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Durante a noite, Solange foi verificar umas três vezes como Gillian estava, e por mais que insistisse que ele não fosse à escola na manhã seguinte, Gillian não estava para acordo, levantou-se, fez sua higiene matinal e estava tomando café quando Jean chegou, dona Solange aproveitou a presença do rapaz para tentar convencê-lo mais uma vez, porém segurando a mão de Jean já estava saindo quando o seu namorado virou-se para a mulher a dizer:

_ Eu prometo que cuidarei dele dona Solange.

_ Ouviu mãe, eu tenho o melhor médico para cuidar de mim.

_ Não brinca Gillian, sua mãe está preocupada com você.

_ Desde que amanheceu ela está no meu pé, querendo que eu falte, eu já expliquei para ela que estou bem.

_ Saiba que eu concordo com ela. Eu também não fiquei bem vendo você daquele jeito.

_ Foi só um mal estar, ta vendo eu já estou bem.

Gillian puxou Jean para os seus braços, beijando seus lábios com ternura. Jean esqueceu totalmente a razão pelo qual o repreendia e se entregou aquele beijo. Depois seguiram para a escola e lá se juntaram a outros alunos para trabalhar na pesquisa.

Uma semana se passou, mais outra e outra mais, e enfim chegou o grande dia, todos os alunos preparados para discursar, a escola estava lotada de alunos, professores e os pais, Gillian sorriu para sua mãe que estava ao lado dos pais de Jean, após o almoço que houve para apresentá-los, os três se tornaram grandes amigos, Gillian se ressentia por seu pai não querer compartilhar desse momento em sua vida.

O evento foi um sucesso, o último palestrante ao terminar sua fala foi ovacionado, o diretor tomou a palavra, dizendo em poucas palavras que estava orgulhoso pelo excelente trabalho que os alunos realizaram.

Enquanto os alunos se agrupavam, os adultos eram convidados para olhar os panfletos enquanto se deliciavam com as guloseimas que a escola oferecia:

_ Gillian?

O rapaz ouviu uma voz familiar a lhe chamar, tanto ele como Jean se virara para olhar quem era:

_ Gláucia, que bom te ver por aqui, cadê o meu pai, ele veio com você?

_ Infelizmente não, ele está no trabalho, sabe como seu pai é responsável quando o assunto é trabalho.

Ela não convenceu, mas para não constrangê-la Gillian nada comentou:

_ Eu gostei bastante da palestra que vocês apresentaram. Acredito que você seja o Jean.

_ Desculpa Gláucia, permita que eu os apresente, esse é o Jean meu namorado, essa é a Gláucia, a mulher do meu pai.

_ Seu namorado é mesmo muito bonito Gillian.

_ Obrigado senhora.

Após um minuto de silêncio entre eles, onde só se ouvia a conversa de outras pessoas Gillian tomou a palavra:

_ Gláucia, eu lhe devo um pedido de desculpa.

_ Gillian, não precisa, mesmo não precisa.

_ Precisa sim, eu descontei em você a raiva que estava com as falas do meu pai.

_ Ele sente sua falta, eu vim aqui para tentar falar com você Gillian, para você o procurar.

_ Sinto muito Gláucia, isso não vai acontecer.

_ O que é que não vai acontecer filho?

Antes da resposta, Solange abraçou Gláucia e ficou esperando a resposta do rapaz:

_ Eu te agradeço por ter vindo aqui Gláucia, mas não irei procurar o meu pai. Novamente te peço desculpas por tudo o que eu falei, eu não queria te ofender eu juro, te acho uma super mãe, uma mulher incrível, acho que os meus irmãos têm muita sorte de ter você na vida deles, porém se meu pai quisesse algum contato estaria aqui, assim como você está.

_ Nem tenta Gláucia, o Gillian tem o mesmo gênio que o pai dele, duas mulas empacadas, quando coloca uma coisa na cabeça ninguém consegue fazê-los mudar de ideia.

_ Eu fico triste com isso, as crianças estão sentindo sua falta Gillian.

_ Eu também sinto falta deles Gláucia, vou marcar com você de encontrá-los qualquer dia para eles conhecerem o meu namorado, o que acha Jean?

Jean concordou:

_ Vou adorar conhecer seus irmãos.

_ Se você concordar Gláucia, podemos nos encontrar em uma lanchonete. Quanto ao meu pai, ele sabe onde me encontrar.

_ Ele realmente sente sua falta, só é orgulhoso demais para admitir.

_ Eu estarei aqui quando ele quiser me procurar, mas não irei ceder quando o assunto for o Jean.

_ Eu estou muito orgulhosa de você Gillian, você sabe que te tenho como um filho também.

_ Eu sei Gláucia, por essa razão fiquei tão mal com o que houve, com o que eu falei, você não merecia ouvir, sempre soube que quando meu pai se envolveu com você ele já não estava com a minha mãe, você é a mãe dos meus irmãos e eu te respeito, aquele dia eu estava nervoso com o meu pai, quis mostrar a ele o quão hipócrita ele estava se mostrando e acabou respingando em você, mas volto a repetir, eu sei que você não tem nenhuma culpa na separação dos meus pais.

_ Eu não levei as suas palavras para um lado ruim Gillian, eu sei do seu caráter e do seu respeito por mim, apesar de ser a segunda esposa do seu pai, eu sempre procurei me manter no meu lugar e me dar bem com a sua mãe, afinal, existia você, e isso é um laço que existe entre seus pais que nunca deixará de existir.

_ Sempre houve muito respeito entre nós duas sim. Mas agora chega dessa história, hoje é um dia alegre, venha Gláucia, tem um cafezinho sendo servido que está muito gostoso. Quero também te apresentar aos pais do Jean.

Solange e Gláucia foram se afastando, Jean fixou os olhos sobre os de Gillian:

_ Você e seu pai ainda não se entenderam?

_ Não!

_ Você pelo menos tentou Gillian?

_ A última vez que nos encontramos, não foi nada amigável Jean, se ele não me procurou é sinal que não sou tão importante para ele, talvez ele não me ame como dizia amar.

_ Claro que não Gillian, talvez ele esteja com medo de procurá-lo?

_ As palavras que ele me disse, ainda as escuto e ferem. Ele disse que me queria morto a me ver com você.

_ Acho que deveria procurá-lo, conversar com ele, dizer o que sente, agora que ele já sabe talvez seja mais fácil para aceitar.

_ Jean, eu sei que você quer que isso aconteça, acredite eu também queria, mas se ele deseja que eu morra, é como se eu realmente já tivesse morrido para ele, não faz diferença.

Jean sabia que aquelas palavras era uma alto defesa, por isso o abraçou, apertando-o naquele abraço:

_ Eu te amo Gillian.  

Meu ex - O tempo não paraOnde histórias criam vida. Descubra agora