Herança

26 1 0
                                    

  RN
 
 
  Eu tava em casa esperando Camila voltar do médico, e o Terror me convocou pra um desenrolo lá na Maré. Ele disse que era papo pra falar teti a teti, e eu fiquei bolado com essa porra*.
 
  - E aí? Tá tudo suave com o nosso moleque?.- pergunto pra ela e ela sorrir.
 
  - Está Ryan, mas você ainda não sabe se é menino ou menina, o chá revelação é só amanhã.- ela fala pra mim toda alegre. Eu tava vendo a hora dessa mulher explodir de ansiedade já.
 
  - Ah, eu sou o pai pô, eu sei que é um pivete que tá vindo aí.- aliso a barriguinha dela.
 
  - Juliana não me deu nenhuma pista, eu estou muito confusa, as vezes eu acho que é menino, mas as vezes eu acho que é menina.- ela fala olhando eu alisar a pança dela.
 
  - Mas o que vier nos faz baile assim mermo.- dou um beijo na boca dela.- vou guiar ali na Maré, bater um papo com o coroa.- eu falo colocando a pistola na cintura, e ela me encara preocupada.
 
  - Por favor Ryan, toma cuidado.- agora o bagulho é assim, nós tá na vigilância 24h, a pista tá muito salgada pra bandido* ultimamente.
 
  - Fica no suave, qualquer coisa aciona. Liga pra aquela doidinha lá de baixo vim marca aqui contigo até eu chegar.- eu falo e ela concorda.- vou bota 20 soldado lá fora, se precisar de alguma coisa manda eles buscar, não sai de casa não Jae?.- dou o papo e ela me hora de rabo* de olho.
 
  - 20 soldado?- ela levanta a sobrancelha pra mim.
 
  - É ué, 10 pra tu, 10 pro meu filho.- ela olha pra mim com raiva*, e eu saio saindo.
 
  Bagulho tá feião parceiro, e ela acha que eu vou ficar dando mole com a segurança dela e do nosso menor? Duvido mermão.
 
  A mina tá com maior barrigão, não para de fica andando pra lá e pra cá, ou tá lá na Juliana, ou tá pela rua com ela. Eu fico maluco com essas duas na pista, papo reto.
 
  Pelo menos a Juliana assume de frente a segurança, confio mas nela do que os menor que eu pago pra ficar lá na porta de casa, sei que qualquer coisa, ela vai bota a cara pra proteger minha mulher e meu filho.
 
  Chego na Maré e o Terror tá desenrolando com os seguranças dele. Ele parece tá cheio de ódio*, e eu fico de braço cruzado só olhando.
 
  - Toma no cu* rapa, pago vocês pra ficar de marola pelo morro não vagabundo*, pago vocês pra fica na atividade caralho*, se eu vê neguin empinando moto na hora de trampar, eu vou passar o cerol sem pena.- ele dá o papo.
 
  - Jae patrão, tá suave.- o noia fala pra ele.
 
  - Suave é o caralho* porra*.- Terror dá um tapão na cabeça do moleque, e ele sai cantando cavaco.- mete o pé daqui porra*.- grita ele boladão.
 
  - Qual foi?.- vou chegando perto, e ele senta na cadeira.
 
  - Como que tá meu neto?.- ele pergunta acendendo o cigarro.
 
  - Tá suave. As mina tá inventando um bagulho lá de revelação.- dou o papo pra ele, sentando na outra cadeira m, e passando a mão pela cabeça.
 
  - Visão, me avisa que eu quero ir nessa porra*.- eu sorrio de lado cruzando os braços.
 
  - Tu vai mermo cara?.- pergunto de braços cruzados sem acreditar, e ele me encara serinho.
 
  Tira o cigarro de maconha* da boca, e joga a fumaça pro alto, me olhando puto*.
 
