Capítulo 50: O Ritual Elementar

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Carmem, Rebeca, Carlos, Johnny e Fernando chegaram à Nairobi, capital do Quênia, e foram recepcionados por Fábio, filho do Fernando e da Faith, que era a líder do clã Kamau. Carmem olhou o rapaz dos pés à cabeça fazendo sua leitura: "gay, divertido e gosta de deboche". Fábio seguia como um guia, mas sempre soltando piadinhas com Johnny, o namorado mais jovem do seu pai.

−Alguma pergunta? −Fábio se dirigiu principalmente as meninas que estavam bem caladas e aquela foi a deixa da Rebeca.

−Tenho várias! Como você lida com o fato do namorado do seu pai ter praticamente a sua idade? Como aconteceu o triângulo amoroso entre o Fernando, Johnny e a líder do clã? Me diz que tem um monte de casal gay pra eu shippar!

−Garota, você é bem enérgica... Vamos ser ótimos amigos! −Ele exclamou animado quebrando a pose de bom guia −Não houve bem um triângulo amoroso, se tivesse tido um confronto minha mãe os queimaria até os ossos... −Fábio seguiu tagarelando contando toda a história daquela conturbada história amorosa.

−Você está estranhamente quieta −Carlos comentou com sua filha.

−É estranho, sabe? Já estava acostumada a nossa família ser só nós, e agora descobrimos que fazemos parte de um clã mágico? Da última vez que me envolvi com magia... eu morri.

−Isso é diferente, querida. Meu sonho sempre foi ter uma família, e já consegui isso com você. O que viemos fazer aqui foi descobrir nossa ancestralidade. Não precisamos manter relação com essas pessoas se não quisermos.

−Não manter relação? Falou o cara que fez um ménage com os dois primos recém descobertos.

−Carmem!

−Eu menti?

Não demorou para eles chegarem à sede do clã, um templo enorme e que estava lotado de pessoas. Foram inúmeras cumprimentar o Fernando, inclusive algumas crianças e jovens bastante agradecidos, pois tinham sido resgatados por ele e inseridos ao clã. Dois rapazes idênticos muito bonitos se aproximaram fazendo a Carmem cogitar uma orgia entre primos. Fábio bateu boca com um deles, Fey, o gêmeo desbocado, mas abraçou Fagner, o gêmeo mais contido. Carmem, Rebeca e Carlos seguiram conhecendo muitas pessoas, nomes e rostos de mais para lembrar. Mas teve duas que foram bem memoráveis.

−Olha se não são minhas sapotonas favoritas −Fábio já as cumprimentou assim.

−Oi viado metido a curandeiro. Já conseguiu curar as pregas do teu cu? −Foi a resposta de uma garota asiática e em seguida os dois caíram na risada e se abraçaram.

−É muito bom te ver aqui, Meiling.

−Você sabe que adoramos uma polêmica −Disse a outra garota de pele retinta e brilhante −A paz foi selada, mas muita gente ainda fica com o nariz empinado quando me vê namorando com uma Li e ainda mais com a líder deles.

−Pessoal, essas são Faika, nossa prima, e Meiling, minha amiga.

Os novatos ouviram a história da guerra milenar entre os clãs Kamau e Li, mas que recentemente haviam selado a paz. Ainda assim, Meiling, que parecia muito jovem para ser a líder de um clã, carregava consigo os anéis da guerra, itens de extremo poder que facilmente a tornavam a pessoa mais poderosa dali. A não ser talvez por Faith, a líder dos Kamau. A paz realmente devia estar selada, já que Meiling estava ali sem nenhuma escolta. Mas algo em todo aquele papo chamou a atenção de Carmem.

−Fábio, você é um curandeiro?

−Mais ou menos, estou estudando técnicas de medicina clássicas e alternativas. Mas na verdade uso meu poder da água em forma de cura −Ele mostrou seu pingente de concha −Meu elementar da água é muito poderoso. Acho que um dia poderei curar qualquer ferimento, doença ou maldição.

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