Eixo

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5 meses depois


Bruninho


As coisas tem ficado cada vez mais estranhas parceiro. Já não bastava nós descobrir que o pessoal da África se juntou com os alemão inimigo nosso, nós também descobriu que muitos aliados se bandiou pro lado deles.

VT disse que muitos foi por medo, mas eu não acredito nisso. Nós sempre deu suporte prós guerreiros, ainda mais depois disso tudo que tá acontecendo, nós sabia que o bagulho ia apertar cada vez mais, e por isso demos mais atenção ainda pra eles. Se pedisse proteção pra quem fosse nós dava, nem que fosse pra mandar eles pra outro país nós ia mandar mano, então pra mim, não tem bagulho de medinho não, foi trairagem com nós e pronto.

Desde o dia que nós descobriu a pica* que entramos, nós começou a fazer os corre. Em seis mês, nós roubou 3 banco, explodiu vários caixa eletrônico, e assaltou joalheria.

VT falou que já vendeu quase 3 tonelada de maconha* pra fora do Brasil, e ganhou em dólar. Mas, também perdeu quase a metade dos guerreiros que tinha.

Nós enfrentou quase 8 invasão, tudo em morro aliado, e nos teve que botar a cara pra ajudar os cria. As vezes, a invasão era em vários morro ao mermo tempo, e mermo que nós sempre impedia eles de fazer a farra, nós saia no prejuízo também.Tamo perdendo muita gente, o bagulho tá ficando cada vez mais sanguinário*.

Faz tempo que não tá rolando baile na rocinha, o clima tá tenso por lá, e o VT não quer se pego desprevenido.

Pra piorar, nós tá tendo que se preocupar com a polícia agora também, os filha da puta* desses cu* azul, agora quer subir o morro toda vez que tem guerra*. Já perdi a conta de quanto dote já perdi pra eles soltar guerreiro nosso, isso já tá me deixando maluco*.

Sem contar com Juliana querendo colocar o peito* no confronto o tempo todo. Tenho que admitir que a minha mulher é pica*, melhor que muito soldado experiente. Já me tirou de cerco, e já matou* muito grandão.

Nós tem saído pra invadir junto, mas sempre que ela vai, eu tenho que ta na vigilância. Não fico em paz quando ela não tá do meu lado, e por isso eu sempre chamo o viado* do RN pra tá na contenção dela.

RN e Camila casaram, vão ter um pivete, e nossa convivência melhorou pra caralho* depois disso. Eu vejo o quanto ele gosta da minha menor, e como ele trata ela como uma rainha. Ele ganhou vários ponto comigo por causa disso.

Confio a proteção da minha piveta nele, e também a da minha mulher, a coisa mais preciosa da minha vida é aquela mandada lá, teimosa que só o cão*.

- O maluca*? Ô malucana*?.- vou correndo na direção dela, e seguro ela pelo braço.- qual foi mano?.- pergunto entendendo nada.

Nós tava de boa almoçando, e do nada ela carregou a pistola*, abraçou o fuzil*, e saiu saindo de casa boladona*.

- Eu já tinha avisado pra você, se aquele escroto* lá do beco 7 batesse mais uma vez na mulher dele, eu ia do um tiro* na cara dele. Tirei a mulher de lá, tu falou que ia manda ele descer, agora ele foi no trabalho dela, e deu uma coça nela de novo.- ela fala cheia de ódio*.

- Porra*, eu mandei os cara bota ele pra descer.- falo pra ela.

- É Bruno, mas tem coisa que a gente tem que fazer pessoalmente.- ela tenta passar por mim, mas eu seguro ela.

- Deixa que eu vou lá cara.- eu peço, mesmo sabendo que não tem desenrolo.

O Tonho só vacila mano, eu considero ele de maior tempão, ele morava lá na Rocinha, conheci ele desde menor. Ele era casado com uma mina que era amiga da minha irmã. Não sei o que aconteceu com eles, só sei que se separaram, e a mina casou com outro cara. O Tonho sumiu do morro, e só foi encontra ele aqui depois que assumi o comando.

Ele tá diferentão, viciado*, cheio de filho, e vive vacilando com a dona pra caralho*. Um tempo atrás ela foi pedir ajuda lá na boca, e a Juliana tava lá. A mina tava com a cara toda estourada de porrada*, e a minha mulher ficou maluca*. Ela pegou um pau*, molhou, e deu só nas perna do cara. É claro que eu deixei né, papo de vacilão não rola no meu morro, aqui nos protege quem vem pedir arrego.
Falei com os cara, avisei ele que não queria ele mais no morro, mas parece que o cara fica caçando sarna pra se coçar parceiro.

- Bruno, eu vou resolver isso, você tem peninha dele, mas eu não tenho não, deixa eu passar.- ela avisa, e eu começo a rir.

Na moral, é muito engraçado ver a minha mulher, toda pequenininha parecendo um Pincher, cheia de marra. O fuzil* parece ser maior que ela, e eu fico cheio de tesão* quando ela fica boladona.

- Tá rindo de que palhaço*?.- ela pergunta, e vejo o rosto dela suavizar.

- Até bolada tu fica gostosa*, assim eu não aguento.- seguro na cintura dela com cara de safado, e agora ela não consegue segurar o riso.

- Bruno, eu tô falando sério.- ela tenta se soltar, mas não consegue parar de ri.

- Jae pô, eu vo lá com você.- nós vai pra fora de casa, e a segurança segue nos até o trabalho da mulher do Tonho.

O salão tá todo quebrado, e a mulher tá no chão chorando pra caralho*. Juliana desce da moto em um pulo só, e vai pra perto dela.

- Flávia.- ela chama com pena, e eu fico de braços cruzados olhando a cena.

- Aí Ju.- a mulher se desmonta quando vê ela, e levanta do chão indo correndo agarra minha dona.- ele destruiu tudo.- ela chora nos braços da Juliana.

- Eu sei, prometo pra você que ele vai pagar por isso.- ela tenta acalmar a mulher.

- Eu não aguento mais, ele vai acabar me matando, ele disse isso, e se não fosse pelas clientes que estavam aqui, ele tinha conseguido.- ela funga, e a Juliana olha pra mim, como se sentisse a dor da mulher.

Juliane é foda*, ela quando se compromete com uma coisa, ela vai até o final. Esse tipo de coisa tira ela do eixo parceiro.

Qualquer caô com morador aqui do morro, parece que ela toma pra ela mano, parece que o bagulho se torna pessoal, e ela fica com sangue nos olhos.

- Eu vou resolver isso, eu prometo.- ela fala.

- Aí, passa o rádio pro Fê, manda ele trazer um carinha pra ajudar na limpeza do salão da mina aqui, e manda geral procurar o Tonho, quero ele lá na boca em menos de 3 horas.- aviso pro vapor, e eles já começa a se movimentar.

Espero minha mulher acabar de consolar a outra lá, e depois partimos pra boca.

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