Faço a caminhada da vergonha pelo hall do meu apartamento e cumprimento o porteiro, ele que me conhece olha para minhas roupas e arregala os olhos.
- Bom dia - falo dando um sorriso e ele retribui.
- Boa tarde senhorita, tem uma de suas irmãs no seu apartamento - fala e assinto, sempre quem vem alguém da família aqui ele deixa entrar pois dei permissão.
- Obrigada - falo caminhando para o elevador, aperto o botão do meu andar e antes das portas fecharem é que vejo Gerson entrando no carro dele e saindo rapidamente.
Estico meu corpo e sinto ele doer de todas as formas possíveis, mas de uma maneira boa, ao menos pra mim.
Nunca pensei que poderia ser uma devassa, mas eu fui ontem nas mãos de Gerson, sinto que posso tudo com ele, tenho vontade de dar tudo de mim a ele, mas sei também que isso pode ser perigoso, por isso tenho que ser firma uma vez ou outra.
O elevador para e saio para o corredor do meu apartamento, pego minha chave e abro a porta, vejo a TV ligada e uma música tocando, deixo minhas chaves no aparador e decido ir trocar de roupa antes de ver quem invadiu meu apartamento.
- Uau! - ouço a voz de Susie e me viro vendo ela sair da cozinha com um pano de prato no ombro e o rosto surpreso olhando para "minhas roupas" - A noite foi quente hein! Sua safadinha, transou não foi?
Meu rosto ganha uma coloração avermelhada e ela ri andando até mim e segurando meu rosto antes de beijar minha testa.
- Vai trocar de roupa, tô fazendo um almoço, pelo visto sua noite foi longa - diz com um sorriso e corro para meu quarto.
Como já havia tomado banho na casa de Gerson só troco de roupa e coloco a dele no cesto para lavar e devolver depois.
Volto para a cozinha e minha irmã arrumou a mesa com dois pratos contendo uma massa que tem uma cara deliciosa.
- Estou morrendo de fome - falo me sentando e ela fica a minha frente, tento agir normalmente mas ela me olha com um sorriso bobo nos lábios.
- Me conta vai - pede juntando as mãos de frente ao corpo.
- Não tem nada para contar - digo e ela faz uma cara de deboche.
- Claro que tem Amélie, você chegou com a cara de quem fodeu a noite toda e suas roupas já festa do namorado da Violett não eram as que chegou hoje - fala - Me diz, foi sua primeira vez?
- Segunda - falo e ela abre a boca e solta um gritinho.
- Está namorando ou no casual? - questiona.
- Casual, mas segundo ele não gosta de dividir - digo e ela da um sorriso malicioso.
- Ain que chato, se for só casual não deveria ter essa regra de ser exclusivo, para mim exclusividade só se me assumir, enquanto não fizer isso posso pegar quantos quiser - diz.
- Eu por enquanto aceito não ficar com ninguém mais, não sei se estou pronta para sair por aí procurando alguém a mais - digo sincera, na verdade até ontem eu pensava isso, mas agora que temos um "acordo" eu prefiro ficar como estamos, quando tudo acabar e eu tiver experiência necessária vou atrás de outro alguém.
- Bom, você pelo menos está no início da sua vida sexual - fala dando uma garfada no macarrão e faço o mesmo - Aliás eu conheço ele?
- Sim - digo e ela arqueia a sobrancelha - Não vou dizer mais nada.
- Ah por favor, me conta vai! - pede e bufo pensando se conto ou não - Se me contar te conto o que vim fazer aqui.
- Não é justo, se veio aqui com um propósito conte sem tentar né comprar - falo e ela ri.
- É mais que justo - diz.
- Se você contar primeiro eu conto depois - falo - Prometo.
