Que Homem é Esse?

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Juliana

Acordo de manhã, tomo banho e vou pra cozinha. Hoje é uma sexta-feira, mas parece mesmo uma segunda, tédio reina aqui.
Faço um café, e sento na sala pra ver televisão.
Vanessa foi pra casa da mãe dela ontem, graças a Deus elas estão se dando bem de novo, isso só me faz sentir mais falta do meu pai, porém, hoje eu posso ver que foi melhor assim. Ele podia acabar piorando se tivesse continuando aqui com toda essa tentação em volta. Eu só espero que ele esteja bem onde quer que esteja, e que esteja se recuperando e volte pra casa curado assim que possível.
Tenho evitado muito pensar sobre isso, porque ainda me deixa muito mal.
Hoje quero fazer uma comida diferente, uma costela com agrião e batata que estou morrendo de vontade de comer a muito tempo.
Olho no armário e não tem nada de ingrediente

- Aff, vou tem que ir no mercado._ resmungo na sozinha.

Coloco uma roupa, faço um coque no cabelo e saio de casa.
Eu ando um pedaço até chega no mercado, já que é um pouco longe da casa nova.
Vou direto no açougue, faço meu pedido e fico olhando o cara cortar a carne, até ele terminar e me entregar.
Me viro olhando pro saco de carne enquanto continuo andando distraída, e acabo me esbarrando em alguém.

- P0rra, tá cega?._ uma voz grossa reclama.

- Nossa, desculpa._ respondo sem nem olhar pra cara do mal educado e continuo andando sem da atenção.

Euhem, as pessoas anda tão arrogante ultimamente. Um poço de ignorância cedo, cedo. Nem acordei direito e já tô levando esporro. Deus me livre...
Vou em direção a parte dos legumes, e fico escolhendo as batatas já estressada. E quando termino de escolher, acabo esbarrando outra vê em alguém.

Sério? Hoje eu não é o meu dia!

- Nossa, me desculpa._ eu peço encarando a pessoa dessa vez.

Fico petrificada quando dou de cara com um homem lindo, parado bem na minha frente me encarando.

Puta merda, ele é um gato!

- Você costuma fica esbarrando nas pessoas por aí?._ ele pergunta sério.

É a mesma voz de antes.

- E você costuma ser mal educado assim todos os dias, ou hoje está em promoção?._ pergunto no mesmo tom que o dele, com a mão na cintura.

- Só com as pessoas que andam sem olhar pra frente, me esbarrando o tempo todo._ ele responde agora com um sorrisinho lindo de lado.

Aquele bigode fininho me deixa um pouco atordoada.

- Grosso._ faço cara de irritada pra ele.

- Grande também._ ele diz saindo de perto de mim.

Eu fico parada sem reação.

Caralho, o que foi isso? Minhas pernas estão até fracas.
...

Acabo de comprar minhas coisas, e vou indo pra fila do caixa. Adivinha quem está na fila do lado me encarando?

Sim, o grosso e "grande também".

Ele tem uma carinha de safado de melar qualquer calcinha. Cavanhaque, bigodinho fino, boquinha vermelha carnuda e um sorrisinho que consegue me deixar sem graça. Ele é clarinho, cabelinho cortado estilo militar, tem o corpo todo definido, e é alto.
Ele fica me encarando, e as vezes vira o rosto com um sorrisinho nos lábios.Viro o rosto pra frente, mas acabo olhando pra ele de novo.

Porra, parece um ímã puxando meus olhos pra ele.

Ele acaba de pagar as coisas dele, e vai embora.

Cruzes, nem olhou pra traz, fiquei sentida.

Que homem é esse?

Nunca vi por aqui antes, mas com certeza é involuindo, é provavelmente da turma do Bruninho.
...

Chamo o Caio pra comer aqui em casa comigo, porque odeio comer sozinha. Ele vem, me faz companhia e depois de um tempo vai embora. Nós sempre tivemos uma amizade quando mais novo, porém, agora estamos muito mais próximos, eu gosto muito dele, tem sido um verdadeiro amigão nessas últimas semanas.
Um tempo depois, eu vou na padaria, compro um sorvete e quando chego em casa, a Vanessa já está lá me esperando.

- Tava onde galinha?_ ela pergunta de boca cheia, comendo um bolinho.

- Fui compra sorvete.- falo pegando um pote pra colocar um pouco pra mim.- menina, eu estava doida pra te contar, encontrei um cara hoje que me fez chorar._ela me olha curiosa.

- Te fez chorar? Como assim? O que ele te fez? Ele te machucou?_ ela pergunta preocupada e eu começo a ri.

- Chorar por baixo gata._ dou uma gargalhada.

- Idiota.- ela rir revirando os olhos.- que homem é esse que te tirou da bad? Já quero conhecer._ fala e eu faço cara de nojo.

- Sei lá, um mal educado qualquer._ falo colocando uma colher do meu sorvete na boca_ mal educado, e muito gostoso._ sorrio e ela me encara sorrindo também.

- Mais tarde vai ter um pagode lá no Dudu, nos vamos em._ ela afirma.

- E quem disse que eu quero ir?_ pergunto encarando ela, comendo o meu sorvete_ sabe que o outro vai está lá, e eu não estou a fim.

Esse negócio do Bruninho ainda mexe comigo.

- Aaah ô, já tá na hora de tu para com esse seu fogo no teu cu não tá não? Euhem, palhaçada. Já foi, já passou, acabou, supera e segue a vida. Nem parece a mulher que me deu tanto conselho pra não sofre por homem._ ela fala irritada.

Ela tem razão mesmo, já chega de fica me escondendo por causa dele, vou volta a me divertir, e ele vai ser obrigado a me vê de longe, sem poder tocar.

- Ta bom gata, você me convenceu, eu vou._ falo e ela bate palminha sorrindo.

O que uma amiga não faz pra ver a outra feliz não é mesmo?

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