Capítulo 04: A Eleição

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Helena Gray acordou bocejando e olhou para a cama ao lado onde dormia sua colega de quarto, Aduke Dahomey, que tinha a deixado com a pulga atrás da orelha. Helena se levantou na ponta dos pés e foi olhar mais de perto um quadro que sua colega tinha pintado representando a deusa africana do amor, Erzulie Dahomey.

"Aduke imaginou esses traços ou ela realmente sabe como essa deusa se parece?" Helena se perguntou mentalmente. Ela olhou para a outra dormindo e disse em voz baixa:

–Eu sei que deuses existem de verdade.

Helena era brasileira, mas passara a maior parte de sua vida no Canadá, ela sempre fora fascinada por mitologias, em especial a grega. Há algum tempo se deparou com um estudo pouco conhecido que defendia que cada mundo poderia ter milhões de deuses, mas apenas um deus supremo. Aquilo a deixou super empolgada para descobrir quem era o deus supremo do seu mundo, mas o estudo chegou a uma conclusão: Tal deus ainda não surgiu.

Na maioria das mitologias os deuses nascem com sua imortalidade e poderes, mas em algumas eles começam como simples humanos e conseguem se tornar deuses.

Helena escovou os dentes e mais uma vez se perdeu em seus pensamentos enquanto olhava seu reflexo. Há uma lenda sobre um cálice que possui a divindade suprema de cada mundo, se aquilo fosse verdade, este cálice apenas não foi encontrado ainda.

–O único lugar onde ainda não procuraram é aqui no Reino Unido do Acre –Mais uma vez ela pensou em voz alta.

Eis o objetivo da moça dedicada, ela quer se tornar a deusa suprema da Terra 13. Para tal resolveu se tornar uma arqueóloga, mas era inteligente o bastante para saber que muitas informações seriam escondidas dos estudantes, então ela precisava subir na hierarquia para acessar o conhecimento que a ajudasse em seu objetivo.

–Hoje é a eleição e eu serei a líder da turma!

Helena achava uma piada acreditar que os maiores especialistas do mundo iriam para um novo país apenas para ajuda-lo a se erguer. Ela acreditava que talvez até mesmo a independência do Acre fosse um jogo onde poderosos buscavam pelo cálice ou por outras riquezas e poderes.

Cerca de meia hora depois, todos estavam na sala de aula e o professor Peter estava empolgado, como sempre.

–Alunos, hoje quero mostrar pra vocês o mapa do Reino Unido do Acre.

–Professor, mas e a votação do líder de turma? –Helena perguntou preocupada e ansiosa.

–No final da aula, querida.

–Helena, eu troco meu voto por um beijo –Ítalo nunca perdia a oportunidade de implicar.

–Por que não beija o seu amigo? Já que vocês não desgrudam –Ela rebateu.

–Me deixa fora dessa –Reclamou Cristian que não compactuava com as implicâncias do amigo, mas também não fazia nada pra impedir.

–Que infantil –Resmungou Antony ao lado da amiga.

–Resmungou alguma coisa, balofo? –Perguntou Ítalo irritado e depois chutou a cadeira dele por trás.

–Chega! –O professor interviu.

Aduke e Tom se olharam e reviraram os olhos entediados com aquela situação.

–Esse Ítalo é um babaca, você devia sugar o sangue dele –Aduke brincou.

–Eu teria uma intoxicação alimentar –Tom respondeu sorrindo. Quando ele se alimentava ficava muito mais animado e radiante –E você sabe que não bebo sangue.

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