O que aconteceu?

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Juliana

Um bipe que não me deixa raciocinar direito fica piando no meu ouvido e me desperta. Com muito esforço, eu consigo abrir meus olhos e a claridade me faz fechar eles novamente.

O que está acontecendo?

Pisco meus olhos por 3 vezes, e quando eles se acostumam com o ambiente, eu os abro novamente.

Eu estou, definitivamente em um hospital.

Tem uma poltrona bem ao lado da minha maca, meu dedo indicador, estão com algum tipo de grampo, que é preso a um monitor. As minhas veias estão perfuradas por sondas, agarrada a uma bolsa de soro, e uns outros medicamentos, suspensos a uma vara de metal.

O quê, que aconteceu? Como eu vim parar aqui?

Tento gritar alguém e uma coisa na minha garganta começa a me incomoda, me impedir de pronunciar qualquer palavra.
Nessa hora, eu começo a ficar nervosa, e a sensação que eu tenho, é de que estou começando a sufocar.
Meu coração começa a acelera, e os aparelhos começam a apitar feito loucos, anunciando problemas, e eu começo a ficar ainda mais nervosa que antes.
E m menos de 5 segundos, a porta é aberta com tudo, e um Ryan assustado e armado aparece no quarto, eu fico paralisada com a cena.

- Você acordou, eu vou chamar o médico.- ele diz eufórico, e sai novamente do quarto correndo.

Eu fico olhando em volta, só conseguindo mexer os olhos.

Eu preciso saber o que está acontecendo.

Onde eu estou?

Por quê a Vanessa não está aqui?

Por quê estou sentindo essa dor?

Um tempo depois, a porta abre novamente, e um senhor branco alto, com uma barba grisalha como seus cabelos, entra no quarto todo de branco, e o Ryan vem logo atrás dele.
Eu quero perguntar o que está acontecendo, porém, o tubo na minha garganta, não me permite.

- Olá Juliana, eu sou o Doutor Fernando Castro, sou o seu médico.- o senhor diz. Eu encaro ele querendo falar alguma coisa, mas da minha boca só sai um rugido incompreensível.

Ele começa retirando o ducto da minha garganta, e eu sinto uma sensação horrível no meu estômago.
Eu tento fala algo agora, mas as palavras não saem como eu gostaria.

- Calma menina, você passou por duas cirurgias a mais ou menos duas semanas.- ele diz, e eu encaro o Ryan aterrorizada, e ele segura na minha mão forte.

O médico começa a fazer vários exames e checagens, e eu fico encarando o Ryan do outro lado da sala, com as mãos nos bolsos, também me olhando sério. O médico já mandou ele sair da sala umas 3 vezes, mas ele nem se mexeu do lugar. Na verdade, eu me sinto mais segura com ele aqui comigo, porém, não sei se eu gosto muito da ideia dele me ver assim tão vulnerável.
Quando os médicos finalmente me deixam em paz, o Ryan vem mais pra frente e senta na poltrona do meu lado. Ele encosta a testa na minha maca, e eu fico encarando ele, suplicando por respostas com os meus olhos.

- Me perdoa.- ele pede depois de um tempo, levantando a cabeça pra olhar nos meus olhos, com os dele cheios de lágrimas.- na moral Ju, me perdoa cara.- ele fala agora sem conseguir segurar as lágrimas e eu fico assustada, sem saber o que tá acontecendo.

Eu fico olhando pra ele sem conseguir falar, ou perguntar nada, e as lágrimas começam a me sufocar.

Por quê ele está chorando?

O que está acontecendo?

Ele seca minha lágrimas com os dedos, e eu continuo encarando ele angustiada.

Meu Deus, que que aconteceu?

Começo a procurar por respostas em minha mente, e eu começo a lembrar de cenas picada.
Me lembro de um rosto, um rosto muito assustador, mas eu não consigo associar com nada. Só me lembro de sentir medo, e uma dor, uma dor muito forte.
Nesse momento, algumas coisas começam a se encaixar, as imagens começam a fazer sentido agora.

- Bruno.- consigo dizer com uma forte dor no meu peito, e os aparelhos começam a apitar novamente.

Ryan fica desesperado e vai correndo atrás do médico de novo.
O médico entra na sala feito um jato, e aplica alguma coisa na sonda que está agarrada no meu braço.

- Tu vai dormi agora garota.- a voz grossa e embargada do Ryan vai ficando cada vez mais longe e com o tempo, eu só consigo escutar a minha própria respiração e um som de pi.pi.pi...

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