56 - Nosso Sim

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Glória

Eu sempre tive um sexto sentido aguçado e sabia que meus pressentimentos não eram algo a ser ignorado.

Devido ao meu casamento, acabei insistindo que fosse pela data e tudo não passava de nervosismo, mas no fundo, eu sabia que algo estava errado.

Assim que o Sorte entrou, eu tive essa certeza.

- Pegaram o Xeique. - A frase fez meu coração dar um solavanco, meu corpo recebeu uma descarga de adrenalina, meus pelos arrepiam e minha boca secou. Quase fui ao chão.

Aquilo tudo parecia um pesadelo. Não poderia ser real. Não era isso que tinha imaginado nem nas piores hipóteses.

Eu não estava preparada para algo tão duro. Perde-lo era inegociável. Uma vida sem ele, não fazia sentido.

- Glória, minha filha, vem, sente-se aqui. - Ouço a voz distante, da minha mãe.

- Pegue uma água para ela. - Alguém falou, mas não sei dizer quem era.

- Pega aqui. - A manicure, gentilmente me entregou um copo.

- Glória, fala comigo, olha pra mim. - O copo é arrancado de fotma agressiva, da minha mão, pelo Sorte.

- Está maluco, Sorte? - A Tainá da uma bronca nele. Percebo que mais homens estão na sala e alguém segura o braço da moça que me ofereceu a água.

Respiro fundo e pisco algumas vezes. - O que está acontecendo aqui? - Pergunto num fio de voz.

- Levem ela daqui. - Gordo fala e olho para frente e vejo minha sogra e cunhada abraçadas e chorando.

Ele se aproxima de mim e se abaixa. - Ei, o Xeique está bem. Pegue uma água pra ela, amor, pode fazer isso? - Ele fala com a Tainá, que sai rapidamente.

- O que aconteceu? Porque disse que ele foi pego e agora quer me convencer do contrário?

- Ele não foi pego, mas levou um tiro na perna, está bem e logo estará aqui. - Tainá volta com a água e pego o copo com as mãos trêmulas.

- Não me esconda nada, como ele realmente está, e porque levou a moça que fez minhas unhas?

- Ela estava aqui pra facilitar que te levassem.

- Quem faria isso? Porque me levar? - Olho para ele, completamente perdida na conversa.

- O Xeique vai te explicar melhor, mas tem a ver com o Russo. - Ele fala e sinto uma pavor.

- O primo da Nastia? Ele queria me levar?

- Sim, mas seu noivo já deve tê-lo abatido. Precisei fingir que o plano dele estava dando certo, até pegar os homens que estavam escondido aqui perto, esparando o sinal da mulher.

- Meu filho está realmente bem? - Minha sogra interrompe nossa conversa.

- Eu garanto que ele está bem, incomunicável, mas ele logo chega e vai explicar tudo. Agora eu preciso ir terminar minha missão. Os homens vai ficar aqui nessa sala com vocês até voltarmos. Não saiam da casa em hipótese nenhuma.

Ele se retira da sala, após um pequeno carinho na Tainá. Ficamos alguns segundos em silêncio.

Depois começamos a conversar e tentar entender o que havia acontecido.

Quase uma hora depois, meu homem entra pela porta, sendo amparado pelo Bodão.

Corro em sua direção e me jogo em seus braços, dividindo o espaço com minha sogra e cunhada.

- Nossa, mas que recepção calorosa. - Ele fala sorrindo.

Após abraços e sabermos superficialmente o que tinha acontecido, subimos para nosso quarto.

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