38 - Nao te quero

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Capítulo grandão... Valorizem. 😁

Xeique

Quando a dona Rosa me confirmou a ida da Glória para o Rio. Eu decidi que era em hora de resolver as coisas entre a gente.

Dei tempo mais que necessário para ela pensar e estávamos os dois definhando longe um do outro.

Quando ela terminou tudo. Num primeiro momento, tive raiva, mágoa e a ideia era me afastar, mas rapidamente percebi que abrir mão dela, era impossível.

Desde que conversei com a mãe dela e fiquei sabendo do estado de saúde da minha mulher, não tive dúvidas, a Glória voltaria para mim. Eu mostraria a ela que não existia possibilidade de ficarmos longe um do outro.

— Mãe, organizada as coisas, vamos para o Rio, amanhã cedo. Esse final de semana é o noivado do meu sub e preciso estar lá.

—A moça vai também, meu filho, já que é prima da noiva do bode?

— Sim, mãe, ela vai. E não vou perder a chance de conversar com ela e resolvermos nossa situação. Ela precisa me ouvir.

— Tudo bem, mas precisamos comprar roupas. Estamos sem nada pra festa.

— Vou pedir ao Ricardo pra levarem vocês hoje, preciso ver umas coisas aqui e sigo depois e encontro vocês na cidade mais tarde.

Estou com uma sensação boa, preciso reconquistar minha mulher. A goiana não tem ideia da bagunça que fez, desde que decidiu que não ficar comigo era uma boa coisa.

Eu tenho ficado sem paciência, todos que trabalham para mim, pensam bem antes de se aproximar. Sabem que estou em meu limite. Um deslize e cabeças, literalmente rolam.

Já é noite, quando chego no apartamento, em Cuiabá. Ouço conversas e risos na cozinha. Sigo até lá e vejo uma cena que em nada me agrada. Minha mãe, Tati e Marília,  sentadas, lanchando e conversando, como se fossem velhas amigas.

Que porra, essa mulher está fazendo aqui? — Boa noite!

— Tales, você chegou, a gente tem um monte de história pra te contar. — Minha irmã diz entre sorrisos.

— História, é? De que tipo? — Pergunto olhando a irmã do meu funcionário, que aparentemente está muito confortável aqui.

— Filho, já conhecia a irmã do Roberto? Ela veio com a gente da fazenda e nos ajudou com nossas compras, eu não entendo muito sobre essas coisas e ela foi um anjo em nos auxiliar.

— Boa noite, Marília. Obrigado pela ajuda com minha mãe e irmã. Você parece ser mesmo, muito eficiente. — Viro para minha mãe. — Comprou tudo que precisavam?

—Ah, acho que até mais que o necessário. Mas tudo foi porque a Marília disse que era importante.

— Que isso, dona Ângela, é um prazer ajudar, sempre que precisarem, podem me chamar.

A filha da puta acha mesmo que se aproximando da minha mãe, vai conseguir alguma coisa comigo? Mas vou dar um jeito de deixar bem claro que não precisa gastar energia ou tempo comigo.  

— Ok, vou tomar um banho. Fiquem a vontade, mais tarde eu dou uma beliscada nesse bolo. — Me viro saindo.

— Ah, tomei a liberdade e já guardei um pedaço generoso para você. — A safada diz, sorrindo orelha a orelha. Aceno e saio.

Essa porra tem que acabar logo. Não pretendo voltar sem a Glória. Ainda mais agora que estamos a todo vapor na produção de pasta e plantações de maconha, preciso ficar aqui.

Sem Saída: Crime Organizado Onde histórias criam vida. Descubra agora