A Minha Vez🍃

Você sabe o que fez?

Bruninho

Parece até mentira, mas ela tá aqui, ela voltou pra mim, e eu vou honrar essa segunda chance. Vamo fazendo o nosso caminho, atirando em tudo que passa na nossa frente.
Olho pro lado e vejo um filho da puta na laje, com a Juliana na mira.
Viro na direção dele com tudo parceiro. Puxo o braço dela, e coloco ela atrás de mim. O filho da puta atira, e o tiro dele só acerta a parede. Viro o cano da minha Glock na direção do cara, e o ele cai dá laje feito merda no chão.
Vejo alguém se aproximar de nós pelo beco da frente, e quando viro minha arma na direção, Caio aparece na nossa frente.

- Menor, VT falou que ela tá na toca, mas eu não sei onde é.- ele fala pra mim, e eu encaro a Juliana.

Eu não quero me separar dela mano, mas também não quero perder essa mina de novo.

- Leva a Juliana pra casa do MB, tranca ela com as mina lá no cofre.- eu falo encarando ele, e ela entra na minha frente na merma hora.

- O que? Você pensa que é quem pra manda em mim? Eu vou atrás dela, e não adianta tu dizer que não.- ela se ergue cheia de ódi0 na minha frente, e eu dou um passo pra trás.

- Tu não sa...- eu tento dialogar, mas ela me corta antes de eu consegui terminar, tira o fuzil das costa, destravando ele me encarando serinha.

- Vambora.- ela fala com a arma na mão, e eu fico encarando ela quase de boca aberta.

Caralho, a mulher tá muito pica mermão.

Eu quero proteger ela de qualquer jeito, mas ela não precisa mais disso.

- Ela sabe o que tá fazendo mano.- Caio fala olhando pra minha cara sério também.

Porra, eu não sei lidar com essa nova Juliana não, ela tá muito pra frente mano, tá muito braba.

- Jae então perigosa, bora lá.- eu falo olhando ela com um fuzil na mão na minha frente, e ela me dá um sorrisinho de canto da boca.
...

Chegamos perto da toca, e ficamos um de cada lado da entrada.
Juliana respira fundo me olhando nos olhos, e eu balanço a cabeça perguntando se ela tá preparada.

- Vai.- ela sussurra.

Dou um chute na portinha da toca, e já entro atirando em tudo que se move na minha frente. Juliana encontra Rayane escondida no canto do bagulho, e já chega na voadora. Ela bate com o joelho na cara da Rayane, que acaba batendo com a cabeça na parede. Juliana soca a boca da Rayane duas vezes, e o melado começa a descer.

- Reage sua puta, não tem ninguém te segurando.- Juliana grita, mas a Rayane não consegue nem proteger o rosto dos socos parceiro.- Bruno, sai daqui.- Juliana grita sem olhar pra mim.

- Não.- falo firme.

Foda-se como ela pretende acertar as contas com essa vadia, f0da-se o que ela acha que eu tenho que fazer, ela nunca mais vai sair da minha vista, não depois de tudo que eu passei achando que ela estava morta. Eu não quero nem piscar, tenho medo de ser mentira, e que essa mina não esteja aqui de verdade. Não saio de perto dela nunca mais.
Juliana tá no ódi0 mano. Ela pega a Rayane pelos cabelos e joga ela no meio da toca, perto dos corpos dos cara no chão.

- Você sabe o que você fez? Sabe o que fez?.- ela fica descontrolada.

Segura dos dois lados do rosto da Rayane, e enfia a unha na pele dela até sangra. A piranha começa a gritar.
Eu fico encarando elas, deixando a Juliana descarregar toda sua raiva em cima dela.
Depois de tudo que essa mina passou parceiro, ela merece isso.

- Bruno.- Rayane choraminga na minha direção.

- Cala boca sua vagabunda.- rosno de volta pra ela.

