Capítulo 74: Apocalipse

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Os sete alunos de arqueologia ficaram diante da Caixa Cósmica, cada um segurando um fragmento da chave mágica. Ao redor deles estavam as três Calamidades, Cuca, Crisaor e Cícero, além de Vanya e do petrificado Jacob cuja transformação começara a se desfazer.

–Perdi muita coisa? –Ele perguntou com a cabeça em carne e osso e o restante do corpo ainda em pedra.

–A melhor ou a pior parte vem agora –Vanya respondeu –Vão abrir a porcaria daquela caixa.

A maioria das pessoas se afastou do quarteirão que estava repleto de crocodilos humanoides e criaturas feitas de sombras. Numa das lojas estavam o professor Peter e o desacordado Carlos que começara a recobrar a consciência.

–O que aconteceu?

–Um dos inimigos arrancou seu braço e a Rebeca usou o sangue dela pra gruda-lo de volta. Agora estamos no clímax dessa loucura –Peter explicou o ajudando a se sentar.

Não dava pra saber o que aconteceria quando a caixa fosse aberta, mas Cris resolvera acreditar que algo de bom viria daquilo.

–Seja o que tiver de ser. Aceito o destino –Cris ergueu o braço e o fragmento da chave brilhou em sua mão e voou pra dentro da fechadura.

–Droga, eu não ensaiei uma frase de impacto! –Queixou-se Rebeca sem tempo de falar mais nada, pois o segundo fragmento voou de sua mão –Espera! Pelas crianças! Eu gritei, todo mundo viu. Valeu. Valeu.

–Pela vida –Carmem foi curta, mas suas palavras carregavam o peso de sonhar com uma vida longa ao lado de sua namorada doidinha. Assim, o terceiro fragmento entrou na fechadura.

–Pela chance de rever meus pais –Helena desejou de todo o coração o poder de reviver seus pais. O quarto fragmento seguiu seu rumo.

–Pelo caminho que escolhi –Disse Zeca que estava de mãos dadas com o Bae e com a outra erguida deixando o quinto fragmento voar.

–Pela história –As palavras de Bae carregavam seu sonho de ser um arqueólogo. O sexto fragmento voou.

–Pelos meus amigos –Antony desejou que todos ficassem bem.

Assim que o sétimo fragmento entrou na fechadura ouviu-se um estrondo e no segundo seguinte a Caixa Cósmica se abriu criando um turbilhão deixando sair tudo que ali estava trancado. Rochas que formavam a caverna onde o cálice divino estava escondido voaram para todas as direções, assim como morcegos gigantes do tamanho de aviões que imediatamente foram pra longe sedentos pela liberdade depois de milhares de anos presos.

–Onde está o cálice divino? –Vanya gritou se protegendo das rochas ao lado de Jacob cujo o corpo deixara de ser de pedra.

–Onde está nosso mestre? –Perguntou a Cuca.

Quando a confusão sessou, formou uma vasta nuvem de poeira. A silhueta de uma criatura gigante caminhou até os observadores e ao emergir para a luz relevou-se como uma mulher trajando uma armadura de esmeraldas e montada num enorme bode.

–Vitória! –Gritaram Bae e Helena.

–Ela está viva! Irmã! –Vanya nunca imaginou em chorar de emoção ao ver sua irmã mais nova. A dor de perder seu pai e seu irmão no mesmo dia, se abrandara um pouco ao saber que sua irmã estava viva.

–Ótimo, ninguém lembra de gritar o nome do bode –Queixou-se Minos, o fauno.

Os alunos correram para se aproximar de Vitória, mas se assustaram quando o bode gigante rosnou e cuspiu fogo verde fazendo todos se afastarem.

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