Capítulo 31: Convites

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Após o incidente do incêndio no baile, Carmem, Rebeca, Carlos, Fernando e Johnny voltaram para o Bar da Gaiola.

-Por que você nunca me contou que tinha poderes? -Rebeca comentou mais animada do que chateada com a possibilidade da namorada ter lhe escondido algo.

-Eu achava que meu único poder era ser gostosa, mas pelo jeito estava errada.

-Nossa, quanta confiança -Johnny comentou rindo da garota.

-Meu Deus! -Rebeca exclamou -Não me diga que você é uma Power Ranger, Carmem!

-Não, amor. Eu não sou uma Power Ranger -Carmem respondeu o óbvio, mas depois olhou sem muita certeza para os primos -Ou será que eu sou?

-Não, Carmem. Os Kamau não são Power Rangers -Fernando garantiu.

Todos se sentaram, Carlos ficou abraçado à filha.

-Meu sonho sempre foi ter uma família feliz, e finalmente conquistei isso. Carmem, se não quiser se envolver com essa história de clã Kamau, terá meu apoio.

-Pai, você sabe que gosto de ir até o fim das coisas. E se tem magia no meio, quero saber se é possível prolongar a minha vida.

Carlos arregalou os olhos ao ser pego de surpresa. Fernando e Johnny se olharam sem entender, Rebeca suspirou.

-Você sabe? Você se lembrou do que aconteceu?

-Não, mas descobri a verdade quando viajamos para o Reino Selvagem. Eu gosto muito de viver, então quero descobrir como viver mais do que minha data da morte.

Carmem contou para seus primos como morreu sendo sacrificada num ritual, mas depois foi revivida, entretanto viveria apenas mais 37 anos.

-E então, vocês podem me ajudar com isso?

-Eu... -Fernando ficou pensativo -Não acho que seja algo impossível. Talvez alguém no nosso clã possa ajudar.

Carmem, Carlos e Rebeca sorriram animados e se abraçaram. Johnny sorriu olhando para aqueles três. "Eles são mesmo uma família".

-Primeiro deixem-me explicar sobre o clã Kamau -Fernando abriu uma caixinha revelando quatro pingentes: uma pena, uma concha, um cristal e uma salamandra -Esses são os quatro símbolos do clã Kamau que representam o vento, a água, a terra e o fogo. Deste modo, somos conhecidos como descendentes dos elementares. Cada um de nós nasce sobre a proteção de um elemento que nos é revelado através de um ritual, alguns obtiveram seus poderes fora do ritual, mas o método mais seguro é fazê-lo da forma tradicional.

-Vão por mim, é realmente mágico! -Johnny contou tocando seu próprio pingente de salamandra. Não só por ganhar um poder elementar, mas também... Eu passei minha vida em reformatórios e até na cadeia, nunca tive uma família ou um lar, mas quando o Fernando me salvou e me levou para os Kamau finalmente pude me sentir acolhido e feliz pela primeira vez na vida.

Carlos entendeu que ele e Johnny tinham muito em comum, ambos tinham se perdido do clã. Johnny aceitou seu caminho para aquela família. E quanto ao Carlos? Ele deveria aceitar?

-Eu dedico a minha vida a procurar pelos filhos que se perderam -Contou Fernando -Consegui localizar o Carlos e tive a feliz surpresa de descobrir que ele tinha uma filha. Vocês dois são Kamau e são muito bem vindos ao nosso lar.

-E sobre a parte que me ajudam a prolongar minha vida? -Carmem estava empolgada com aquela história, mas estava mais interessada em continuar viva.

-Podemos descobrir sobre isso na próxima reunião do clã Kamau que ocorrerá daqui à uma semana. Vocês topam vir conosco para Nairóbi no Quênia?

-A Rebeca pode ir junto? -Carmem perguntou como se estivesse impondo aquela condição.

-Ela é muito bem vinda.

-UHUU!!! Viagem em família! -Rebeca gritou animada.

Obviamente eles aceitaram. Em breve os três viajarão, Carlos e Carmem passarão pela cerimônia onde ganharão seus pingentes. E também buscarão uma forma de ajudar a Carmem a viver mais tempo.

Quando o baile encerrou, a família real teletransportou para o castelo voador pedindo que Vitória levasse o Pika até lá no dia seguinte.

-Será que a Helena conseguiu? -Vitória perguntou para os garotos.

-Meu irmão estava com ela, tenho certeza que os dois devem estar bem -Bae respondeu convicto. Ele olhou pra cima e se lembrou do irmão lutando loucamente e saindo todo machucado. Sua certeza de que ele e a Helena estavam bem vacilou -Pika, sei que você tem muito no que pensar, mas... A gente devia ter ido com a família real. A Helena e o Fu ainda podem estar lá.

-Você tem razão! Eu estou meio lento. Tem tanta coisa na minha cabeça. Eu vou voar até lá e procurar por eles.

-Não precisa disso. Venham comigo, vamos usar o teletransporte -Disse Vitória.

E assim o trio teletransportou para o castelo exatamente um minuto após a família real e os pegaram no meio de uma conversa.

-Eu vou te explicar tudo, amor. Pika é um de nós, ele...

-Ele está aqui -Disse Vitor apontando para o trio.

-Hum? Pensei que só viriam amanhã -Disse o rei dando um sorriso gentil, mas ainda tentando entender o que sua mulher queria dizer com "o Pika é um de nós".

-Pai, nós mudamos de ideia -Vitória se adiantou -Resolvi dormir no castelo, mostrar meu quarto pros meus amigos.

-VOSSA ALTEZA! -Um guarda se aproximou ofegante -Temos invasores no castelo! Nós íamos emboscá-los, mas a princesa Vanya nos proibiu de se aproximar e foi cuidar deles ela mesma! Ouvimos sons da batalha e estamos preocupados!

-Vanya! -O rei rosnou -Aquela garota gosta mais de lutas do que qualquer outra coisa.

-Será que ela está bem? -Alana perguntou preocupada.

-Não se preocupe -Os olhos do rei ficaram brancos e ele levitou diante de todos. Os céus trovejaram em resposta aos seus poderes psiônicos -Se alguém machucar um dos meus filhos, o reduzirei a cinzas!

Bae e Pika se olharam preocupados, Helena e Fu estavam em apuros.

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