Sem Saída: Crime Organizado

18 - História encomendada

Xeique

Quatro semanas antes.

Preciso resolver a situação com o russo desgraçado. Ele está me colocando contra a parede. Ou eu assumo um relacionamento com a puta da filha dele, ou ele divulga apoio ao maior braço direito do Sancho que é o mesmo que apoia-lo.

O México é uma pedra em meu sapato, sempre em cima do muro, mas todos no Os Corvos, sabem que se não derem cabo do colombiano, ele exporá a organização. Preciso do apoio mexicano.

O problema é que ninguém teve colhões o suficiente para admitir que ele precisava ser neutralizado. Ele é radioativo, impulsivo e imprudente. Três características que destoa completamente de quem busca passar despercebido,

Tem muita gente no grupo que se descoberto, seria um escândalo e um prato cheio para a justiça de vários países, para a nossa, então, nem se fala. E como eu, do grupo do Brasil, e representantes da Itália, Ásia, decidimos pressionar a diretoria, e o expulsamos e agora precisamos elimina- lo. Ele é um arquivo vivo e precisa ser mandado para o espaço negro.

E o russo que não é bobo, vendo a dança das cadeiras na diretoria, resolveu me apoiar, mas em troca, o desgraçado me colocou uma condição. Casamento com a Nastia.

O velho está com os dois pés na cova, só falta cair. Enfisema pulmonar. Ele não tem outro filho para assegurar a continuação do legado dele dentro do crime.

A Nastia não se interessou pelos negócios da família por um bom tempo, e agora precisa de apoio mostrar que o grupo russo não está desmoronando.

E desde que descobri o interesse do Sancho em tomar de mim, as regiões que eu comando, meu empenho em eliminá-lo, aumentou.

Depois de ter passado a noite com a Goiana, recebo uma ligação do russo. Isso logo depois de pegar os homens do Sancho na saída da favela.

Na segunda me reúno com os russos no hotel e resolvo aceitar a proposta do velho. Mas com uma condição, só me caso depois de ter eliminado o problema.

A ideia de ser encurralado para me casar com essa filha de uma puta, não me agrada, a vontade é meter uma bala na cabeça daquele merda do pai dela. Mas seria suicídio. Todos se voltariam contra mim.

Eu sei que a Nastia não hesitaria um segundo em me mandar pro inferno, o que no caso é, me entregar de bandeja para o Sancho, se isso fosse de alguma forma, lucrativo para ela.

Ela é jovem, tem 26 anos, inexperiente em como lidar com o crime organizado, mas é má e sem compaixão, igual ao pai. Porém, é mortal, como qualquer outro ser humano, e ela pode ter certeza, que uma bala vai encontra-la na hora certa.

Eu tenho pessoas infiltradas em todos os grupos. Eu fui encarregado de organizar e estruturar os Corvos, e ele ser essa potência que é hoje, e fiz meu trabalho direitinho. Colocando meus olhos, onde me interessasse.

Passei muito tempo, trabalhando com o que detestava, uma caneta, em vez de arma. Isso me trouxe prestígio, e reconhecimento dentro da organização.

E um passarinho me contou que o russo tentou negociar com o Sancho, antes de vir até mim. E a ideia, era a própria Nastia, usando nossa antiga relação, se aproximar de mim e me eliminar. Deixando o caminho livre para o rato colombiano.

Mas ela soube que ele tem laços estreitos com os albaneses e sem escrúpulo nenhum, ela poderia ser uma excelente moeda de troca em busca de total controle de poder dos negócios da família dela. O Ivo, o único russo, parente dela, também tem interesse em expandir território.

- Baby, agora temos um compromisso. - Ela fala com uma taça de champanhe na mão e olhando o pai pela tela da TV.

A filha da puta pensa que está me usando, mas quero todos de olhos bem abertos para ela. Ela não sabe onde está se metendo. Isso me faz lembrar da Goiana. Que veio parar na toca do lobo, o qual está louco pra tê-la de novo.