A Minha Vez🍃

Covardia

Juliana

O grito que sai da minha garganta faz todo mundo que estava olhando a cena se assustar. Corro em direção ao meu pai visivelmente drogado, sem consciência nenhuma do que está acontecendo, e sendo arrastado como se fosse um animal abatido pela rua.

Ele não aguenta nem falar gente.

Não acredito que ele fez isso comigo mais uma vez, estragando todo o esforço que eu faço para tirá-lo dessa vida. Eu pedi tanto pra ele não fazer nada de errado meu Deus.

- Pai, acorda pelo amor de Deus._ agarro dos dois lados do rosto dele e depois olho na direção dos 2 homens que carrega ele pelos braços.

O homem da minha direita está com um fuzil atravessado nas costas e o da esquerda está com duas pistolas na cintura. E ainda tem um terceiro que está dando suporte para os outros dois.

- O que vocês fizeram com ele?._ grito já chorando encarando eles_ estão achando engraçado? Vocês não tem pena de ninguém não? Ele é um homem doente._ rosno com ódio e as palavras saem feito um tiro da minha boca.

- Doente é o caralho, seu pai é viciado p0rra, ele tava lá na boca perturbando desde cedo atrás do patrão, nos falou que ele não tava lá, mermo assim esse noia não quiz ir embora._ um dos traficante fala largando o braço do meu pai que bate no chão. Meu pai no entanto nem sente nada, anestesiado pela cocaína.

- É isso p0rra, esse cara perturbou o dia todo, tu ainda deu sorte que não dei um tiro na cara dele._ o outro traficante fala também soltando o outro braço dele, fazendo o corpo dele cair no chão de vez agora.

Ele só não bate o rosto no chão porque eu estou o segurando com as duas mãos. Porém, a força do corpo dele me joga para trás, e eu acabo caindo de bunda no chão.

- Aí na moral, uma gata dessas, tem que aturar um pai drogado desses, fala tu? Maior covardia._ o homem que estava dando suporte para os outros dois diz rindo cutucando o primeiro traficante que falou comigo.

- Covardia? Covardia é isso que vocês fazem com as pessoas, fazem homens de família, crianças, adolescente, todos se viciarem nessa porcaria que vocês vendem aí, e depois, quando já destruíram as próprias vidas, quando não tem mais nenhuma serventia pra vocês, vocês vem esculachar, vocês são uns merda mesmo, vão sofre muito ainda por acabar com tantas famílias iguais a minha._ rosno entre os dentes com ódio e com as lágrimas escorrendo no meu rosto.

Meu desprezo é tão notável que ele me encara soltando fogo dos olhos, eu não me intimido e faço cara de nojo o encarando de volta. O cara que está com o fuzil nas costas tira rapidamente e aponta pra minha cabeça.

- É bravinha ela né?._ ele me encara com um sorriso de deboche e eu continuo encarando ele de cara fechada_ Você gosta de tirar marra com bandido? Quero vê falar merdinha com o meu fuzil dentro da tua boca._ ele diz encostando a ponta do fuzil no meu nariz.

Conforme ele vai pressionando a arma contra a minha pele, eu fecho meus olhos me preparando para o impacto. Dois segundos depois, escuto dois disparos que fazem meu corpo inteiro estremecer e arrepiar até o cabelo do cu. Eu fico tonta e meu cérebro começa a contrair, minha respiração fica presa na garganta e começo a ter um ataque de ansiedade na mesma hora. Me agarro ao corpo desorientado do meu pai, tentando me acalmar. Enquanto isso lá fico de olhos fechado, esperando o que vai acontecer. Quando nada acontece, eu abro meus olhos devagar e olho na direção da onde todos estão olhando, e vejo o Bruninho com mais 10 homens atrás dele vindo em nossa direção.

- Que p0rra tá acontecendo aqui caralho?_ ele grita olhando pra cara do bandido que ainda está com o fuzil apontado pro meu rosto, só que agora sem encostar, ele está um pouco mais distante agora_ já falei que não quero confusão no meio da rua p0rra, quem vai me explicar que circo é esse aqui?_ Bruninho cruza os braços com muita raiva olhando prós três bandido um a um.