Tudo diferente

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Juliana


As 4 favelas junto dominaram o vidigal, eu tive que ficar com Camila, não sem lutar muito pra invadir a favela junto com eles. Mas no final não teve jeito, eles foram sem mim.

Pelo menos a invasão deu certo, e com mais um morro, o Terror conseguiu ajudar os morros a se levantar. E foi aí que conseguimos respirar um pouco e aquela tensão com o tempo ia passando. Os bailes retomaram na Rocinha, e a venda voltou a crescer.

Alguns meses depois, eu passei a ir visitar a casa do meu pai com mais frequência, e o Bruno armou uma grande segurança para isso.

- E aí minha filha, você já está melhor?.- meu pai pergunta quando volto do banheiro.

Eu fiz um almoço de domingo hoje, e acabei botando tudo pra fora depois de comer.

- Não pai, ainda estou com mal* estar.- falo alisando o estômago e sentando no sofá.

- Deita um pouquinho, daqui a pouco vai passar.- ele diz me cobrindo com um lençol.

Nem percebi quando adormeci. Ao acordar, pensei ter ouvido a voz do Bruno, e me assusto ao perceber que ele realmente está lá, me encarando.

- O que aconteceu?.- pergunto sonolenta e assustada encarando ele de volta.

- Nada preta*.- ele diz vindo pra mais perto de mim.

- O que você está fazendo aqui?.- pergunto confusa.

- Liguei pra tu e tu não atendeu. Mandei o cara da segurança vim ver o que tava acontecendo, e teu pai falou que tu tinha passado mal* é que tava dormindo, aí eu vim ver se tu tava bem pô.- diz preocupado e eu sorrio.

O Bruno nunca fica tranquilo quando eu passo mal*, parece que ele pensa que qualquer coisa que eu tiver eu vou morrer*.

- Foi só um mal* está Bruno.- digo rindo.

- Tu não sabe pô, nós vai lá no postinho vê qual foi disso aí.- ele avisa alisando meus rosto.

Eu estava tão cansada, que não tinha nem forças para discutir com ele no momento.

Me despedi do meu pai, e fui embora de carro com o Bruno. Ele fez questão de parar no postinho e me fazer passar por uma consulta com a médica de lá.

Como ela já conhecia o Bruno, eu passo na frente das outras pessoa. Acho aquilo um absurdo, mas as pessoas acabam não se importando, e só por isso eu vou.

- O que você está sentindo?.- ela me pergunta.

- Me senti estranha, um mal* estar, mas já estou sentindo isso a um tempo.- eu conto a ela e ela anota.- acho que o tempero que eu usei na comida hoje também não me fez muito bem.- eu disse, e ela concordou.

- Você enjôo?.- ele perguntou e eu fiz que sim.- qual a data da sua última menstruação?.- quando ela me pergunta isso, a ficha cai imediatamente.

- Puta* merda*, estou atrasada.- coloquei a mão no rosto desesperada.

Com todos esses problemas que o morro estava passando, eu tinha me esquecido de tomar o remédios, algumas vezes...

- Acho que isso quer dizer que faz tempo não é?.- a médica pergunta anotando.- vamos começar com um teste.- diz me entregando o pacotinho.

...

- Eu vou ser pai caralho*.- Bruno começou a dá tiro* pro alto já saindo do postinho.

O teste deu positivo, e eu o entreguei pra ele. Bruno quase teve um derrame, esse sempre foi o sonho dele.

- Caralho*, eu te amo mulher.- ele segura no meu rosto e beija a minha boca.- nós vai ter um filho porra*.- ele grita como um louco novamente pelo morro.

Foi um choque pra mim, eu não esperava que isso acontecesse agora, vamos completar um ano de casados mês que vem, e eu achei que teríamos tempo para isso mais tarde.

Por outro lado, eu não poderia está tão feliz assim. É o fruto do nosso amor, que Deus mais uma vez nós concedeu. Dá outra vez ele se foi sem que nós soubéssemos da sua existência, mas dessa vez, será tudo diferente, tenho certeza que vamos ser muito felizes.

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