Juliana
Pela milésima vez, o Bruninho me pergunta se estou com fome e eu digo que não, não consigo nem pensar em comida uma hora dessas, eu só quero saber da minha amiga.
Depois de anos, o médico aparece e não tenho nem forças pra levantar da cadeira, mas o Dudu dá um pulo com tudo na frente do médico que até se assusta.
- Fala caralho, como eles estão?_ ele grita depois que o médico fica mudo com o susto.
- Então, por pouco não perdemos os dois, mas conseguimos reverter o quadro deles._ ele fala e eu permito respirar novamente.
- Eu quero ver ela._ peço e ele nega.
- Ela ainda está muito fraca e também ainda não acordou. Ela perdeu muito sangue, tivemos que repôr duas bolsas, e a sorte que tínhamos o tipo dela aqui._ ele explica e eu concordo_ assim que ela poder receber visitas, avisaremos a vocês._ termina.
- E meu filho?_ Dudu pergunta e eu encaro ele.
Agora quer saber da criança? Não sabe nem se é menino ou menina. Palhaç0!
- Ele vai fica bem, mas a gravidez se tornou de alto risco, assim que essa menina sair daqui, é repouso absoluto, qualquer aborrecimento pode ser fatal para a criança._ o médico avisa e ele concorda.
- Vou leva tu pra casa, tu tem que descansar cara._ Bruninho fala me encarando, e eu fico hipnotizanda olhando prós olhos dele.
Como pode ele ser assim? Ele cuidou de mim o tempo todo, não saiu do meu lado nenhum segundo, mesmo não tendo obrigação nenhuma de ficar aqui comigo.
Meu Deus, não posso me apaixonar.
- Sim, eu vou, mas já já eu volto._ falo ainda encarando ele.
- Jae, se quiser eu te busco lá depois._ ele fala me puxando pra fora do postinho.
Subo na garupa dele e ele vai em direção a minha casa, mas só que ele vira em uma rua antes da minha. Não falo nada, ele continua indo, entra em outra rua e sai em uma padaria. Dá pra ver que ele não conhece muito aqui ainda, pôs tem uma padaria bem pertinho da minha casa.
Ele encosta a moto na calçada e me ajuda a descer dela.
- Vou compra uns bagulhos aqui pra tu comer em casa._ ele fala entrando na padaria.
- Não precisa..._ começo a falar mas ele me corta.
- Fica quietinha aí po, namoralzinha._ fala parando no balcão_ escolhe o que tu quer._ fala e eu nego balançando a cabeça_ vou escolher o que eu quiser então e tu vai tem que comer._ ele fala sério me encarando.
Eu penso bem, até porque já são quase 9h da manhã e agora que já sei que Vanessa vai ficar bem, a fome me acertou. Escolho algumas coisas. Já que ele que vai paga mesmo, vou abusar. Peço tudo que eu quero e ele paga com uma nota de 100, sem nem ver quanto que deu e nem pega o troco.
Ele segura na minha mão e me leva pra fora da padaria.
...
Chego no portão de casa e desço da moto dele. Passa umas meninas voltando do baile e todas elas mexe com ele. Porém, ele nem olha pra cara delas, finge que nem vê.
- Obrigada._ falo assim que as putas saem do nosso campo de visão.
- Precisa brigar não mina._ ele fala rindo pra mim com aquele sorriso que me faz perder a fala_ anota meu número aí, mais tarde se quiser brota lá no postinho eu te levo._ eu anoto, dou um beijo na bochecha dele e viro pra entra em casa.
Mas antes que eu consiga me afastar, ele segura no meu braço, me virando de frente pra ele.
- É só isso que eu mereço?_ pergunta com carinha de cachorro sem dono.
Dou um sorrisinho, seguro o rosto dele e dou um beijo lento nós lábios dele, sentindo cada canto da sua boca.
Da vontade de nunca mais parar. Ele aperta meu corpo, segurando na minha nuca. Me dá vários beijos no rosto e depois de não sei quantos minutos se beijando, nos termina com vários selinhos. Um tempo depois ele sai com a moto.
Deus, que homem é esse? Ele me deixa de pernas bambas só olhar pra mim com aquela cara, eu fico sem fôlego só dele chega perto de mim.
Tô ferrada!
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A Minha Vez🍃
RomansContinuação de FAVELADOS. Ele contará a história do Bruninho, que ficará de frente do morro que era de Naldinho. Com a nova responsabilidade de ser um dono de morro, ele acaba tendo que lidar com uma vida totalmente diferente, obstáculos e inimigos...
