Um Arsenal

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  Bruninho
 
 
  Fui convocado pra uma reunião dos cabeças aqui da facção, mas na verdade a parada é mais íntima.
 
  VT convocou só os de confiança pra desenrolar uma parada muito séria, que envolve geral que é cria.
 
  - O amigo VT da rocinha quer dá o papo pra geral presente.- Terror começa o desenrolo.
 
  - Boa noite família, vim aqui passar o proceder dos bagulho que anda acontecendo na minha comunidade, mas que atinge as de vocês também.- VT começa, e eu encaro o MB que está sério do lado dele.- A alguns anos atrás, eu mandei o meu irmão aqui em uma missão sigilosa, e tirando eu, o terror e os 3 caras que eu mais confio na vida, ninguém mais sabia pra onde exatamente ele tinha ido.- diz o mano com o braço no ombro do Dioguinho.- a missão era ir pra África, onde tem a melhor maconha* da atualidade, muita gente com dinheiro comprava deles, e nos podia fazer 2 corres. 1 era ele aprender a produzir igual, e roubar uma grande parte pra nós, e a segunda era roubar seus maiores compradores, coisa grande mermo.- o irmão da o papo.
 
  - Tá, mais e aí?.- o Dado, dono do Turano pergunta de braços cruzado.- nós sabe que a rocinha cresceu pra caralho* por causa dessa maconha*, a Maré, o morro do Bruninho, também, e a nós também ganhou com isso. Mas qual foi desse caô ai?.- ele encara o VT.
 
  - O caô é que os cara tão querendo guerra depois de todo esse tempo irmão. Se aliaram a os ADA e tão vindo cheio de ódio* pra cima de nós.- ele fala, e eu enrugo a testa.
 
  Porra*, esse filho da puta* não me contou nada disso mano.
 
  - A parada é que vai feder pra geral, os cara são sanguinários, e os ADA não fica atrás. Eles já estão se movimentando, e nos precisa se organizar logo mermão.- Terror fala sabendo da situação.
 
  Eu encaro o VT com a cara fechada, boladão por ele ter me deixado de fora dessa parada aí. Qual foi?
 
  - Agora, nós vai precisar levantar bastante grana, bora pra rua, fazer coisa grande mermo, bota os produto na pista. Tá na hora de ser bandido*, tomar boca de fumo* e coloca os bagulho pra rolo. Aí, quando nos tiver o suficiente, nós vai recrutar soldado, e acabar com essa porra* de uma vez só.- Terror da o papo reto.
 
  - E enquanto isso, nós sabe pelo menos se eles vão invadir nós por agora?.- o dono da CDD pergunta.
 
  - Geral aqui tá onde tá porque sabe conduzir os bagulho, tu sabe defender tua favela parceiro. Monta um arsenal, coloca os soldado pra riscar. Treina os pequeno, e dorme de olho aberto, porque o tiro* pode chegar do nada.- Terror encara o menor.
 
  - Eu venho recebendo fotos da minha família a vários meses, alguns soldados aparecendo morto*, até cabeça eu já recebi. Os cara não tá vindo pra mandar recado, viado*, minha mulher e meu filho estão em cárcere, e eles nem sabem de nada ainda, mas eu aconselho vocês não esconder de quem vocês querem proteger, eu acho que eles precisam saber que não pode ficar dando bobeira por aí não, a chapa esquentou, e a porrada* pode comer a qualquer momento.- VT fala pra geral presente.
 
  - É isso rapaziada, fé no pai e no fuzil, e bora pra cima.- é a última frase do Terror, antes de terminar a reunião.
 
  Eu espero os cara trocar ideia, e fico de cantinho esperando o momento de ter um papo reto com o VT. Não entendi qual foi a dele de me deixar de fora dessa parada aí, nós é compadre porra*, sujou pra ele sujou pra mim, nós é irmão.
 
  Quando geral sai de perto, eu não preciso nem chamar ele, só de ver minha cara fechada ele já vem trocar ideia.
 
  - Da teu papo menor.- ele para do meu lado, encostando na parede, e eu encaro ele.
 
  - Qual foi irmão? Quando que tu ia desenrolar essa parada aí comigo? Não confia mais em mim não? Da o papo.- cruzo os braços.
 
  - Mano, tu tava fudido* por causa da novinha lá, aí depois tu encontrou a mina e queria matar* saudades, vários bagulho acontecendo, e eu sabia que tu ia tá dentro de qualquer forma pô, então eu aguardei o momento.- ele da o papo.
 
  É, agora que ele falou eu entendi o lado do cara. VT é foda* mano, ele pensa em tudo, muleque calculista do caralho*.
 
  - O bagulho tá doido né?.- eu pergunto pra ele, e ele passa a mão pelos cabelos.
 
  - Irmão, se eu soubesse que ia dá tanta merda, eu não tinha mandado o menor fazer essa missão.- ele fala balançando a cabeça.
 
  - Porra* mas nós é dessa vida mermo mano, tem pra onde fugir não, agora nós vai fazer os corre, e vai resolver essa parada aí pô.- dou o papo e ele concorda.
 
  - É isso irmão.- ele faz toque comigo, e nos vai pra fora da boca.
 

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