Capítulo 07: A Primeira Festa (Parte Dois)

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Estudar da Universidade do Rio Branco era um sonho realizado para o Zeca que queria ser algo diferente e não o Zé Caralho arauto de uma entidade cósmica. Ele não era humano, fazia parte de uma raça que tinha o lugar do nariz outro pênis. Felizmente Solaris, seu mestre, permitiu que ele trilhasse um caminho diferente e ainda lhe lançou um feitiço que fazia com que seu nariz tivesse a aparência normal, mas apenas durante o dia.

Zeca normalmente era pessimista, mas isso se revelava de modo positivo, pois quando já se espera pelo pior, quando a melhor coisa boa acontece, se torna uma feliz surpresa. Ele já tinha se conformado em não ir para a primeira festa da sua turma, mas alguém bateu na porta e seu colega de quarto foi abrir avisando-o para pôr a máscara.

Uma parte do Zeca ainda queria ir para a festa mesmo que fosse mascarado, no entanto iria ser taxado de esquisito. Provavelmente ele teria que esperar que alguém desse uma festa a fantasia para que ele pudesse ir. O que Zeca não esperava era que uma dupla batesse em sua porta levando a festa até ele. Aduke e Tom disseram que gostavam mais de festas menos lotadas.

–Vimos que vocês iam ficar no dormitório e viemos perguntar se não querem se divertir nós quatro –Perguntou Aduke tirando uma garrafa de vodka da bolsa.

–Vou te responder assim –Disse Rafael pegando uma outra garrafa de sua mala.

Um quarteto improvável faria sua própria festa no dormitório. Zeca ficou muito feliz por aquilo. Eles começaram tomando drinks e ouvindo música, Zeca ficou feliz pelos os outros dois não questionarem sobre sua máscara, todos ficaram apenas conversando, rindo e se divertindo.

–De onde vocês se conhecem? –Aduke perguntou.

–Eu entrei no quarto dele e o vi batendo punheta. Depois ele veio e me abraçou achando que eu era o pai dele –Zeca contou.

Rafael deu um grito chocado com o resumo que seu amigo fizera. Aduke e Tom se olharam confusos e depois caíram na risada. Tom não costumava rir daquela forma espalhafatosa, mas aquela história era muito louca.

–Assim você me mata de vergonha, Zeca!

–Você tem vergonha de mim?

–Não! Jamais –Rafael o abraçou –É que você resumiu de mais.

–Por favor, não explica, deixa a gente rir mais um pouco dessa história –Pediu Aduke caindo na risada.

–Já que é assim, que tal jogarmos verdade ou consequência para nos conhecermos melhor?

A oferta de Rafael surtiu um efeito estranho na outra dupla, ambos sentiram-se atraídos pelo rapaz. Aduke mordeu o lábio inferior e sacudiu a cabeça positivamente, já Tom estranhou aquela sensação, ele era hétero, nunca tinha sentido atração por um cara daquela maneira.

–Você tem alguma habilidade de influência? –Tom perguntou.

–Não é assim que o jogo funciona –Rafael respondeu sorrindo –Mas eu e o Zeca só vamos jogar com uma condição: vocês não vão pedir pra ele tirar a máscara.

Aquela condição só fazia atiçar ainda mais a curiosidade da dupla vinda da Transilvânia, ainda assim, ficaram empolgados com o jogo. Zeca nunca tinha jogado aquilo e acabou sendo o primeiro a girar a garrafa que parou diante da Aduke.

–O que eu faço agora? –Ele perguntou confuso.

–Você pede pra ela escolher verdade ou desafio. Se ela escolher verdade, você pode perguntar qualquer coisa, caso ela escolha desafio, você a manda fazer alguma coisa –Rafael explicou.

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