Segunda chance

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Juliana

Tomo um banho e troco de roupa, colocando um short jeans novo que o Bruno comprou, junto com um guarda-roupa novinho só pra mim. Visto um body branco, penteio meu cabelo e coloco um arco de pérolas na cabeça. Passo hidratante, um perfume, pego minha rasteirinha e coloco no pé. Passo uma maquiagem leve no rosto, mesmo já estando quase de noite, e desço as escadas.

- Meu Deus, você ainda está aí?.- falo vendo Bruno sentado no sofá, de banho tomado e de roupa trocada. Ele me encara, e sorri.

- Eu falei que não ia sair do teu pé, achou que eu tava brincando?.- ele fala guardando o celular que estava mechendo no bolso, levantando do sofá.

Eu reviro meus olhos, e vou para o portão de casa.

- Você sabia que eu sei pilotar moto?.- olho pra ele de rabo de olho.

- E o que eu tenho haver isso?.- ele pergunta montando, e puxando a moto pra trás.

- Eu poderia muito bem ir sozinha até a quadra.- aviso e ele enruga a testa.

- Eu posso te dá uma moto, aí tu vai do meu lado, sozinha eu já não posso te garantir.- ele vira a cabeça de lado torcendo os lábios, e liga a moto.- bora?.
...

Bruno estaciona na entrada da quadra que parece já está cheia. Tem muitos carros e motos no portão, o que me deixa nervosa.

- Pra que tanta gente?.- pergunto descendo da moto, e a segurança para atrás de nós.

- Ah mano, geral gosta de tu pô, os mano também sentiu tua falta.- ele da de ombros, e sai de cima da moto.

Bruno segura na minha mão, e entra na quadra com a segurança logo atrás.
Olho ao redor do local, e vejo rostos conhecidos e encantados em ver eu e ele de mãos dadas.
Vanessa coloca a mão no rosto, e fica com um sorriso bobo nos lábios. Eu sorrio para ela e olho pro Bruno, que pela primeira vez na frente de todo mundo, mostra um sorriso que ele só mostrava para mim.

- Irmã.- Caio me abraça, e me puxa para perto da namorada dele.

- Essa aqui é a Jéssica.- ele me apresenta a uma menina com o cabelo bem pretinho, liso até a bunda. Ela é linda.

- Oi, ouvi muito falar de você.- ela diz se levantando e me dando um abraço.

- Também ouvi falar de você, está de quantos meses?.- pergunto olhando uma bola quase imperceptível em seu ventre.

- Estou de 3 meses.- ela diz e eu sorrio.

Uma pontada me atinge, e eu penso como seria se minha gravidez tivesse vingado.

Será que era um menino ou uma menina?

- Qual foi?.- Caio pergunta, percebendo meu semblante mudar.

- Não é nada, estou muito feliz por vocês.- respondo sincera, e ele dá um beijo na minha cabeça.

- Amiga.- Vanessa me chama, e eu vou para perto dela.- como está se sentindo?.- ela pergunta, e eu enrugo a testa.

- Não estou doente.- falo sem entender sua pergunta.

- Aí sei lá, as vezes eu não sei como agir com você, você tá tão diferente.- ela diz olhando nos meus olhos.

- Vavá, eu sou a mesma. Você é a minha melhor amiga e isso não vai mudar nunca, me trate normalmente.- dou um tapa leve na cabeça dela, e depois ela me abraçar forte.

- Não sabe o quanto e bom ter você de volta.- diz ela me puxando pra perto do pessoal.

Eu cumprimento todos e começamos a conversar.

Conto a eles um pouco das coisas que eu e Ryan fizemos pelo Terror, e uma saudade cresce no meu peito, mas eu a reprimo logo depois.
...

Um tempo se passa, e a menina que eu vi na garupa da moto do Bruno chega na quadra, fazendo meu corpo todo se arrepiar.

- Relaxa Ju, é irmã dele.- Vanessa avisa, vendo que eu fecho a cara quando a menina vai se aproximando.

Tá, agora eu sei que ela é irmã dele, mas eu fiquei muito tempo odiando a imagem dessa menina, e agora ver ela assim na minha frente, me dá uma coisa estranha.
Ela cumprimenta todo mundo educadamente, como se já fosse íntima de todos, e o Bruno abraça ela forte, beijando a bochecha dela.
Eu fico com um pouco de ciúmes, mas tentando explicar para mim mesmo que eles são apenas irmão.

- Coe nega.- Bruno chega mais perto de mim, e traz a menina junto com ele.- essa aqui é a Camila, minha piveta.- ele me apresenta a menina, e eu estendo a mão pra ela. Nesse meio tempo, o Bruno se afasta para deixar a gente se conhecer.

- Oi.- sorrio o mais simpática que eu consigo ser.

- Como você é linda.- ela diz me abraçando.- eu ouvi muito falar do você.- ela diz toda simpática, e eu começo a me sentir envergonhada.

Eu julgando a menina esse tempo todo, e agora ela me parece ser um amor de pessoa. Me condeno por dentro.

- Como você está?.- ela pergunta olhando dentro dos meus olhos.

- Estou bem, agora estou bem né.- eu respondo meio sem graça.

- Eu nem imagino o que você passou, mas eu vi o quando o Bruno estava mal, e para o Eduardo ir me buscar, eu sabia que deveria ser uma coisa séria.- ela fala, e eu fico curiosa.

- O Bruno nunca tinha me falado que tinha uma irmã.- confesso para ela, e ela ri.

- É, é complicado, muito tempo que a gente não se falava. Eu pensei que nunca mais fosse ver ele de novo.- ela diz triste, e percebo que a história é muito mais embaixo do que eu esperava.

- Olhando assim de perto, vocês até que se parecem.- eu falo reparando bem no rosto dela, e ela sorrir fazendo eles se parecerem  ainda mais.

- Somos irmãos de sangue.- ela dá de ombros e eu sorrio. Se ela soubesse o quanto eu xinguei ela por vários dias.- eu espero muito que vocês se acertem.- ela declara.

- Eu e Bruno temos muita coisa para conversar, a muita mágoa, mas também tem muito carinho.- eu falo, e meu peito queima de lembra tudo que já vivemos.

- Eu imagino. Nunca pensei que ele poderia gostar de alguém assim.- a menina me olha com olhos grandes.

- Eu estou tão confusa.- confesso para ela o que está dentro.

- É normal você está, depois de tudo que passou. Mas o Bruno não vai desistir, se você pudesse ver como ele estava, parecia que a alma dele tinha morrido, foi difícil trazer ele de volta.- ela fala.- vocês merecem uma segunda chance.- diz e eu sorrio.

Como eu ia imaginar isso, a irmã do Bruno me dando conselhos sobre nós dois. Que mundo maluco esse.

- O que vamos fazer amanhã?.- Vanessa diz chegando perto de nós duas, junto com Jéssica, e nos engatamos em um assunto atrás do outro.

Ficamos rindo igual hienas, lembrando de coisas, e contando algumas fofocas.
Eu senti tanta falta disso, de conversas de meninas, descontrair, sem nenhum desgosto na boca, e medo de algo acontecer a qualquer momento.

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