Situação

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  Camila
 
 
  Faz duas semanas que eu estava estranha, vinha enjoando e tendo tonturas do nada, e isso vinha me preocupando muito. Resolvi por um fim nas minhas dúvidas, e ir finalmente fazer um exame.
 
  Sai da casa do RN e fui direto para o laboratório que não ficava muito longe do morro. Resolvi fazer um exame de sangue, e ficar em casa aguardando a mensagem chegar no meu celular.
 
  Acho que a pior coisa que tem é a ansiedade e o medo*. Não sei qual seria a reação do Ryan se eu realmente tiver grávida. Com certeza ele não me abandonará, conheço ele a pouco tempo, mas já deu pra perceber que ele não faz esse tipo.
 
  Mas eu também sei dos sentimentos dele pela minha cunhada, e isso me feri muito, ainda mais quando vejo o jeito que ele olha para ela. Queria tanto que ele olhasse assim para mim.
 
  Mas está tudo bem, ele me supre de outras maneiras, e me trata super bem, e isso é o que importa.
 
  Mas, se eu realmente estiver grávida dele, eu vou abortar a criança. Não suportaria o fato dele querer me assumir somente por causa de uma criança, e todos os dias eu saber que ele só está comigo por que eu peguei uma barriga indesejada.
 
  Eu já decidi, mas ainda tenho esperança que esse resultado de negativo, e todos saíremos ilesos dessa situação.
 
  Passo o dia inteiro insegura, e quando finalmente o resultado chega em meu e-mail, e quase não tenho coragem de abri-lo.
 
  - Deus, me ajuda.- eu suplico antes de ler o resultado, e está lá. Um grande REAGENTE em negrito.- Puta* que pariu*.- eu deixo escapar desolada com a mão na boca.
 
  E agora o que eu vou fazer? Se o Bruno descobri ele vai obrigar o Ryan a me assumir. Sei que nem precisaria disso, mas só de pensar em uma coisa dessas meu peito* arde.
 
  Eu quero muito ficar com ele, porém não desse jeito, eu quero conquistar ele, fazer com que ele goste de mim do mesmo jeito, ou até mais do que ele gosta dela. Só que eu preciso resolver minha situação o quanto antes.
 
  Desabo no chão de tanto chorar, me achando uma burra por ter me enfiado nessa. Não sei como vou olhar na cara dele agora, se eu não consigo nem me olhar no espelho.
 
  ...
 
  Depois de um tempo chorando, acabei pegando no sono. Ryan me ligou preocupado, e disse que passaria aqui na volta do morro do Bruninho.
 
  Eu não fico com ciúmes dele ir sozinho pra lá porque eu conheço o meu irmão, e sei que ele não vai sair nemhuma polegada do lado da Juliana, e ela também é muito apaixonada pelo meu irmão. Ryan também por mais que ele a ame, ele a respeita assima de tudo.
 
  Levanto da cama, tomo um banho e me deito novamente. A qualquer momento ele pode chegar aqui, e eu não quero que ele me veja dessa maneira.
 
  Não demora muito, e eu o escuto me chamar no portão. Me levanto da cama e vou até a porta a destrancado, e depois abro o portão.
 
  - Qual foi? Tá melhor?.- ele chega perto de mim, segura no meu rosto e me dá um beijo.
 
  Eu me derreto todinha, e as minhas inseguranças e medos* se vão na mesma hora, porém a coragem ainda não chega em mim.
 
  - Sim, estou bem.- respondo tentando ser convincente, e dou passagem para ele entrar pelo portão.
 
  - Pô, eu fiquei bolado. Tu disse que ia resolver uns caô, depois eu ti ligo e tu tá chorando.- ele fala desconfiado. Ele é igual ao Bruno, não deixa passar nada.
 
  - Sim, eu tinha ido resolver as coisas de um curso que eu quero fazer. Bruno deu dinheiro para eu me matricular.- eu digo, e isso não é mentira, realmente o Bruno está bancando os meus estudos e os meus gastos.
 
  Ele não quer que eu dependa de ninguém, mesmo do VT que sempre me ajudou, ele disse que é responsabilidade dele de irmão mais velho fazer isso, e eu não pude nem recusar.
 
  - Tu sabe que pode contar comigo né? Tô aqui pra te ajudar mano.- ela fala me olhando, e eu fico encarando ele seria.
 
  - Por que você chama a Juliana de garota, e comigo é só Camila? Ou mano?.- a pergunta sai sem querer, sem filtro do meu cérebro com a minha boca, e ele fica totalmente desconfortável com ela. Eu me arrependo na mesma hora.
 
  - Pô.- ele tenta pensar em algo, coçando a cabeça.
 
  - Não, não precisa explicar, eu só pensei alto demais me desculpa.- eu peço totalmente envergonhada.
 
  - Eu não sei te explicar esse bagulho, mas acho que também não dá pra te chamar da mesma forma que eu chamo ela.- ele tenta conciliar as coisas, mas acaba acabando ainda mais comigo.
 
  - Eu sei, não queria que me chamasse do mesmo jeito, eu só pensei alto me desculpa.- peço outra fez e ele ri.
 
  - Vou pensar em um apelido pra tu, mas como tu pode ver, os que eu penso são idiotão*.- ele ri, e eu também acabo rindo com ele.
 
  É sempre assim, quando eu me abalo com alguma coisa, ele me faz ri.
 
  Passamos um tempo conversando, e ele resolve dormir aqui comigo hoje. São poucas noites que nós dormimos sozinhos, porque faz tempo que não nos desgrudamos mais. E eu amo isso!
 

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