Créditos ou Débito

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Juliana

Chego em casa com a Vanessa em lágrimas, completamente arrasada. Me dói vê ela nesse estado, mas a única coisa que posso fazer por ela agora é da abrigo e não sair do lado dela.

- Amiga, come alguma coisa._ falo 5h depois da gente ter chegar em casa, mas a Vavá não para de chorar desde então.

- Não quero Ju, não desce nada._ ela responde me encarando com os olhos inchados e soluçando.

- Vamos no açaí então? Para de chorar poxa, vai fazer mal pro bebê._ peço preocupada e ela me encara.

- Tá, vou tomar um banho._ diz ela levantando do sofá.

Falou de açaí ela se anima rápido.

Nos arrumamos e descemos o morro.
Hoje é uma sexta-feira, então tá tudo bem movimentado por aqui. Faço o pedido, montamos o nosso açaí e sentamos na mesinha pra conversar. São 19h30 da noite e tem bastante gente na sorveteria.

- Iih, e vem._ Vanessa fala olhando uma menina vindo em nossa direção.

- Já tô sabendo que não deu muito certo o teu golpe do baú._ a menina fala olhando pra Vanessa.

- Tá sabendo muito da minha vida em gata, tá doida pra ir lá tenta a sorte né? Vê se ganha a moral que eu tenho né não?._ Vanessa fala encostando as costa na cadeira e cruzados os braços olhando pra menina com cara de deboche.

- Que moral colega? A de otária ou a de chifruda?_ a piranha pergunta cruzando os braços.

- Ou._ falo na direção da menina e ela vira pra me encarar_ quer passa essa vergonha no crédito ou no débito?_ falo pra ela seria e ela faz cara de deboche pra mim_ deixa de ser ridícula e sai daqui garota, vai atrás dele e para de encher o nosso saco, eu não tenho essa paciência de ficar discutindo no meio da rua não._ ela discruza os braços e desvia o olhar de mim pra Vanessa.

- Tu vai ter que aguenta caladinha quando me ver na garupa dele. Quando eu tiver do lado dele no camarote, vê se não surta tá linda._ a coisinha fala e sai de perto da gente, rebolando aquela bundinha de pomba suja dela.

Eu olho pra cara da Vanessa e ela está se segurando pra não chorar.

- Eu não vou mais chorar, chega!_ fala fechando os olhos e respirando fundo.

- Isso aí amiga, você é linda e guerreira, não precisa desse traste pra nada, vai fica tudo bem você vai vê, não se preocupar._ falo segurando a mão dela, e ela concorda.

...

Acabamos de comer nosso açaí e vamos em direção a nossa casa, já que agora ela mora lá também. Quando estamos chegamos perto de casa, o Caio aparece do nosso lado buzinando a moto.

- Ju, chega aí._ ele fala todo sério, e eu petrifico.

Deus, cadê meu pai?

- Vanessa, onde está o meu meu pai?_ sussuro baixinho sem tirar os olhos do Caio, e ela entra em casa correndo e depois volta ofegante.

- Tá aqui não Ju._ diz também preocupada.

Puta que pariu, era só o que me faltava agora.

Caminho lentamente em direção ao Caio com o cu na mão.

Não seja nada com meu pai, não seja nada com meu pai.

Vou pedindo a Deus em pensamento.

- Por favor, não me diga..._ eu choramingo e ele me interrompe.

- Relaxa, não é nada com teu coroa não._ um alívio percorre todo meu corpo e eu respiro fundo fechando meus olhos. Quando me sinto mais calma eu encaro ele novamente_ foi mal, te assustei né?.- ele fala ao ver minha reação.

- Qualquer coisa anda me assustando ultimamente._ falo sorrindo.

- Ju?_ Vanessa me chama ainda preocupada do portão_ tá tudo bem?

- Tá sim amiga, pode entrar._ ela sorrir aliviada e vai pra dentro de casa.- mas fala, o que aconteceu?_ pergunto agora curiosa encarando o Caio.

- Nada não pô, só vim vê como tu tá mermo._ ele diz me encarando com um pé escorando a moto.

- Estou bem, um pouco preocupada com esse trabalho novo do meu pai._falo sincera torcendo os lábios

- Pode crê._ ele fala me encarando_ Vou guiar então, se cuida aí mina, qualquer coisa convoca nós._ dou um abraço nele de lado e ela vai embora.

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