Xeique
Desde que conheci a Glória, nenhum dos meus dias foram como antes dela. A goiana se infiltrou em minha mente de um jeito quase doentio.
Eu pensava nela a maior parte dosmeu tempo e sempre que possível, arrumava uma oportunidade de estar ao lado dela, tocando, beijando, sentindo seu cheiro.
Um homem envolvido com o crime, como eu, geralmente não tem espaço para amores, a vida é um risco, não confiamos em nossa sombra, e amar, fica sempre em segundo plano, além de se tornar um ponto fraco.
Nossa mente sempre está trabalhando para nos manter vivos e aumentar nosso poder. Não sobra muita humanidade, sentimentalismo, paixões, tudo é muito frio e calculado. Por isso, tinha putas pagas, nada de relacionamento, proximidade, carinho e amarras.
Mas a goiana, foi diferente, quando a olhei, ainda de costas, parece que abriu um espaço dentro de mim, para ela. Só dela.
A mulher ingênua, sorriso doce e jeito simples, em nada se parecia com o tipo que me atraia, só sexualmente falando, já que nunca me apaixonei antes. Mas ela me tirou o chão.
E lá estava ela, me encantando, desde o primeiro contato, o jeitinho assustado, a dança desengonçada, o beijo tímido, o sexo, ahh o sexo, sua entrega, virgem, me presenteando com sua primeira vez, isso quebrou meu muro de resistência.
Olho para ela, que tira fotos com as amigas, enquanto aguardo sentado. O filho da puta tinha que me deixar com pouca mobilidade logo no dia do meu casamento. Mas ele teve o devido fim.
Ela é linda, está feliz, alegre, sempre me olha e sorri, as vezes, sem perceber, ela passa a mão pela barriga, ainda reta.
Meus. Olho para seu ventre. Me descobri um cara possessivo e ciumento, essa faceta surgiu desde que a conheci. Era controlador, meu mundo pede isso, mas os outros sentimentos, esses, eram desconhecidos.
Sou ciumento, exageradamente ciumento. Sei que não é saudável, e ela não me dá motivos para desconfiança, tenho plena certeza do nosso amor, mas estamos falando de um criminoso, que mata sem remorso quem atravessar meu caminho. E só em imaginar outro a desejando, querendo e tentando toca-la, me reviro as entranhas.
—E aí chefe, encoleirado de vez, agora? — Gordo fala ao se aproximar, com Sorte e Bode, que tem a filha no colo. — Sorte me entrega uma cerveja.
— Vsi se ferrar, Gordo. O encolerado aqui não é somente eu, mas também você. Quando vai casar com a colombiana? — Ele sorri largamente.
— Logo, passou da hora de tirar a Jhovana de circulação, em definitivo. — Ele procura por ela no meio das meninas e a olha com carinho. — Vou com ela até a Colômbia, falar com os pais e quem sabe já não volto de lá, um homem, comprometido, sério, casado? — Ele finge arrumar a camisa e sorrimos do jeito dele falar.
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Sem Saída: Crime Organizado
Romance🔞 Conteúdo adulto Glorinha tem quase 23 anos e sempre viveu numa cidade do interior de Goiás. Ela sonha em ser medica, mas onde mora não tem universidade, então, o mais próximo desse sonho, foi fazer técnico em enfermagem. O lugar mais distante...