Reino Unido do Acre

Capítulo 61: Despedidas e Profecias

O dia amanheceu e as aulas pareciam que seriam normais, mas só pareciam mesmo, pois o professor Peter Sales anunciou a desistência da Aduke Dahomey.

−Como assim?! −Helena exclamou chocada e ficando de pé −Ela é a minha vice! Como é que ela desiste do curso sem me comunicar nada?

−O que me foi informado foi que a Aduke reencontrou a mãe e resolveu ir morar com ela −Peter repassou a informação −Isso não é tudo.

−Professor, deixa que eu falo −Disse Ítalo ficando de pé e indo para a frente da turma.

−Lá vem besteira −Cochichou Bae ao lado da Vitória que deu uma risadinha concordando que vindo do Ítalo só podia ser besteira.

−A Aduke não foi a única a desistir, hoje será meu último dia. Irei embora amanhã.

Aquela notícia pegou quase todos de surpresa, apenas Cris sabia daquela decisão. Antony abriu a boca, mas voltou a fecha-la sem dizer nada. Ele olhou pra baixo sentindo-se estranho. "Ele vai embora? Como assim?". No início do ano ele tinha desejado milhares de vezes que o encrenqueiro desaparecesse, mas agora era diferente.

−Como assim você vai desistir, cara? −Bae perguntou chocado, principalmente depois de descobrir que Ítalo era o aluno com as melhores notas.

−Só fiz esse curso para agradar meu ex-pai.

−Ex-pai? −Muitos perguntaram.

−Eu fui deserdado pelo duque Torres e também descobri que ele não é meu pai biológico −Ítalo seguiu contando aquilo com tanta leveza que surpreendeu a todos −De todo modo, o que tenho a dizer pra vocês é um pedido de desculpas por ter sido tão ácido. Confesso que fui um péssimo colega de classe. Tentarei ser uma pessoa melhor e prometo ser muito mais gentil se nos encontrarmos novamente −Ítalo vez uma reverência −Obrigado por tudo.

Ninguém levantou para abraça-lo, todos estavam perplexos com aquelas revelações. Ítalo não queria sair sendo odiado e nem deixando um clima estranho, então planejou seu ato final e o executou.

−Espero que todos aqui sigam seus sonhos, vivam do jeito que quiserem e tenham sempre... −Ele brilhou ao gritar −ORGULHO DE FADA!

Aquela transformação chocou aqueles que não sabiam de nada, principalmente o professor que caiu pra trás de bunda no chão. Antony e Cris puxaram uma salva de palmas.

−Ele é uma fada selvagem? −Perguntou Kor que pensava que por ter entrado depois na turma era o único que não sabia daquilo.

Após a aula cada um dos alunos foi se despedir devidamente de Ítalo. Zeca o abraçou apertado e pediu para tirar uma foto de recordação. Cris ajudou o Ítalo a arrumar as malas e o acompanharia no dia seguinte até a rodoviária.

Alguém bateu na porta de Ítalo quando ele estava sozinho.

−Antony?

−Não vá embora! −Antony exclamou entrando e fechando a porta atrás dele.

−Eu já me decidi.

−Meu pai me ensinou que não devemos deixar de dizer o que sentimos, porque depois pode ser tarde demais.

−Seu pai parece ter bons conselhos.

−Sim, e ele me manda mensagem todos os dias me lembrando de comer banana pra manter minha saúde, mas isso não vem ao caso.

Antony estava falando muito, mas precisava tirar aquilo do peito.

−Eu te odiava, mas agora gosto de você. Não quero que vá embora. Quero que apareça no meu quarto pra jogar conversa fora, que fique me escolhendo pra fazer parte da sua equipe nos trabalhos fingindo que não gosta! Não estou pronto para te dizer adeus.