Amélie Santinni sempre viveu na sombra dos seus inúmeros irmãos, mas não pelo fato de ser excluída, só não se achava boa o suficiente para brilhar como todos eles.
Relacionamento e pegação não era seu forte já que os homens e garotos fugiam dela.
Ca...
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Caminho até a parte de vestidos no meu closet e procuro uma roupa que fique boa para o que planejo fazer essa noite.
Procuro entre eles um que seja ousado o bastante.
- Filha? - ouço a voz da minha mãe.
- No closet - falo.
- Vai sair? - questiona ao ver eu com um vestido mão.
- Sim - falo e ela me olha - Mas não acho uma roupa boa.
- Para que tipo de lugar vai e que roupa quer usar? - questiona.
- Não sei, minhas roupas não combinam com o lugar - digo.
- Não é a sua roupa que tem que combinar querida, vista algo que goste e se sinta bem - fala - Aqui, usa este rosa, coloca esse sapato com brilho pois brilho nunca é demais e prontinho, um look que só não combina em uma igreja, vai na igreja?
- Não - falo e solto uma risada, vou no lugar oposto a igreja.
- Então ele está bom, se estava nessa ala do closet é porquê não é um local onde pede roupas compostas - diz e sinto pelo seu tom de voz que quer me perguntar onde vou, mas não quer parecer invasiva - Bom, eu vim dizer que vou sair para jantar com seu pai, Aléssio não sei para onde foi, só sei que não dorme em casa hoje, e o Renê disse que vai dormir com o Jason, mas para todos os efeitos ele está dormindo com você ok? Então espere eu e seu pai sairmos e pode sair.
- Certo - digo.
- Vai de carro? - assinto - Então não vai beber?
- Não - falo e ela cerra os olhos.
- Certo - diz me encarando - Bom, já vou, qualquer coisa pode ligar, só tenta não aprontar, quero que seu pai me foda a noite toda.
- Mãe! - falo e ela ri deixando um beijo em minha testa.
- Tchauzinho - diz saindo do closet.
Pego a roupa que ela falou e separo, pego uma lingerie e saio do closet para o quarto.
Tiro o roupão e coloco o vestido, calço o salto e paro de frente ao espelho para fazer uma maquiagem, deixo bem leve e arrumo os cabelos.
Pego uma bolsinha pondo meus documentos nele e saio dos quarto, desço até a sala e vejo tudo vazio, desço para a garagem e entro em meu carro, coloco o endereço no GPS e sigo devagar até o destino que planejo ir.
Alguns minutos depois paro no estacionamento e respiro fundo algumas vezes.
Decidida saio do carro e bato a porta, jogo as chaves na bolsa e pego o que é preciso para entrar aqui.
Caminho até a porta do local e entrego o cartãozinho, o segurança lê o código e libera minha passagem.
Ando por um corredor iluminado em vermelho, azul e roxo, o clima dento do local é ameno, olho para as parede e fico surpresa com as figuras com duplo sentido nelas.
Vejo uma cortina e passo ela para o lado, vejo um local amplo que parece um bar, mesas postas de todos os lados, um balcão onde tem variedades de bebidas e barmens servindo, no meio da área há um palco com um poste de pole dance.
- Olá senhorita - um barmen diz assim que me sento em uma banqueta - O que deseja?
- Algo sem álcool por favor - peço, ele me olha e assente.
Dois minutos depois me entrega uma taça com um tipo de coquetel, tomo um pequeno gole e acho docinho, olho ao redor e observo os ocupantes do local.
Nessa área do clube é tudo calmo, só há algumas pessoas sentadas a mesa enquanto conversam, nos relatos vi que somente uma vez por mês há apresentação no palco e geralmente a área do bar é quieta.
Na segunda área é que tudo é quente, de uma lado há outro existem quartos para tudo que desejarem fazer.
Aqui não é necessariamente um clube de bdsm, está mais para um clube de sexo onde cada um é livre para fazer aquilo que quer e sente vontade.
Tem a área para BDSM, mas tem as áreas softs também.
Eu quero ver e observar tudo, sem segundas intenções no momento, óbvio que se eu achasse alguém que despertou interesse em mim eu poderia sutilmente chegar nele e ver se rolava algo, mas hoje meu interesse não é esse.
Decido dar uma olhada em tudo e saio da banqueta, caminho até a área do outro corredor e empurro a porta vendo um corredor grande e iluminado.
Começo a andar e vejo salas de vidro, num primeiro momento fico sem graça de olhar, afinal é algo novo e estranho.
- Primeira vez? - ouço alguém perguntar e me viro vendo um homem parado atrás de mim, franzo o cenho e ele ri - É que sua cara entregou tudo, não parece alguém acostumada em um meio desses - diz - A propósito eu sou Ivan.
- Sou Amélie - falo e ele pega minha mão deixando um beijo nela, vejo seu olhar alternar de baixo para cima em meu corpo.
- Amélie, um belo nome - diz - O que a trouxe aqui? Curiosidade? Desejo? Os dois?
- Curiosidade - falo e me viro para a primeira sala de vidro afim de ver algo que talvez me chame atenção.
Abro a boca surpresa ao ver um casal na sala, o homem está de joelhos no chão, a mulher sentada em uma cadeira enquanto estica os pés para que ele beije, além de que ele tem uma corrente em volta do pescoço que se estende até as mãos dela.
- Ele é um submisso na cama - o cara diz e dou um pulo de susto pois esqueci da sua presença - Na vida e no dia a dia ele quem comanda a relação, mas na cama faz todas as vontades da esposa.
Balanço a cabeça e ele faz um gesto para andar mais um pouco, dou de ombros e decido dar alguns passos atrás dele que para de frente a outra sala.
- Embora a casa diga que não é um clube de BDSM, todas as coisas se ligam a prática - diz apontando ao casal - Eles não são abertamente praticantes, mas gostam do exibicionismo, gostam de transarem para que pessoas vejam, além de que uma vez ou outra usam brinquedinhos e coisas para apimentar o sexo o que poderia enquadrar eles no quesito baunilha do BDSM.
- Que é uma relação mas soft do bdsm por assim dizer - falo e ele assente - Não sei na prática, mas conheço na teoria.
- Interessante - diz e volta o olhar para o casal, faço o mesmo e penso que eu não gostaria de alguém me olhando enquanto estou transando, posso olhar, mas não deixar que me olhem.
- Olhar é bom, intrigante, mas não quando se está do outro lado da sala - digo e ele me olha sorrindo de lado.
- Voyeur, mas não exibicionista - diz - Interessante.
