Me vingando

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Juliana

O cara vai me arrastando até chega perto de um outro homem alto, com uma cara assustadora e me joga nos pés dele. Eu fico apoiando minhas mãos no chão, o encarando de baixo pra cima, e ele me olha como se eu fosse um lixo.

- Levanta.- ele ordena com uma voz grave, que me deixa paralisada.- eu mandei você levantar porra.- ele rosna pra mim e com muita dificuldade, eu consigo ficar em pé.

O cara ergue a sua mão grossa e pesada, e atinge o meu rosto em cheio. Eu só não caiu no chão com a força do impacto, porque ele me segura antes, só pra me dá outro tapa, do outro lado do rosto. E dessa vez, ele consegue tirar sangue da minha boca, e me joga no chão.

- Lembre bem disso sua puta, é por causa do teu amantezinho, que tu vai sofre muito hoje.- o assustador diz com um meio sorriso nos lábios, e eu começo a chorar no chão, passando a mão na minha boca ensanguentada.

Logo depois, um outro homem sai de trás dele, e passa uma fita na minha boca ainda suja de sangue. Ele passa também nos meus punhos, e nos meus pés.

- Tu vai servi de exemplo, pra eles nunca mais tentar mexer com nós de novo.- o assustador fala sem demostra nenhuma compaixão, e eu começo a fica nervosa.

O que eles querem de mim?

O homem que me arrastou me pega no colo, e me leva junto com eles para uma rua, perto do bar do pelado. O tiroteio está intenso, e o barulho me deixa completamente perturba e assustada.
Qualquer pessoa que entra no caminho deles, eles atiram sem pena.

Meu Deus, o que está acontecendo?

Eu quero gritar, mas a fita na minha boca não me deixa.
Eles se escondem em um beco, conversam entre si, e o homem que me carrega me deixa por um estante no chão. Depois, de um jeito coordenado, eles saem de dentro do beco, cada um vira para um lado diferente, e eles atiram até que só sobrem eles em pé, e ninguém mas do outro lado. Meu coração parece que vai sair pela boca.

Jesus, eles vão matar todo mundo...

O jeito que eles entram e saem de ruas e becos, mostram que não é a primeira vez que eles estão aqui, eles parecem saber muito bem para onde estão indo.

- Chefe, tu quer fazer isso onde?.- um dos homens grita perguntando para o assustador, e ele tira o celular do bolso.

- Só mais duas ruas, e nos chega lá.- ele grita e eles voltam a se posicionar.
...

Quando ele chegar no lugar onde queria, o homem que me carrega, me coloca sentada no chão, e fica com uma arma apontada pra minha cabeça, ele fica olhando na direção de onde vem uma mulher.
Eu consigo reconhecer ela, conheci essa mulher uma vez no banheiro do pagode, e a lembrança me atinge em cheio.

"Meu nome é Rayane"

Ela disse naquela época.
Meu corpo começa a tremer da cabeça aos pés. Meu coração parece querer sair pela boca, e eu estou abeira de um ataque cardíaco. Minha respiração começa a falhar com a proximidade da mulher. Ela para bem na minha frente e abaixa pra olhar dentro dos meus olhos.

- Você pensou que me enganava né?.- ela diz e dá um sorriso parecido com o do assustador.

Eu olho para ele e depois para ela. Eles se parecem, com certeza devem ser parente.

Merda, eu estou perdida. Eles vieram se vingar e eu faço parte dessa vingança.

P0rra, mais uma vez minha vida sendo prejudicada por conta da minha história com o Bruno. Eu pedi tanto, eu sempre soube que essa história não ia acabar bem, ele além de brincar comigo, me colocou no meio dessa guerra, que agora está prestes a acabar com a minha vida.

- Sua vagabunda.- ela soca o meu rosto, e eu sinto inchar na mesma hora.- não sabe o quando eu esperei pra te vê assim, nós meus pés.- ela fala e dá outro soco na minha cara, e com o impacto desse, eu caiu pra traz, batendo com a cabeça no chão.

