11 - Vai ter churrasco

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Contém descrição explicita de sexo. Se não gosta, apenas pule o momento.  Boa leitura.

Saímos do banheiro e sei que ninguém esteve aqui, sabiam que estávamos lá dentro, juntos. Ela parece envergonhada, mas ninguém parece ligar para o nosso sumiço.

Voltamos para a roda  e ela fica em minha frente, encostada em mim. Peço uma cerveja e ela apenas uma água.

A Silvia diz alguma coisa em seu ouvido e abraça fazendo ela sorri. Em seguida a Tainá repete o ato.

—Posso dar meu abraço também, Xeique? — Gordo, que pode perder a vida mas não uma piada, pergunta.

— Va se ferrar, Gordo. — Aperto a Goiana contra meu corpo.

— Amanhã o churrasco é lá em casa. Falo e todos batem palmas e ela me olha.

— Isso é pra gente não descer o morro? — Ela pergunta sorrindo.

Eu a viro pare mim, e já que eu a beijei e estou todo de carícias em público, circulo sua cintura com meus braços e falo em seu ouvido. — Vai ter churrasco amanhã, mas nós vamos continuar a diversão, só nós dois, mais tarde.

— Já não nos divertimos? Você não cansa?

—Nem um pouco. Meu pau viciou em você.  Não mandei ser gostosa desse jeito. — Fivamos nos beijando e o pessoal começa a resenhar.

— Olha a putaria na roda. — Barão fala, agarrado a prima da Glória.

—Quem te viu e quem te vê, em Xeique. — Sorte continua a provocação.

Em certo momento ela toca o rosto que está um pouco inchado e me lembro que não resolvi a questão. — Você se lembra o nome da mulher que te machucou?

—Ahh, não tenho certeza, prefiro não dizer e depois não ser a pessoa. Porque?

—Preciso saber quem foi, e vou dar uma lição.

— Quando você fala “lição”. — ela faz aspas com os dedos. — O que quer dizer? Não vai matar a mulher não, né?

— Eu não mato mulheres. — Ela parece aliviada. — Tenho quem as mate por mim. —  Ela arregala os olhos.

— Que horror, Xeique. — Ela dá um tadinha em meu braço.

Ela precisa entender que a lei aqui é diferente. Ou dou uma lição ou quem sabe na próxima vez, o machucado pode ser mais grave.

— Por favor, não faça nada com ela, só por causa disso. —Aponta o rosto.

—Não vou mata-la, mas ela vai sofrer as consequências. — Fica tranquila, você não vai carregar o peso de uma morte nas costas.

Ela parece ter ficado mais calma. Peço o Sorte pra chamar o Renato e logo ele está na roda.

— Já descobriu quem foi? — Ele confirma e fala que foi a Marcia.

— Pede pra Laís, Raissa e Vitoria resolverem essa situação. Não é pra matar, só uma conversa ao pé do ouvido. Conte o que houve  e elas saberão o que fazer.

—Você acha isso mesmo necessário? Ela pode querer revidar em mim depois.

— Não esquenta Goiana, eu sei o que estou fazendo. Ela não vai revidar. Tenho certeza disso. E se tentar, vai pra vala. Agora relaxa.

Resolvo que é hora de ir embora, nos despedimos de todos. O show está terminando, e vou até o palco falar com ele e a levo, segurando pela mão.

Já vou deixar bem claro que ela está comigo pra evitar outros problemas. Nunca fiz isso antes. Mas ela está aqui de passagem e até ir embora, não corre risco.

Sem Saída: Crime Organizado Onde histórias criam vida. Descubra agora