Meu ex - O tempo não para

7

No fim da tarde Gillian resolveu ir a biblioteca tentar mais uma vez se explicar com Jean, mas foi surpreendido ao encontrá-lo com Kleber. Ao longe os observava e viu quando Kleber tentou beijar Jean que recuou os passos para trás, mas não aceitando a recusa Kleber começou a encurralar Jean entre a estante e o seu corpo, isso obrigou Gillian a apressar os passos até os dois:

_ Interrompo alguma coisa?

Surpreso com a chegada repentina do rapaz era nítido o alivio que se desenhou no rosto de Jean:

_ Gillian ainda bem que chegou, estava te esperando.

A voz trêmula de Jean indicava que ele estava assustado com o comportamento de Kleber, Gillian se colocou na frente do rapaz como se fosse um escudo de proteção enquanto encarava o outro:

_ Não interrompeu nada Gillian, eu estava apenas conversando com o Jean sobre um assunto nosso.

_ Ele não me parece muito interessado no assunto Kleber, mas fica a vontade para falar.

O rapaz continuou em silêncio a espera que Gillian saísse, mas como ele permanecia parado no mesmo lugar com os braços cruzados, indignado Kleber acabou por dizer:

_ É um assunto particular Gillian.

_ Assunto particular, lógico, espera... Jean... Você tem algum assunto particular a tratar com o Kleber?

Surpreso com a pergunta, Jean olhou de um a outro e negou com um lento balançar de cabeça:

_ Então Kleber... Ele não tem nenhum assunto particular com você.

Furioso Kleber cerrou o olhar, demonstrando toda a sua indignação ao lançar seu veneno antes de sair:

_ Entendi... Jean não pense que ele vai te assumir se acha que Gillian Solanno vai assumir algo com você diante da escola está enganado.

Depois que ele saiu, ficou aquele silêncio constrangedor, Jean virou-se para a prateleira mexendo nos livros, Gillian também disfarçava passando os dedos sobre o cabelo e ainda de costas Jean falou:

_ Você não precisava me ajudar, mas mesmo assim eu agradeço.

_ Ele estava te importunando, o que ele queria?

_ Sei que você sabe, a escola toda soube que eu fiquei com o Kleber. Desde então ele está no meu pé.

_ Eu soube há pouco tempo pelos rapazes.

_ Foi por isso que você se afastou?

_ Não vou mentir para você, eu me afastei por causa do que eles falaram sim, mas não tem nada a ver com você, tem mais a ver comigo.

_ Com você?

_ Sim, com o que eu estou sentindo Jean, isso é muito assustador.

_ E o que é que você está sentindo Gillian?

Por alguns minutos Gill hesitou em responder, sabia que uma vez que saísse de sua boca a resposta que Jean queria escutar não iria mais poder retroceder, mas enfim respondeu:

_ Eu sinto sua falta, sinto falta de estar perto de você, do seu sorriso, das nossas conversas.

_ Gillian.

_ Eu não fiquei com a Neidinha.

_ Gillian, o que exatamente você está querendo dizer com sente minha falta?

_ Jean não faça perguntas, só me beija.

Sem pensar no depois, Jean se aproximou, parou a centímetros os lábios dos de Gillian esperando a ação do rapaz, cada movimento era calculadamente estudado, olhos nos olhos, o sentir do respirar um do outro, Gill levou o polegar aos lábios de Jean os acariciando lentamente e só então seus lábios encontrou os de Jean, um beijo deu-se inicio lento, sem pressa, aos poucos ficando mais avassalador mais entregue.
Seus lábios ritmavam em uma mesma freqüência, o embalar de suas línguas pareciam que bailavam em suas bocas, não tinha como negar aquela explosão de sentimento, prazer, medo, assombro, felicidade. O contraste de sentimento que se desenhava naquele beijo só fazia com que os dois rapazes experimentassem a sensação de querer que aquele momento se eternizasse, mas como isso não seria possível, seus lábios se separaram lentamente assim como aquele beijo se iniciara.
Gillian deu um passo atrás em silêncio, assim como Jean também estava,tenso, porém não desviou o olhar quando falou:

_ Beijos assim deveria ser proibido se você não está disposto a sustentá-los.

_ E por que acha que não estou disposto a sustentá-los?

_ Você está se ouvindo, devo acreditar que tenho alguma chance com você Gillian?

_ Eu não estou mentindo quando digo que senti a sua falta.

_ O que quer que eu pense, seus amigos fizeram alguns comentários e você simplesmente se afastou, me ignorou há dias e agora vem aqui me beija e quer que eu acredite que tudo vai mudar em um passe de mágica?

_ Eu sei que fui idiota, não deveria dar ouvido a comentários imbecis, mas quero que acredite em mim.

_ Acreditar em você? _ O Kleber tem razão, você nunca assumiria algo comigo, não quero entrar em uma história que não tem nenhum futuro Gillian.

_ Deixa eu te provar, eu não paro de pensar em você, só peço um tempo para que eu possa falar com os meus pais, quero que eles saibam por mim o que eu estou sentindo, aí não terei mais que esconder de ninguém que gosto de você.

_ Não me iluda Gillian, isso é muito cruel.

_ Olha para mim.

Gillian segurou o rosto do rapaz com ambas as mãos:

_Estou olhando nos seus olhos e dizendo que não estou brincando com os seus sentimentos Jean, eu tentei fugir do que estou sentindo, te evitei sim, quando me afastei não foi por você ser gay, mas foi medo do que eu mesmo estava sentindo.

_ E o que mudou Gillian?

_ Esse boato de que fiquei com a Neidinha, é mentira, eu não fiquei com ela, mas eu vi sua reprovação só de imaginar isso, e eu não quero que se sinta assim, não quero ter a sua reprovação.

_ Gillian, eu estou apaixonado por você, mas eu aceito que você não sinta o mesmo, porém você dizer que corresponde aos meus sentimentos e depois me decepcionar, por favor, não faça isso.

_ Não farei, eu te prometo que não farei.

Gillian não sabia dizer se fora ele ou Jean que se achegou, mas novamente seus lábios se encontraram, diferentemente do primeiro beijo, o segundo foi cheio de exigência, a língua de um invadia a boca do outro de forma mais frenética, Gillian envolveu os braços sobre o corpo de Jean puxando-o para mais perto do seu, sua ereção pressionava sua calça, assim como a de Jean também estava com a espessura rígida, Jean apertava seus braços em torno do pescoço de Gillian enquanto as mãos do rapaz rastreavam até se curvar em torno de sua bunda a erguê-lo fazendo-o sentar-se sobre a cadeira que estava a sua frente se colocando entre suas pernas, percebendo que as coisas estavam indo rápido demais o próprio Gillian se afastou, mas ambos ainda se mantinham próximos ao ponto de sentir a ofegar um do outro, Jean mordeu o inferior dos lábios de Gill e sorriu:

_ É sério que isso está mesmo acontecendo?

_ Não é perceptivo Jean, você não sentiu como me deixou, a sensação que sinto é que passou uma eletricidade por todo o meu corpo.

_ Eu também Gillian, mas não quero apressar as coisas.

O rapaz silenciou o outro com mais um beijo, dizendo assim que afastou seus lábios:

_ Nem eu Jean, jamais faria algo aqui, estamos nos conhecendo agora, vamos ir ao seu ritmo, não haverá pressão, temos muito tempo para termos mais intimidade, algo planejado entre nós, nada no impulso do momento eu te prometo.

Aquela promessa era algo importante para Jean que exibiu o sorriso mais lindo que ele poderia apresentar a Gillian.