Fecho o livro e me levanto da cadeira, saio da biblioteca caminhando pelo corredor, escuto as vozes dos meus pais conversando com Renê, além de mim e Alessio ele é o único que mora aqui nessa enorme casa.- Que bom que saiu do quarto filha - minha mãe diz quando apareço na sala.
- Na verdade estava na biblioteca - falo caminhando até ela e beijando seu rosto, faço o mesmo com meu pai e logo depois no Renê que está deitado com a cabeça nas pernas do nosso pai.
- Nós vamos sair para jantar no restaurante do seu avô, não quer ir com a gente? - meu pai questiona, faço uma careta e vejo ele suspirar assim como minha mãe, eu nunca gosto de sair para lugares cheios, mas as vezes faço isso para agradar a eles.
- Eu só preciso de um banho, não demoro - falo.
- Então você vai? - dona Angel questiona e assinto.
- Volto já - falo subindo as escadas.
Entro no meu quarto e pego um vestido de alça plissado, um sapato e jaqueta, entro no banheiro, ligo o chuveiro e tomo banho, prendo meus cabelos para não molhar.
Visto a roupa, coloco o sapato, pego minha bolsa e saio do quarto, paro na sala e meus pais já estão em pé.
Renê segura minha mão e saímos de dentro de casa, entramos no carro e fico atrás com ele, hoje é um dia que ele tá quieto e só gosta de receber carinho.
- Quer assistir no meu celular? - questiono e ele nega.
Encosto minha cabeça no ombro dele e vou ouvindo meu pai e minha mãe em uma de suas bobas discussões sobre algo.
Desde que me conheço por gente eles dois tem mania de brigarem por coisas bobas, um dizendo que faz algo melhor que o outro, me lembro que sempre minha mãe sai como vencedora, pois meu pai não continua a discussão deixando ela "vencer".
- Aí Mancinne, não enche, eu sou melhor e sabe disso - diz mexendo nos cabelos - Sempre sei de tudo antes e todo mundo.
- Claro que não Santinni, lembra a vez que sequestrei você e acordou gritando na cabana? - diz convencido.
- Isso tem eras Mancinne, de lá para cá já fiz tantas coisas - diz empinando o nariz.
Os dois vão trocando farpas até o restaurante, eles raramente se referem um ao outro pelos nomes, é sempre pelo sobrenome.
Ao chegarmos no restaurante saimos do carro e sigo meus pais até a mesa que eles vão sentar.
Me sento ao lado de Renê e ajudo ele a fazer o pedido, apesar de não ser o mais novo, ele é o mais mimado e neném da família.
- Vou ao banheiro, volto logo - falo ficando de pé e saindo da mesa.
Entro no corredor e entro no banheiro, suspiro já sentindo vontade de ir para casa, não gosto de sair, mas faço pois assim meus pais não ficam tristes.
Lavo minhas mãos e me olho no espelho vendo se a maquiagem está ok.
Enxugo as mãos e saio do banheiro, caminho pelo corredor e vejo uma porta ser aberta, dela sai Gerson, o amigo da minha tia, mordo os lábios olhando para ele, vejo seu olhar cair em mim e engulo em seco, tudo isso ocorre em segundos, mas pareceram horas para mim.
Atrás dele aparece minha tia e meu avô, eles me olham também e meu avô sorri.
- Amélie como é bom ver você aqui - diz caminhando até mim e beijando minha cabeça, abraço ele e depois beijo seu rosto.
- Vim com meus pais e Renê - falo - Oi Violett.
- Oi - diz, abraço ela e beijo seu rosto também.
- Vou voltar para a mesa - falo.
- Nós vamos almoçar com seus pais - meu avô diz.
Assinto e caminhamos para o salão, me sento ao lado de Renê e minha tia a minha frente, do seu lado meu avô, fazendo assim sobrar um lugar na mesa.
- Senta aí Gerson, vamos almoçar e seguiremos para a sede - minha tia diz.
- Estou bem senhora - diz e vejo ela arquear a sobrancelha em uma conversa, ele suspira e senta ao meu lado me fazendo sentir deu perfume.
Ah é, eu havia esquecido um detalhe, além de amigo o Gerson é o braço direito da minha tia.
Ouço os mais velhos começando a conversar sobre trabalho e bufo.
- Melie pega batata para mim - Renê pede.
- Claro - falo e estico a mão para pegar a batata, mas ela está um pouco afastada, Gerson estica a mão e pega me entregando, seus dedos batem nos meus e engulo em seco vendo as tatuagens que possuem em suas mãos e dedos - Obrigada, aqui Renê.
- Obrigado - Renê agradece quando entrego a ele a batata.
Olho de soslaio para Gerson que mexe a mão enquanto conversa, minha mente fértil e meio sádica imagina ela em volta do meu pescoço, engulo em seco e suspiro.
- Você está bem filha? - ouço a voz da minha mãe e levanto o olhar para ela vendo me olhar com curiosidade.
- Sim? - falo e balanço a cabeça devagar, desvio o olhar para meu irmão e mudo o foco - Cuidado para não se sujar Renê.
Ajudo ele e seguimos com o almoço, juro que não é culpa minha, mas ter lido tantos livros de procedência duvidosa me fazem ter uma mente muito fértil e nada limpa.
As vezes me imagino vivendo uma situação daquelas em que a mocinha se encontra uma vez ou outra.
Eu só não seria tão burra quanto elas e também sei muito mais coisas que elas com o tanto de livros que já li.
Diria que sei tudo sobre sexo, mas o principal eu nunca fiz que é praticar.
Talvez eu devesse vender minha virgindade, ou talvez eu só precise comprar um vibrador e tentar me masturbar.
Já pensei nisso, mas a idéia não me agrada, acho que vale mais um contato humano, a vez que me masturbei gozei, mas senti muito mais vontade depois e me senti frustada por não ter me saciado.
- Amélie querida você tem certeza que está bem? - meu pai questiona.
- Eu vou viajar amanhã - falo e ele me olham - Tenho um trabalho voluntário, passarei dois meses fora.
- Isso é muito tempo filha - minha mãe diz - Já não basta seu irmão que foi morar em Veneza e mal tem tempo de vir nos visitar.
- Eu não vou embora mamãe, só trabalhar, vai ser rápido - falo e tento mudar de assunto.
As vezes me sinto mal por não me encaixar direito na minha família, pelo menos em parte dela, eu não sei, mas só consigo ser eu mesma quando estou com minha tia.
Ela diz que tenho duas faces, uma delas sou calada e tímida e já outra sou elétrica e um tanto maluca, que gosto de agir por impulso, isso tem um pouco de verdade, as vezes faço coisas que não penso antes, e isso as vezes tem consequências, boas ou ruins.
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Amélie - Entre Amor E Ódio - Série Santinni's Livro IV
RomanceAmélie Santinni sempre viveu na sombra dos seus inúmeros irmãos, mas não pelo fato de ser excluída, só não se achava boa o suficiente para brilhar como todos eles. Relacionamento e pegação não era seu forte já que os homens e garotos fugiam dela. Ca...