2 - O Xeique

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Tales

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Tales

— Vamos logo com isso aí. Que não tenho o dia todo. Em cinco minutos vou começar a atirar e não vai der pra cima.  Bora!

—  Calma chefe. Já estamos terminando. Dois minutos e já podemos seguir. — Um moleque que não deve ter nem 17 anos e muito assustado tenta me deixar mais calmo.

— Pede calma mais uma vez e veja o que acontece. —Aviso olhando em seu rosto.

Nessa missão, eu trouxe alguns mais experientes e uns 5 menor aprendiz.  Quer crescer no crime? Tem que ter respeito, mas não pode tremer de medo.

É uma operação simples. Um carregamento de drogas que chegou das fazendas do Mato Grosso e vamos distribuir nas favelas do Rio. Coisa pouca, só pro final de semana.

Vamos fazer umas festas, mostrando os novos integrantes do Os Corvos. Fazemos negócios com o mundo altamente,  mas não abrimos mão das favelas, eu por exemplo  lido com a logística do transporte de drogas e armamentos.

Sou filho de traficante, tenho 31 anos e cresci em meio ao crime, nada mais normal que seguir o mesmo caminho que meu pai.  Estranho seria se eu virasse padre.

Meu velho morreu faz 9 anos, numa troca de tiros com a polícia. Eu tinha vinte e dois anos e lutei ao lado dele pelo morro, ganhamos a luta, mas ele caiu do meu lado, não gostava se usar colete, dizia que na vida  cada um tinha seu destino e uma bala atravessou seu peito.

Assumi uma grande responsabilidade. Como eu consegui isso? A organização estava passando por uma reestruturação, abrindo negócios com facções de outros países. Eu executei muitos que eram contra.

Hoje, nós atuamos praticamente em todo o mundo. Não dava pra continuar como estava. Era uma bagunça,  saímos de facção para crime organizado, até mais estruturados que muitas empresas.

O fato é que tinha muita gente atrapalhando a nossa expansão. E no crime você não pede licença e um comando de volta pra pessoa. Você o toma pra si.

Eu organizei uma limpeza nas principais favelas do Brasil, eliminando quem era dispensável e retomando o controle. Com isso, eu cresci em respeito e poder. Eu passei a ser o estrategista dentro da nossa organização.

Meu rosto não é procurado pela polícia, tenho ficha limpa. Eu sou um criminoso com proteção. Transito nos morros e nas festas, no asfalto.

Eu não tiro fotos  nem pra fazer documentos. Todos na favela sabem, vivo nas sombras, ninguém ousaria fazer algo do tipo. Sabe que morreria sem chances de negociação.

Decido quem serão os candidatos que vamos financiar nas eleições e que serão nossos representantes dentro da política e faço a ponte entre o nosso grupo e os novos possíveis parceiros de negócio.

Pra chegar onde eu cheguei, tive que mostrar sangue frio, matar quem de opusesse às minhas regras e ser linha dura. Ou você faz isso, ou termina indo parar numa vala. Então mandei eles, em vez de mim.

Sem Saída: Crime Organizado Onde histórias criam vida. Descubra agora