora minhas mãos abertas e se levanta sozinha.
"Você é um monstro." Ela cerra os dentes.
"Monstro? Está ficando louca?" Resmungo, seguro seu braço para puxa-la. "Qual é a porra do seu problema?"
"Você preferiu ela..em vez de mim, enquanto eu estava o tempo todo lá." Sua voz era esganiçada e ela diminuía de tamanho. Pigarreio procurando as palavras certas, não posso magoá-la, Hannah é uma garota muito sensível. "Por que?"
"Isso não tem explicação nenhuma Hannah." A puxo para dentro do quarto e fecho a porta. Ela rodopia ao seu redor com as mãos na cintura. "Eu e Astrid somos inseparáveis."
"Não!" Ela grita me assustando e me fazendo ter um sobressalto. " Você não pode me dizer isso, não pode simplesmente me dizer que se apaixonou por alguém como ela."
"Alguém como ela?" Pergunto confuso.
"Tão careta." Ela torce os lábios com nojo.
"Astrid não é careta, é a pessoa mais corajosa que já conheci. Pensei que soubesse disso, pensei que fossem amigas."
"Deixei de ser amiga dela quando ela preferiu você. Eu disse que estava apaixonada e mesmo assim ela continuou...ela..." Hannah começou a chorar, as lágrimas cobrindo as maçãs do rosto. Segurei seus ombros e a puxei para um abraço. Com a mão atrás da sua cabeça, passo os dedos por seus fios longos.
"Para." Pedi, eu não queria que ela se humilhasse por mim, era ruim saber que já estava chorando. "Só para, por favor."
Ela pigarreia e me abraçou mais forte pela cintura. A porta do meu quarto se abre e Hailey entra, tomando um olhar confuso nos olhos, eu a dispenso com a mão. Mas ela continua ali, parada.
"Precisamos ir." Diz, atraindo a atenção de Hannah para Hailey, as duas acenam uma para a outra.
"Podemos ter um tempo?" Menciono para Hailey que solta um suspiro bem longo e concorda.
"Dois minutos." Indica com os dedos e sai. Seguro os ombros de Hannah novamente e ela me olha no fundo dos olhos.
"Vem comigo, vou te levar para casa."
Ela faz que sim com a cabeça.Minhas malas já estão na van ao entardecer, Hailey prepara tudo para sairmos de Nova York e voltarmos para Washington, uma garoa fina começa, e o tempo esfria durante a viagem, Hannah está grudada em mim, com seu braço em volta do meu. O tempo inteiro tento me desvencilhar, mas ela parece cola grudada a minha pele.
"O que diabos aconteceu?" Hailey sussurra baixo para não acordar Hannah. Meus olhos estão pendendo de cansaço, embora eu nem consiga pregar os olhos.
"Nada." Respondo, Hailey não precisava lidar com meus problemas pessoais, não como Gentlyn fazia. Ela fica em silêncio ao assentir e olha pela janela o resto do trajeto.
Ao amanhecer quando pegamos o avião chegamos rápido na casa branca e desfizemos as malas. Hannah foi levada imediatamente para a sua casa e afastada de mim sem nem duas palavras de despedida. Eu quero contar a Astrid o que aconteceu, mas ela acreditaria em mim? Era de sua melhor amiga que estamos falando.
"Você está bem?" Gentlyn pergunta ao notar que estou distante no café da manhã. Mexo o garfo contra o prato encarando os ovos mexidos e o bacon frito.
"Aconteceu uma coisa estranha em Nova York." Engulo o seco. Gentlyn está olhando direto para mim. "A melhor amiga de Astrid me beijou. Eu sei que não estou falando com Astrid, ou ela me odeia ou..."
"Astrid não te odeia." Gentlyn intervém.
"Espero que não." Bebo um gole de café.
"Vou visitar o Luka." Levanto deixando o café intocado, e beijo o topo da cabeça de Gentlyn antes de sair porta a fora. Pego o carro do meu pai aos fundos e cruzo a fronteira para conseguir chegar até a casa de Astrid.
Bato na porta duas vezes, o suficiente para que ela venha depressa e apareça usando o uniforme da cafeteria.
Ela não sorri.
"O que você quer?"
Pigarreio, sentindo a garganta secar.
"Eu vim..."Aponto por cima do seu ombro. "Ver o Luka. Acabei de chegar de Nova York." Ela franze as sobrancelhas e os lábios se abrem com clareza.
"Ele está com a minha mãe."
"Ah." Sopro constrangido.
"Pode voltar outra hora." Ela diz. "Se tiver tempo na sua agenda."
"Eu tenho tempo na minha agenda." Resmungo afetado pela implicância dela. "O que diabos está havendo? Ainda está brava comigo?"
"Você acha?"
"O que?" Pergunto confuso. "E as flores? E a carta que mandei?"
"Acha que vai resolver nossos problemas com cartas e flores?" Astrid ri em tom de deboche aguçado. "Você nunca esteve tão enganado Timothée, não estou chateada porque me machucou, estou chateada porque não foi capaz de me ouvir antes de tirar suas conclusões, Ethan havia me beijando, mas não retribui."
Minha expressão se franze atribuindo um vigor violento de culpa.
"Eu..." Ela ergue a mão para me impedir.
"Estou cansada dos seus impulsos, você está destinado a ficar sozinho." Ela diz próxima demais de mim, seus lábios cospem as palavras diante do meu rosto e me fazem se reprimir. "Porque não tem ideia do quanto sofrimento pode causar em uma pessoa."
"Talvez esteja certa." Respondo engolindo o choro. "Talvez eu não seja tão bom assim quanto você pensou que eu fosse."
"Eu só queria um marido presente." Ela murmura em prantos, lacrimejando. "Um pai presente para o Luka. Nada mais."
Balanço a cabeça e a abaixo devagar.
"Eu sinto muito se não fui presente, sinto muito se tentei de tudo para ser um pai para o Luka da maneira que podia. Mas nada é suficiente Astrid, nada!" Eu grito. "Nada é suficiente para a você? O que quer então?"
Ela fica em silêncio com os lábios espremidos.
"Quer saber de uma coisa Astrid, você está certa, eu não fui um pai para o Luka e não vou pode ser..." dou as costas a ela.
"O que quer dizer com isso?" Ela pergunta aumentando a voz. Eu levo as mãos ao rosto cobrindo minhas lágrimas. "Timothée!" Entro no carro e vou embora, acelerando com os pneus rangendo no asfalto.
Aviso da autora:
As coisas vão mudar um pouco, a história vai ter um salto no tempo de alguns anos e o Luka vai ter uns oito anos. Então a Astrid e o Timothée já vão estar mais maduros cada um para o seu lado seguindo suas vidas, o enredo vai mudar até o final da história deles.
VOCÊ ESTÁ LENDO
TOMORROW| Timothée Chalamet
FanfictionAstrid Davis tem dezoito anos e está no seu último ano da faculdade de jornalismo, quando ela recebe uma nota ruim que pode faze-lá repetir seu semestre, ela precisa provar seu valor em uma nova matéria exclusiva, o momento perfeito chega na férias...