59 - Entendendo o sistema

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Capítulo especial e grande. Estamos na reta final. Espero que gostem. Boa leitura. 😏😊

Glória

Assim que chegamos ao banheiro, fecho a porta, passando a chave, ela olha mas não diz nada. Me viro para o espelho e finjo arrumar meu cabelo.

— O que tanto quer comigo, lindinha? — Ela pergunta de forma irônica.

— Glória, não me chame de lindinha. — Abro minha bolsa e retiro uma pequena arma,  dourada, que ganhei do Tales, logo após eu fugir do Rio.

A coloco no balcão, mas não solto dela, nao sou louca de deixar que ela a tome de mim. Com minha outra mão, retiro e retoco o batom.

Pelo espelho, posso vê-la arregalando os olhos. — O que pensa que está fazendo? — Diz com a voz esganiçada.

Me viro, sorrindo cinicamente com a arma em punho, mas apontada para baixo. Mexo em meus cabelos e resolvo dar o meu recado.

— Vou te avisar só uma vez. Acho que sabe quem é o Teles, não é? Eles falaram abertamente sobre seus negócios, os legais e os negócios escusos, inclusive.

— Sim, lind-, desculpa, Glória. Mas não entendi o que você quer comigo, ou o que nossos maridos fazem, tem haver com a gente. — Ela fala  se encolhendo, e olhando para minha mão.

— Vou falar devagar e espero que fique bem claro. — Ela se encosta na parede e parece apavorada. — Ele é um mafioso, e dono de vários morros, como disse claramente na mesa, e muitas vezes, usa a dor para impor respeito, saiba que não sou diferente.

—  Vo- você está me Ameaçando sem motivos. O que eu te fiz?— Ela coloca a mão no pescoço  numa pose de defesa.

— Você passou a noite se oferecendo ao meu marido, na minha frente. — A encaro irritada.

— Eu achei que seu casamento com o Tales, fosse como o meu  e do Brandão. Nós temos um casamento aberto. Não existe regras ou exclusividade.

— Esta redondamente enganada, não demos sinais nenhum que eramos assim. Estou avisando. E como agora sabe, não se faça de sonsa. Vi você tocar em meu marido várias vezes. Se fosse o Brandão, fazendo isso comigo, ele provavelmente estaria sem o braço ou até mesmo morto. Meu marido é um tanto impaciente.

— Não fiz nada, eu só bebi um pouquinho a mais e fiquei levemente brincalhona. — Faço uma cara de tédio pra ela. Coloco a arma na altura do seu rosto   mas sem mirar diretamente nela.

— O fato de você está aqui conversando comigo, é que sou um pouco mais tolerante que meu querido esposo, mas não abuse da sorte. — Vou me aproximando meu rosto do dela. — Peixes do mar adoram devorar piranhas loiras e siliconadas, sabia?

— Desculpa. — Ela começa a chorar. — Não me machuque.

— Bem que você merece uma surra, sim, você me desrespeitou, quando descaradamente ficou insinuando para o meu esposo, comigo ao lado e seu marido em nossa frente, isso na nossa lua de mel.

— Mas eu sempre agi assim nas vezes que estive com o Tales, ele nunca reclamou.

— Duvido muito que ele gostasse desse seu assédio, porém, antes, ele não era casado e não sei se notou, ele esta por um fio com suas investidas, o que me leva a concluir que não eram tão íntimos assim. Você vai voltar pra mesa e inventar uma desculpa qualquer e pedir ao seu esposo para ir embora, e não vai mais aparecer, farejando meu homem, ou sofrerá as consequências. Estamos entendidas?

— Desculpe, não achei que estava te ofendendo, conheço o Tales há algum tempo. Desde que o Brandão me tirou da boate em que trabalhava. E-eu sinto muito.

Sem Saída: Crime Organizado Onde histórias criam vida. Descubra agora