Tu acredita?

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RN

Os ADA invadiu o morro hoje, mas nós botou pra descer. É foda, eu conhecia os caras da minha época de facção, e alguns deles cresceu junto comigo. Depois que eu lutei pelo Terror e o comando vermelho, vários deles me juraram de morte, por ter traído a facção. No nosso meio, essas coisas não tem perdão, ainda mais que eu cacei eles um a um, mas lógico que eu sabia quem era quem, e quem merecia nosso ódio. Mano, se alguém perguntar se eu me arrependo da minha decisão, eu vou fala que não. Foi a escolha que eu fiz, salvei a mulher que eu amava, e isso pra mim foi mais importante que um status na favela.
Hoje, eu tenho que dormi com um olho aberto e outro fechado, por que tem gente no comando que não confia muito em mim, só não tenta nada contra por causa do meu pai, e também tem os ADA, que estão no ódio.
Depois que nos colocou geral pra descer quicando, eu vou dá rolê pela comunidade, saber como ficou os morador, e da suporte a eles.

- Aí chefe, a raponzel tá na área.- Pitico dá o papo, e eu sei que Camila chegou no morro.

- Porra, essa mulher é teimosa pra caralho mano.- coço minha cabeça, e vou até ela.

Eu falei pra ela não vim, que o pau tava comendo, e ela veio assim mesmo mano, essa mulher é foda, bate de frente comigo legal.
Chego na padaria e ela está lá, conversando com a senhorinha da padaria. Eu chego de cantinho a traz dela.
A mulher que está de frente pra mim fica desconfortável, e ela percebe que tem alguém atrás dela, e se vira, batendo de frente com meu peito.

- Aí.- ela diz depois de esbarrar em mim.- que susto Ryan.- fala e eu dou uma olhada pra ela sério.

- Mano, o que tu veio fazer aqui cara?.- fico encarando ela serinho.

- Ué, vim ver você.- diz ela batendo os cílios, como se fosse a coisa mais normal.

- Mano, eu não falei que a bala tava comendo? Que era pra tu esperar que eu ia manda alguém buscar você?.- falo encarando ela de braços cruzados, e ela coloca o cabelo atrás da orelha.

- Eu sabia que já tinha passado o tiroteio, e queria muito falar com você.- ela fala sem graça.

- Bora lá em casa.- seguro no pulso dela, e ela da tchau pra mulher da padaria.

Subo na moto, e ela sobe na garupa,m. Paro no portão de casa, e só aí percebo a segurança na minha cola.
Nós entra em casa, e eu sento no sofá encarando ela, e ela fica em pé me olhando envergonhada.

- Vem cá.- estico a mão pra ela, e puxo ela pra sentar do meu lado.- qual foi? O que tá incomodando você?.- pergunto o mais calmo que eu posso, e ela engole.

- Eu queria saber o que você sente por mim.- ela pergunta baixo, e de cabeça baixa também.

Porra, é essa a conversa? Me pegou desprevenido, achei que ia demorar pra chegar. Eu nem sei mano, não sei o que falar.

- A mano, eu gosto de tu, gosto de ficar contigo, tu é uma mina maneira, mas o que tu quer saber de verdade?.- seguro no queixo dela, fazendo ela me encarar.- pode falar cara.- ela suspira, eu acendo um balão, porque já sei que a conversa vai ser foda.

- E a Juliana?.- ela pergunta, e meu peito logo arde.

- Juliana é um assusto muito recente.-falo pra ela, e ela pisca os olhos tentando entender o que nem eu consigo.

- Mas o que você sente por ela?.- ela insiste me encarando.

Eu jogo a fumaça pro alto, e viro pra encarar ela depois.
Mano, Juliana fez uma bagunça na minha vida e na minha mente, pra esquecer ela vai ser foda, e nem sei se um dia eu vou conseguir fazer isso. Mas ela fez a escolha dela, e essa escolha não foi eu, vida que segue irmão. Só que se ficar lembrando toda hora dessa porra, vai dá caô pra mim, tá ligado? O que eu quero agora é ver aquela garota feliz, e se pra isso eu tiver que abri mão do que eu sinto por ela, paciência parceiro, sou sujeito homem pra isso. E não vai ser por isso que eu não vou tentar alguma coisa com outra pessoa, eu só não pensei, e nem queria que fosse tão cedo assim. Mas Camila é uma mina parceira, responsa, mina de raça mermo, e eu me amarrei na dela.

- Se eu falar que nem eu sei o que eu sinto tu acredita?.- sorrio de lado, e olho pra ela de rabo de olho.- pô mina, o que eu vivi com a Ju foi foda pra caralho, tenho por ela um sentimento muito forte, nunca senti uma parada assim, então não tenho com o que comparar. Mas já foi, ela tá feliz com teu irmão e eu respeito isso, tá ligado?.- dou o papo, e ela continua me encarando.- mano, eu não posso te prometer nada agora, mas nós pode ver no que isso vai dar com o tempo.- eu falo, e ela me dá um pequeno sorriso.

- Obrigada por ser sincero comigo.- ela pede e agora eu sorrio grandão.

- Eu sou o homem mais sincero do mundo rapa.- brinco e ela rir alto.

- Palhaço.- bate no meu braço, e eu puxo ela pra cima de mim, e seguro nós dois lados do rosto dela.

- Tô querendo você.- sussurro porto da boca dela, e ela morde os lábios.

Nós já cola nossa boca, e começamos a se embolar no sofá, mas eu quero ela na minha cama.

.* Próximo capítulo, hot* pesadão...

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