A dor que eu sinto, me faz perder um pouco o sentido das coisas, e me faz começar a ver as pessoas em câmera lenta. Eu consigo entender quando ela pede pra alguém me tirar do chão, e quando alguém me levanta, ela me faz de saco de pancada.
Eu perco a noção de quantas vezes ela me acerta, e no final, eu não consigo nem mais reclamar de dor, pois não tenho mais forças pra isso.

- Você não sabe com quem se meteu, sua puta.- ela rosna, e o ódi0 nos olhos dela, me faz temer o pior.

Eu não vou sair viva daqui.

Nesse momento, o Bruno aparece do outro lado, com o 2D, Caio, Fê, TT e os outros meninos, apontando as armas em nossa direção. Quando eles ver o meu estado, toda machucada, eles arregala os olhos e dá um passo pra frente em minha direção.

- Opa, opa. Pra trás.- o assustador avisa, e uma pessoa coloca a arma na minha cabeça.- vamos conversar.- ele diz com um sorriso.

E eu posso ver o rosto do Bruninho se transformar em fúria. E se olhar matasse, o dele fuminava todo mundo essa hora.

- Larga ela agora.- ele grita com ódi0, eu só consigo pensar que vamos todos morrer juntos agora.

- Acho que tu não entendeu, tu não tá em condição de manda em nada aqui meu parceiro.- o assustador diz, e o Bruno encara a Rayane com desgosto.

- Que p0rra tu tá fazendo?.- Bruno pergunta pra ela, e ela sorri pra ele como se fosse tudo normal.

- Me vingando.- ela diz em pé, um pouco mas pra frente de mim.

Nesse momento, eles começaram a entra em uma discussão e o homem que me segurava me coloca no chão atrás dele, e se posiciona mas a frente, junto com a Rayane e com o assustador.
Nesse momento, eu começo a ver a minha vida passar diante dos meus olhos, e começo a ter a sensação de que não estarei mais viva amanhã.
Um tempo depois, eu sinto uma pressão com o cano da arma na minha cabeça, mas não tenho nem forças para levantar o rosto pra olhar.

- Juliana?.- ouso uma voz conhecida e acolhedora sussurrar no meu ouvido.

- Ryan.- tento falar, mas as dores e a fita não deixa.

Ele está apontando a arma pra minha cabeça?

É lógico, eles estão juntos! Ele é irmão dela.

Meu Deus, então esse tempo todo ele estava apenas me usando?

- Eu vou te tirar daqui.- ele sussurra me deixando completamente perdida.- fica calma e confia em mim.- diz ele.

E em um segundo, entre uma gritaria e discussão, o assustador vira na toda na minha direção, com os olhos feito chamas, e aponta a arma para mim.
Escuto o grito do Bruno de longe.

- NÃO.- os dedos do assustador se apertão no gatilho e só consigo sentir a mão do Ryan puxar meu braço com força, e depois sinto um impacto forte abaixo do peito que me tira o ar.

Ryan levanta sua arma em um movimento rápido e descarrega todo o pente dele no assustador, que cai no chão na hora. O tirotei0 começa novamente, e o Ryan consegue me tirar do chão, e me esconder entre uma parede que estava atrás de nós.

- Ei, pelo amor de Deus garota, fica comigo.- ele puxa a fita da minha boca, e tira a blusa do corpo pra estancar meu ferimento.- tu vai ficar bem, tu vai ficar bem.- ele repede tentando de alguma forma fazer com que o sangue pare de escorre.

- Ryan...- minha voz sai quase em um suspiro, e ele me interrompe.

- xiiiu, não fala nada, eu vou ti tirar daqui.- ele fala alguma coisa no radinho, e eu começo a ver tudo embaçado.

Os meus sentidos já não funciona mais, não consigo mais ouvir os barulhos dos tiros ecoar no meu cérebro, não consigo focar em um lugar só para presta atenção. Minha respiração começa a ficar cada vez mais suave, o meu coração de um galope assustador, vai para um batimento sereno. Sinto meu corpo ser erguido e a última coisa que consigo vê, e o rosto do Ryan tentando me dizer alguma coisa, mas eu só sinto um cansaço e uma leveza absurda. Vou indo cada vez mais pro fundo, e a escuridão vai me engolindo, até que só reste eu e um imenso vazio, e, paz...

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