  - Caralho*, eu sou moleque agora? É meu neto porra*, quero tá lá do teu lado. Sei que vacilei contigo, mas vou fazer melhor agora pô, pode bota fé.- ele fala e eu concordo.
 
  Gosto nem de entrar nesse assunto não, então eu deixo pra lá.
 
  - Dá o papo, o que tu queria falar?.- pergunto mudando de assunto.
 
  - Ryan.- ele diz passando a mão no rosto, e eu fico bolado.
 
  Mano, quando ele me chama de Ryan, é porque o bagulho não tá legal.
 
  - Esse bagulho aí com os cara lá da África vai dá muita merda* ainda.- ele fala preocupado.
 
  - Qual foi, da o papo pô.- encaro ele sério.
 
  - A pica* tá muito maior do que nós pensava. Os cara se juntou com os bota também, por isso que aqueles cu* azul tá subindo os morro sempre quando tem invasão.- ele dá o papo.
 
  - Eu sabia pô.- bati na mesa.- eu falei pro VT mano, falei que isso não tava normal, aqueles filho da puta* não bota a cara atoa não mano, sabia que tava comendo pelas beiradas. Esses pau* no cu* gosta muito de dinheiro.- falo puto* pra caralho*.
 
  - Então, isso pelo menos nos pode resolver com grana, nós vai tem que levantar um caixa forte aí, e eliminar pelo menos esse problema.- ele da o papo, e eu passo a mão pela cabeça.
 
  - Nós tá perdendo dinheiro pra caralho* com essa porra*.- falo pra ele preocupado.
 
  Pedi as contas de quanto eu já perdi por causa desses filhos da puta*.
 
  - Se nos não fica ligado, vai cair um por um meu filho, e nos não quer isso, então melhor nos levantar a grana, e tira os bota da jogada. Mas, os ADA também tão cheio de ódio*, ainda mais depois que tu matou* outro chefe deles.- ele diz.
 
  - Ué, é o que nós faz pô, mata alemão porra*.
 
  - Não tô falando que tu fez errado caralho*, tem que mete* bala mermo, só que agora eles vão vim com sangue* nos olhos, se nós fica preocupado com soldado preso, nós não vai resolver essa porra* de jeito nenhum, e agora nós já sabe que é isso que eles que.- ele fala, e traga o cigarro.
 
  Puta* que pariu, só problema caralho*.
 
  - Jae pai, vou meter o pé.- levanto da cadeira puto*.
 
  - Pera aí porra*, tem mais.- ele aponta pra cadeira com a mão, e eu sento de novo.- quero que tu convoque uma reunião com os cria lá da Rocinha, e com os cria lá do Bruninho.- ele fala sério.
 
  - Que que tá pegando agora?.- já cruzo os braços pra ele.
 
  - Quero subir no Vidigal, só quero gente de confiança, e tu vai fica responsável por esse morro aí.- ele da o papo.
 
  - Tá zuando? Como vou comandar dois morro caralho*?.- pergunto sem entender.
 
  - Não é pra tu, é pro meu neto, vai ser a herança dele.- ele fala, e eu coço minha cabeça.
 
  - Porra*, tu acha que eu quero essa vida pro moleque?.- pergunto pra ele.
 
  - Tu acha que eu queria essa vida pra tu? Mas essa é a nossa realidade rapa, não tem jeito.- ele balança a cabeça.
 
  Não sei se a Camila vai concordar com essa porra* não.
 
  - Jae então, posso ganhar agora?.- pergunto pra ele.
 
  - Tranquilo, fica com tua família lá, e não esquece de me avisar do bagulho no pivete em caralho*.- ele estende a mão e faz toque comigo.
 
  - Jae pô, vou te acionar.- do o papo e meto o pé pra casa.
 
  Com toda essa porra* rolando, não dá pra fica marcando bobeira por aí não, e também não quero ficar muito tempo longe da Camila.
 

A Minha Vez🍃 Onde histórias criam vida. Descubra agora