Misericórdia

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Juliana

Não sei o que foi aquilo, mas eu senti um negócio estranho quando o Bruninho segurou minha mão, pode até ser coisa da minha cabeça, mas eu não paro de pensar nisso.
Revirei de um lado pro outro a noite toda e quando acordo, já são 6h da manhã e ainda estou completamente sem sono. Não consigo para de pensar naquele homem meu Deus, pode ser porque ele me defendeu ontem, ou também medo pelo que pode acontecer com meu pai, não sei, estou confusa.
Entro no banheiro faço minhas higienes e vou pra cozinha fazer café.
Meu pai acordou de madrugada tomou um banho e foi pro quarto, eu escutei tudo né, pois quase não dormi direito essa noite toda.
Coloco a mesa do café, tomo sem espera ele acordar e depois vou pra sala ver um pouco de televisão. Depois de um tempo meu pai acorda, ele aparece na sala e não consegue nem olha pra minha cara.
É sempre assim, ele se droga, faz merda e no outro dia fica morrendo de vergonha, mas também não se esforça pra muda essa situação. Também não vou falar nada sobre ontem, até porque uma hora ou outra o assunto vai surgir.
Ele acaba de tomar o café dele e também vem pra sala, senta na poltrona inquieto e eu finjo que não estou nem vendo, continuo mexendo no meu celular.

- Filha, eu..._ ele começa mas eu o corto.

- 8h na boca, Bruninho quer conversar sobre a dívida, e se o senhor tem um pouco de amor a sua e a minha vida, esteja sóbrio._ falo levantando e indo pro quarto.

Estou cansada desse ciclo vícios. Ele se droga, vacila e pede desculpas, se droga, vacila e pede desculpas. Já deu, ou ele muda, ou eu vou parar de me importar de hoje em diante.
Olho o relógio e são 7:25 agora, tomo meu banho, me arrumo e vou pra sala esperar meu pai acabar de se arrumar. Quando ele acaba, aparece na sala me olhando com os olhos tristes e tímido.

- Estou indo._ ele fala ajeitando a blusa no corpo.

- Eu também vou._ me levanto do sofá e saímos juntos.

Vamos andando mesmo até a boca que não é tão perto, porém também não é muito longe. Paro na porta, e o vapor entra pra avisar que já chegamos. Depois de um tempo lá dentro, ele volta e nos manda entrar, meu pai me encara sério e ansioso, olho nos olhos dele, seguro em sua mão lhe dando forças e ele entra na frente.

...

Depois de sair da boca, eu e meu pai viemos o caminho todo sem fala uma palavra, ele está visivelmente envergonhado e abalado com essa situação.
Chego em casa com o meu psicológico totalmente abalado pelos olhares daquele homem, parece que os olhos dele penetram os meus de uma forma que eu não sei explicar, quando nossos olhos se cruzavam, eu me perdia por alguns momentos e isso me assustou muito. Não sei nada sobre ele, mas sei que mexe muito comigo, é melhor eu fica bem longe, pois é problema na certa, e eu já tenho problemas demais com meu pai, e agora ainda tem a Vanessa. Ela me ligou durante a "reunião" com o Bruninho, mas depois disso não nós falamos mais. Resolvo manda mensagem avisando que já estou em casa.

Vavá

- Amiga, já estou em casa. 10:35

- Oi, ok já já chego ai. 10:35

- tô te esperando, beijos.10:36

Tomo um gole de café pra ver se recupero minhas forças, minha sanidade e tiro esse homem da minha mente, tenho que está bem pra passa segurança pra minha amiga.

- Filha?._ meu pai me chama e eu olho em direção a ele.

- Oi pai._ falo sem muita paciência, ainda estou muito magoada com ele.

- Me desculpa filha, vou fazer tudo direitinho pode acreditar, se eu te decepcionar mais uma vez eu mesmo sumo da sua vida, nunca mais vou te fazer passar por essa vergonha de pedir misericórdia em meu nome._ fala com lágrimas nos olhos e me dá um nó na garganta.

Odeio ver meu pai triste assim, porém, odeio muito mais ver ele drogado.

- Eu te amo pai, faço qualquer coisa pelo senhor, mas tudo tem limite, não aguento mais ver o senhor se acabando nessa porcaria desse vício._ falo e ele fecha os olhos deixando uma lágrima solitária cair.

- Você merece toda a felicidade do mundo minha filha, preciso deixar você ser feliz._ encaro ele e quando ia dizer algo, a Vanessa me grita no portão.

Suspiro e vou atender ela.

- Bom dia senhor Luiz._ ela cumprimenta meu pai assim que entra em casa.

- Bom dia menina Vanessa, como esta?._ pergunta ele simpático.

Todas as amigas que eu já tive gostava muito do meu pai, ele sem essas drogas é um amor de pessoa.

...

Ficamos ali conversando pra distrair a mente e esperar a hora de encontra o 2D.
Vanessa me conta tudo que aconteceu, como foi que descobriu a gravidez, a briga com a mãe, e até o telefonema que elas trocaram hoje mais cedo.
Recebo uma mensagem que não esperava e pego o telefone na hora pra responde.

Tralha

- Ou sumida, me esqueceu mesmo né?.11:15

Sonso, ridículo.

- Oi Danillo, tudo bem? 11:16

Pergunto no deboche.

- Sim preta, saudades de tu. 11:16.

Falso.

- Poxa, eu também estou. 11:16.

Sou pior.

- Vamos marca um bagulho pra nós esse final de semana? 11:17

- Vamos sim. 11:17_ sou suja e vou tem que perguntar_ e o namoro, como vai? 11:19

- Po tô solteiro, acabou que não deu certo.11:20._ sabia.

- Poxa que pena, mas vamos ver essa saída aí tá bom, mais tarde a gente se fala. 11:20

- Tá bom, não me abandona não hein.. rs. 11:21

- Nem sou dessas.11:21

Sabia que o namoro não ia dá certo e ele ia vim me procurar, mas agora quem não quer sou eu, só que ele vai me pagar, tá achando que vai sumir do nada e depois vai voltar com o rabinho entre as pernas e eu vou tá aqui esperando? Vai se arrasar.

Meu nome é "Katispera". Não sou segunda opção de ninguém, ainda mas de homem feio metido a fodã0.

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