Amélie Santinni sempre viveu na sombra dos seus inúmeros irmãos, mas não pelo fato de ser excluída, só não se achava boa o suficiente para brilhar como todos eles.
Relacionamento e pegação não era seu forte já que os homens e garotos fugiam dela.
Ca...
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Terceiro domingo do mês.
Dia do dia em família.
Embora ame meus irmãos e meus pais eles fazem muito barulho e não param de falar por um segundo, querem sempre falar sem parar.
- Melie me ajuda aqui - Renê pede entrando no meu quarto - Eu não sei dar um nó em gravata.
Ele está no seu normal, mas para ele ainda é difícil fazer algumas coisas.
- Por que vai usar gravata? - questiono.
- Porquê sim - diz desviando o olhar.
- O Nenê ta mentindo pra mim? - questiono e ele balança a cabeça.
- Não me chama de Nenê, Melie - diz.
- Deixa eu ajudar você então Nenê - falo ficando de frente a ele e o ajudando a dar o nó na gravata - Seu namoradinho vai vir?
- Não - diz e cerro os olhos.
- Você não quis me dizer quem é, conta vai - peço terminando de dar o nó na gravata, ele nega e bufo - Tá bom, eu não te conto algo também.
- Você não me engana mais, eu sei que nunca tem nada para contar - diz.
- Bom, dessa vez eu tenho e você ficaria chocado - falo me afastando - Vamos sair, já devem ter chegado os outros.
- Eu duvido que tenha algo que me deixaria chocado - fala - Não mais do que eu poderia dizer.
Olho pra ele que ri, reviro os olhos e saio do meu quarto tendo ele atrás de mim enquanto caminhamos para a sala.
Descemos as escadas e vejo metade dos meus irmãos sentados no sofá e todos conversando juntos e bem alto.
- Nenê! - Gianna diz tocando de pé e vindo abraçar nosso irmão.
- Não me chama de Nenê - fala e ela revira os olhos abraçando ele.
- Amélie! - diz após se separar dele e me abraçar apertado.
Não é por nada, mas ela é uma das minhas irmãs mais lindas, na verdade todas elas são lindas e maravilhosas.
A Gi é modelo, a agência que trabalha é aquela que não liga para os padrões pois, as marcas que trabalham com ela são bem famosas por seus vestidos e roupas que vestem a todos.
Ela faz parceria com a empresa de cosméticos da Laura uma das minhas outras irmãs, e também tem convênio com o estúdio de fotografias da Sun, é tudo interligado por aqui.
Cumprimento meus outros irmãos e ficamos todos reunidos na sala, fico observando eles conversando sobre seus trabalhos e fico na minha já que sou uma das que não trabalham.
- Como foi os dois meses de voluntariado Amélie? - Oliver questiona.
- Foram bons, terminamos tudo antes do previsto e ficamos lá só organizando as coisas do pessoal do vilarejo - respondo - Eles ficaram muito felizes com nossa ajuda.
A conversa flui e falo mais sobre o trabalho voluntário, alguns deles dizem que vão fazer um dia uma viagem voluntária assim.
Os três irmãos que faltavam chegam e aí que fazem a festa, Lindsay trouxe seu marido, Kaio trouxe a Melim que é quase outra de nós, Susie veio sozinha.
- Aí como a mamãe ama quando tá todo mundo assim junto - minha mãe diz aparecendo ao lado do meu pai - Vê Mancinne, eu só tenho filhos bonitos, puxaram tudo a mamãe aqui.
- Não sei quem iludiu você Santinni - diz fazendo ela cerrar os olhos.
- Vocês dois parecem crianças - Alessio diz.
- Criança não faria o que faço com o pai de vocês - diz piscando os olhos.
- Eca mãe! - dizemos juntos e ela ri.
- Tirando a Amélie e o Alessio, todos aqui já transaram, não se façam de bobos - diz.
- Eu já sim - Alessio diz - Assim que fiz dezesseis anos.
- Espera e o Renê? - meu pai questiona nos fazendo olhar para Renê que tem os olhos arregalados.
- Mãe! - Renê diz envergonhado - A senhora não sabe guardar segredo?
- Desculpinhas filho - diz - Foi sem querer.
- O Nenê não é mais neném? - Sun questiona rindo.
- Eu não quero falar sobre isso - diz emburrado enquanto cruza os braços.
- Os meus filhos, todos indo para o mal caminho - meu pai diz pondo a mão no peito - Tudo culpa dessa maldita diaba.
- Aí Mancinne não enche - diz levantando a mão - Eu era um anjo antes de me envolver com você.
- Era uma ladra mentirosa - fala, um burburinho começa na sala e suspiro.
Liberdade sexual é um tema comum na minha família, não tem restrições aqui para isso, uma vez ou outra é falado e todos agem com naturalidade.
Eu acho algo natural, sei muito sobre, li, estudei, mas não gosto de falar, não sei se pelo fato de nunca ter praticado ou pelo simples fato de achar ser algo privado.
Sempre me sinto fora d'água quando começam a falar sobre, e aparentemente agora eu sou a única dessa família que não provou os prazeres do sexo.
- Anos nessa família e ainda não me acostumei a isso - Melim diz, sorrio olhando para ela que toca a barriga - E não me acostumei com esse garoto dentro de mim.
- Oi neném da titia - falo tocando a barriga dela sentindo se mexer - Tá confortável aí?
- Ele com certeza, eu? Não tô - diz rindo - Ainda bem que está mais perto que longe para sair de dentro de mim.
Fico conversando com ela sobre sua gravidez e ela parece animada para o nascimento do bebê, eu também estou, sinto que serei a titia babona.
- Mês que vem é o último que vou trabalhar, fiz um acordo com o Kaio, nós não queremos terceirizar a criação do nosso filho, por isso vamos cuidar dele em tempo integral - diz - Ele vai pegar dois meses de folga e ficar em tempo integral com a gente, mas depois trabalha e o dia será comigo, quando o Dion tiver idade colocamos ele na escolinha e assim vamos seguindo.
Fico conversando com ela e logo minha irmã Lindsay entra no assunto, ela fala que logo mais vai querer um neném também, mas antes disso vai curtir a fase de titia e aprender algumas coisas.
Logo o almoço é servido e sentamos todos a mesa para comer, depois que todos crescemos e alguns foram seguindo suas vidas a minha mãe gosta de reunir a todos no terceiro domingo do mês.
Ela disse que não gosta de ficar tanto tempo longe dos filhos e teve a ideia desse dia, assim sempre vamos nos vendo.
