29 - Ratos?

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Renato - 2 meses atrás

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Renato - 2 meses atrás

Estou subindo para a Maré e vejo meu pai numa dos postos de comanda da favela. — Pai, tá fazendo o quê, aqui?

— Opa, meu filho, tudo bem? — Ele tenta se aproximar, mas meu olhar o faz desistir.

— Está fazendo o que, aqui? Não me respondeu.

— Queria falar com você. Me disseram aí que você tinha descido pro asfalto.

— Sim, estava na praia, o que você quer?

— Precisamos conversar. Estou numa situação complicada.

— Não tenho nada pra falar com você. — Estou saindo e ele joga o bagulho.

— Seus irmãos correm risco de vida. — Me viro para ele.

— Como assim, o que você aprontou dessa vez?

— Precisamos conversar. Eu me enrolei com umas pessoas. Agiotas.

— Você não toma jeito? Já não bastasse ter deixado minha mãe na lama, sem nada, praticamente morando embaixo da ponte, mais essa?

— Eu precisei, filho. Você sabe, é mais forte que eu. Mas eu vou tomar jeito na vida.

— Me conta o que aconteceu. — Merda, se minha mãe ou a Silvinha souber que você anda vindo atrás de mim, elas vão surtar.

Vamos para uma pracinha e sentamos num banco, embaixo de uma árvore. — Eu perdi meu emprego, sua madrasta...

— Aquela mulher não é nada minha.

— Enfim, a Adriana gostou todo meu dinheiro com plástica e reformou a casa.

— Seu dinheiro não, o dinheiro que minha mãe ralou pra ganhar e você roubou dela.

— Não é bem assim filho. Eu tinha direito. Éramos casados.

— Você nunca trabalhou. Ela quem conquistou tudo sozinha e você fez aquela cachorrada com ela.

Meus pais mudaram para o Rio com a promessa da minha mãe trabalhar num grande ateliê.

Ela começou bem, depois conquistou as clientes e meu pai nunca foi de trabalhar, começou a viver só a vida boa, gastando o que minha mãe ganhava.

A gente tinha uma vida boa, estudávamos em escola particular, vivíamos bem, mas o que ninguém sabia era que meu pai estava viciado em jogo, além de  arrumar uma amante.

Minha mãe precisou fazer uma cirurgia de emergência,  apendicite, estava muito mal, e como tinha que pagar fornecedores, os funcionários do ateliê dela, ela assinou uma procuração, ele a enganou.

Era pra ser só  por poucos dias, mas ela estava muito ruim, confiou e deu plenos poderes para ele gerir as coisas, enquanto ela restabelecia a saúde.

Sem Saída: Crime Organizado Onde histórias criam vida. Descubra agora