Juliana tira o fuzil das costas, bate a parte de trás dele com força na testa da Rayane, fazendo ela cair no chão desmaiada. Ju dá dois passos pra trás, joga o fuzil no chão, e eu vejo que ela vai cair no choro a qualquer momento.

A minha chorona ainda tá aí porra, ela ainda é a minha Juliana.

- Juliana.- eu chamo indo na direção dela, e ela bota a mão na frente.

- Não, não chega perto de mim.- diz me encarando, e eu consigo vê o olho dela cheio de lágrima.

- Deixa eu...- eu tento, mas ela me corta de novo.

- Eu vi você.- diz ela já chorando, e eu fico olhando pra ela sem entender o que ela quer falar.- quando eu me recuperei, eu vi como todos vocês estavam felizes, como todos vocês já tinham superado tudo o que aconteceu comigo.- ela fala magoada, e eu fico puto.

Como ela pode fala uma merda dessa pra mim mano?

- Tu só pode tá drogada.- eu falo bolado.- eu quis morrer porra, eu quis morrer quando eu vi teu sangue lá no chão, eu sofri pra caralho mano, devolvi o morro achando que o Terror ia mandar o VT me matar, mas nenhum dos dois quis fazer isso.- ela enruga a testa ainda chorando.- eu tava fodido pra caralho porra.- abro os braços na direção dela.

- Fodido? Com outra na garupa?.- ela fala sorrindo na ironia, e eu fico sem entender.- eu quis voltar, voltar pra vocês, pra minha antiga vida, mas quando eu cheguei aqui vocês estavam bem, felizes e comemorando. Eu tinha acabado de sair do hospital, estava mal, triste e ainda sentia muita d0r. Tem noção de como foi pra mim vê todos vocês reunidos, tudo rindo e alegre? Eu quase morri porra!- ela grita.- eu perdi o filho que nem sabia que estava esperando, e vocês ali, comemorando.- ela quase ruge, e eu consigo sentir a dor dela.

- Nosso filho!- eu olho pra cara dela com o coração na mão.- você perdeu o nosso filho.- eu digo agora sentindo a dor que isso me faz sentir por dentro.

Ainda não consigo acreditar que tudo isso aconteceu mano. Porra, era pra nós tá bem, com um moleque nos braços, mas por causa dessa vadia filha da puta, nos sofreu pra caralho. Mesmo não fazendo ideia dessa criança, vou carregar essa dor pro resto da vida junto com ela.
Juliana só balança a cabeça soluçando, sem conseguir falar nada.

Mano, é muita covardia o que essa mina passou. E eu nem pude tá do lado dela.

Mas eu também tava mal caralho, enquanto ela tava por aí se aventurando com aquele filha da puta, eu estava aqui, quase me matand0, achando que eu tinha perdido ela.

- Tu acha que foi fácil pra nós? Nós foi atrás de tu no Jacaré caralho, nós perdeu mais de cem soldado tentando te achar porra. Na moral, eu sei que tu foi a que ficou mais saiu fodida no bagulho, mas eu quase m0rri também Juliana.- eu falo chegando perto dela.- eu não queria mais viver sem tu cara, eu quis morrer.- ela me encara com os olhos vermelho, e o rosto marcado de lágrima.

- Eu vi você com outra.- ela sussurra magoada, e eu dou um passo pra trás.

- O que?.- pergunto sem acreditar que ela tá falando uma porra dessa.- impossível mano.- encaro ela paralisado.

- Quando eu voltei, eu vi você com ela, ela estava na sua garupa. Você trouxe ela pra praça, pegou ela pela cintura, e deu o MEU AFILHADO pra ela segurar.- ela chora e eu começo a me ligar.

- Tu não sabe o que tu tá falando cara.- ela me encara séria, e logo depois nós escuta uma arma destravar.

Quando nos olha em direção ao barulho, a Rayane tá com uma pistola apontada na direção da Juliana.

- Eu já ouvi o suficiente por hoje.- ela fala em pé, limpando o rosto sujo de sangue.