8

364 14 6
                                    

Ao deixar Jean em frente a sua casa, Gillian prometeu que logo falaria com os seus pais, mas queria falar com os dois ao mesmo tempo, o que não seria possível durante a semana, pois seus pais eram separados, por mais que os dois mantinham a boa convivência não era sempre que seu pai aparecia para vê-lo.
Seu pai tinha outra família, uma mulher e três filhos, duas meninas e um menino, e apesar do menino não ter o sangue do pai de Gillian fora criado como filho, e assim como as meninas Gillian o considerava como irmão.
Mesmo depois da separação seu pai era bem participativo em sua vida. Era aquele pai presente mesmo que morasse distante.

Por essa razão Gillian achava justo compartilhar com ele assim como sua mãe sobre o que estava sentindo por Jean. A primeira coisa que fez quando chegou em sua casa, foi ligar para o seu pai perguntando:

_ Oi pai, será que esse final de semana tem como o senhor vir aqui, preciso ter uma conversa séria com o senhor e a mãe.

_ Posso sim filho, é algo que devo me preocupar Gillian?

_ Não pai, não é algo que precise se preocupar, mas é algo sério referente a mim que quero conversar com vocês.

_ Está bem filho, aparecerei ai a tarde, posso levar seus irmãos que andam cobrando a dias para te ver.

_ Pode trazer os pestinhas. Também estou com saudades deles.

Os dois conversaram mais alguns minutos e depois desligaram. Queria resolver isso o mais rápido possível para provar a Jean que não estava mentindo.

Assim como fez com seu pai, Gillian comunicou à mãe que tinha um assunto importante para tratar com ela:

_ O que é Gillian?

_ É um assunto que quero falar com o pai e a senhora juntos. Ele virá esse final de semana, então não marca nada tá.

_Pelo jeito o assunto é sério, a Gláucia e as crianças também irá vir?

_ Sim, provavelmente.

_ Está bem filho, vou fazer compra hoje para preparar o almoço para todos e comprar os doces que seus irmãos gostam.

_ Eu já disse que te amo, que você é a melhor mãe do mundo?

_ E eu já disse que você é o filho mais bajulador que eu tenho?

_ Ai é fácil, você só tem eu de filho.

Ele beijou sua mãe no rosto e foi para o quarto, pegou seu celular e clicou no número de Jean que atendeu no segundo toque:

_ Gillian... Estava mesmo pensando em você.

_ Liguei pra te falar que já marquei com os meus pais para falar com eles sobre nós.

_ E o que acha que eles irão dizer?

_ Meus pais tem a mente muito aberta, eles são separados e não vivem em pé de guerra como a maioria dos casais que se separam ficam, e até pelo fato do meu pai já ter outra família, ele procura sempre entrar em acordo com o que minha mãe pensa.

_ E você já pensou na possibilidade deles não aceitarem?

_ Eu conheço meus pais, não existe essa possibilidade Jean, quanto a isso não precisamos nos preocupar. Tudo o que eles querem é que eu seja feliz.

_ Talvez não seja tão simples como você imagina Gillian, seus pais podem ser mente aberta para alguns assuntos e para outro não. Quando eu assumir aos meus pais que gostava de um menino não foi fácil para eles aceitarem, minha mãe chorou durante semanas, meu pai não falava comigo, e eu me sentia um estranho dentro da minha própria casa. Demorou as coisas voltasse ao que era, sei que eles me amam e hoje me aceitam como eu sou, mas para eles ainda é difícil.

_ Meus pais não são preconceituosos.

_ Há tantas coisas que os pais sonham por nós, que fazem planos, que mesmo que eles não tenham preconceito em relação a várias coisas, acabam se frustrando com algumas das nossas escolhas, eles acham que sabem o que é melhor para nós e que as nossas escolhas são erradas.

_ É um pouco compreensivo isso, ao mesmo tempo que é injusto eles criarem expectativas sobre o que devemos fazer com as nossas vidas.

_ Isso também é verdade.

_ Promete que quando adotarmos os nossos filhos iremos os deixar tomar suas próprias escolhas?

_ Filhos? _ Gillian e aquele papo que estávamos apenas nos conhecendo?

Jean emitia uma risada no outro lado da linha:

_ E quem disse que não vamos nos conhecer, mas isso pode ser um conhecimento em longo prazo, a não ser que você não queira.

_ Claro que eu quero, é tudo o que eu quero.

Quando desligaram o celular já estava amanhecendo. Tudo com Jean andava sendo muito intenso, lógico que Gillian já havia ficado com outras pessoas, mas nenhuma menina fez com que ele sentisse o que estava sentindo por Jean.
A vontade de vê-lo, de falar com ele, de tocá-lo era tanta que cada minuto parecia uma eternidade, Gillian estava realmente apaixonado.

Só de pensar no rapaz, um sorriso entusiasmado surgiu em seu rosto. Ainda faltavam três horas para o encontro quando ele entrou no banho e meia hora após ele estava pronto para ir buscar Jean em casa.
Chegou à casa do rapaz com antecedência, e tocou a campainha, e quando Jean atendeu, percebeu que isso não tinha a menor importância pois o próprio também já estava arrumado, mesmo ainda faltando duas horas para o horário combinado:

_ Gillian... Entre.

Era a primeira vez que Gillian adentrava a casa de Jean, uma rápida olhada pelo local e não havia ninguém a não ser os dois por ali:

_ Está sozinho?

_ Meus pais estão de viagem. Estou sozinho.

Por mais que os dois tivessem ficado na biblioteca, era a primeira vez que os dois estavam em um ambiente sem o perigo de serem flagrados, e isso fazia com que a tensão fosse mais forte.

_ Quer alguma coisa?

Gillian não respondeu a pergunta, ao contrário, em silêncio sua mão segurou o braço de Jean, os dedos dançando sobre a pele em um toque bem leve, mas muito sensual:

_ Quero, quero sim.

Jean umedeceu os lábios antes de perguntar:

_ O que você quer Gillian?

Conscientemente puxou Jean para os seus braços, segurando-o firmemente contra seu corpo, capturou os lábios dele em um beijo com desejo. Jean não recuou um centímetro sequer de onde estava entregue aquele beijo, exigente se mostrando tão desesperado por aquele momento quanto Gillian.

Quando seus lábios se separaram, Jean estava trêmulo ao perguntar:

_ Você tem certeza de que quer fazer isso?

_ Não tenho dúvidas.

_ Se fizermos amor, nada mais será como antes.

_ Já disse que estou com você Jean, eu gosto de você.

Sem falar mais nada, Gillian olhando fixamente para Jean colocou a mão por dentro da camisa que ele usava e foi acarinhando a pele nua, subindo a peça até retirá-la, Jean fechou os seus olhos a sentir os lábios de Gillian sobre a película de seu pescoço, e recepcionou os lábios do rapaz para mais um beijo.

A primeira vez:

Meu ex - O tempo não paraOnde histórias criam vida. Descubra agora