30 - Quem sou?

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Xeique

Depois de matar mais uma vez o desejo da minha mulher insaciável, descemos para um restaurante que fica no saguão

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Depois de matar mais uma vez o desejo da minha mulher insaciável, descemos para um restaurante que fica no saguão. Comemos num silêncio gostoso e depois fomos para a área do bar.

- Vamos ficar aqui dois dias, e descemos para Goiás.

- Minhas coisas ficaram todas lá.

-Estão no carro, amor. Vamos aproveitar a cidade e sair? Mais tarde meu pessoal chega e terei mais homens em sua proteção. Você não queria conhecer uma boate? Vou pesquisar alguma aqui.

- Você pode? - Ela pergunta baixinho.

- Não sou fixado, é que no Rio, pode ter gente me vigiando, tomo mais cuidado, mas eu sou um empresário quando estou no asfalto.

- Você usa identidade falsa? - Ela pergunta com olhos arregalados.

- Sou do crime organizado, dono de morro, traficante, mato uns filhos da puta de vez enquanto, e sua preocupação é um documento falso? - Sorrio do seu jeitinho inocente.

- Eu não sou desse universo do crime, então, tudo é meio assustador. Mas que nome você usa aqui, se formos parados?

- Tales Soares, meu nome. Aqui, na cidade, sou empresário, minhas empresas de lavagem de dinheiro, são reais, registradas.

- Você é muita coisa errada, Tales, isso sim. Tô muito mal arranjada, né? - Confirmo sorrindo.

- Quero te proporcionar esse momento antes de viajar pra essa missão. Te levar pra algum lugar, se essa for sua vontade.

- Porque eu tenho a estranha sensação de que você está fazendo essas coisas como uma despedida? Não tô gostando desse seu tom saudoso.

- Não se engane, essa vida é matar ou morrer.

- Então, eu só quero ir a boate quando você voltar. Promete que voltará pra mim? - Ela me abraça forte.

- Não posso te prometer isso, mas eu farei todo possível para voltar pros seus braços e te levar pra dançar. Mas muda essa carinha.

- Eu fico preocupada. Será sempre assim? - Pergunta e beija meu rosto.

- Se eu vendesse seguro de vida, seria diferente, mas seu homem leva uma vida meio louca. - Ela mostra a língua e eu abocanho sua boca.

- Mas e quando tivermos nossos filhos, eu não vou aguent-...
- Ela para de falar. Parece constrangida. - Desculpa, eu acho que me empolguei.

- Vem aqui. - Trago ela para o meu colo. - Porque parou de falar sobre nossos filhos?

- Você nunca falou sobre isso. A gente só tá junto há uns dois meses.

- Você quer ter filhos comigo? - Ela me olha com uma carinha tímida.

Sem Saída: Crime Organizado Onde histórias criam vida. Descubra agora