- Ok - diz e da um sorriso antes de suspirar - Assim que voltamos do voluntariado eu voltei a trabalhar né, sempre saio da boate às cinco, faço uma caminhada até uma confeitaria, me sento e peço um café extra forte com um bom e velho pedaço de bolo, então um dia fiz esse mesmo esquema, mas não sabe quem estava lá, sentado na mesa que eu sempre sento!
- Quem? - questiono.
- O Karel - diz animada, mas depois bufa - Puta que pariu aquele homem é um pé no saco viu!
Olho para ela sem entender a mudança de humor e ela ri comendo mais um pouco de macarrão e me lembrando de fazer o mesmo.
- Eu sentei na mesa e ele levantou o olhar, mas pensa num olhar que eu juro que quase me ajoelhei na frente dele e pedi perdão - fala e ri - Eu disse a ele que aquela mesa era minha e ele parecia uma criança birrenta me falando coisas idiotas, eu retruquei pois também não sou cem por cento adulta, no fim ele não quis sair e nem eu já que sempre sentava naquele lugar, nós não trocamos uma palavra, fui embora e ele também, então outros dias ele apareceu lá, mas foi mais receptivo quando falei sobre querer ir outra vez fazer trabalho voluntário. Conversamos todos os dias até sobre coisas bobas e eu achei ele um fofo, juro para você que quem olha para aquele homem jamais vai imaginar que ele é um fofo.
- Tem um sorrisinho aí ao falar dele - digo e ela me olha.
- Ain tô fodida, ele é um puta gostoso - diz enfiando mais macarrão na boca e tomando vinho - Eu juro que queria dar para ele, mas ele não se toca nos pequenos sinais, acha que eu deveria dizer que quero foder?
- Eu realmente não sei, mas pelo que conheço o Karel é reservado - digo - Um pouco careta até.
- Isso tenho que concordar, ele falou que eu não deveria ter piercings no rosto, mal sabe ele que tenho nos seios e na buceta - fala rindo - Tenho certeza que se ele cair de boca vai se apaixonar nos meus piercings.
- Ok, não quero imaginar o Karel te chupando - digo tomando o suco - Bom, se você acha que ele vai querer é só sugerir, pelo que sei ele é solteiro.
- Ele é, eu descobri isso em uma das nossas conversas - diz - Vou chamá-lo como amigo para um jantar e talvez após duas taças de vinho eu tenha coragem de chamar ele para transar.
- Quem sabe - digo, ela me olha com a sobrancelha erguida como quem diz "é sua vez".
- Eu já contei, agora me diz quem é o boy com quem está saindo? - questiona.
- Ok, não vou contar como pois não quero saber a opinião de ninguém sobre - digo - Mas eu perdi minha virgindade com o Gerson e nós estamos em um lance casual.
Ela abre a boca em choque e pisca algumas vezes.
- Gerson o amigo gostoso da Violett? - questiona e assinto - Uau, não me parece ser alguém do seu tipo.
- Na verdade na minha mente suja ele faz muito meu tipo - digo e bebo suco para não olhar em seu rosto.
- Que safada! - exclama rindo.
- Eu ainda estou sentindo ele em mim - confesso e ela gargalha.
- Oh meus Deus Amélie! - exclama sorrindo - Você tem uma mente suja sua safada.
- Culpa do livro que roubei na casa da nossa avó - digo - Ela é ainda mais já que foi ela quem escreveu.
- Oh realmente, eu li uma trecho e aquilo é melhor que porno - diz.
Ficamos conversando enquanto comemos mais uma vez, damos risadas e esquecemos o assunto pegação.
Eu não posso pensar muito nisso ou vou acabar me iludindo e nesse momento só quero aproveitar os prazeres da vida.
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Amélie - Entre Amor E Ódio - Série Santinni's Livro IV
RomanceAmélie Santinni sempre viveu na sombra dos seus inúmeros irmãos, mas não pelo fato de ser excluída, só não se achava boa o suficiente para brilhar como todos eles. Relacionamento e pegação não era seu forte já que os homens e garotos fugiam dela. Ca...